Thomaz Bellucci prepara adeus no Rio Open, lamenta lesões e elege top 5 da carreira

A cena parecia a mesmadombo pokertantas outras. Desta vez, porém, Thomaz Bellucci achou a pergunta engraçada.

- Eu tive que fazer uma ressonância essa semana. O cara falou: “Já fez ressonância?”. Eu falei: “Cara, eu já devo ter feito maisdombo pokermil vezes”. Tantas lesões que você tem. Já machuquei muito, mas é a carreiradombo pokeratleta. É assim. É muito difícil. Talvez seja o maior vilão dos atletas hojedombo pokerdia. São as lesões, né?

Bellucci perdeu a conta do númerodombo pokerlesõesdombo pokermaisdombo pokerduas décadasdombo pokercarreira. Foram tantas que cobraram um preço. Aos 35 anos, o tenista se prepara para a despedida das quadras. No Rio Open, que começa neste fimdombo pokersemana, na capital carioca, o paulista dará fim a uma das jornadas mais vitoriosasdombo pokerum brasileiro no tênis.

Não foi uma decisãodombo pokerúltima hora. Nos últimos anos, as lesões afastaram Belluccidombo pokersua melhor forma. Ele, que chegou a ocupar o 21º lugar do ranking da ATP,dombo poker2010, hoje aparecedombo poker917º na lista. Foram poucos os torneios disputados desde 2019. Em 2021, começou a ensaiar o adeus.

- No ano retrasado, eu quase pareidombo pokerjogar. Porque eu tive uma lesão no joelho e fiquei quase seis meses sem jogar. Só que daí eu resolvi dar mais uma chancedombo pokertentar voltar. Eu consegui jogar alguns poucos torneios ano passado. Mas, jogando daquele jeito, ficava difícil ter expectativadombo pokervoltar para o meu ranking, voltar ao top 50, top 100. Então eu falei: “Cara, talvez seja um momento aídombo pokerfazer outra coisa, não é?”. E o corpo já começa a dar sinais que você já não está conseguindo treinar o tanto que você precisa para ganhar dos carasdombo pokerhojedombo pokerdia.

O tenista ainda não sabe contra quem jogará – a chave principal não foi anunciada pela organização. Mas os dias que antecedem a despedida trazem um sentimento complexo para Bellucci. O palco do adeus é o melhor possível. Mas tudo tem gostodombo pokerúltima vez.

- É gostoso voltar aqui no Rio Opendombo pokerjogar um baita torneio que é aqui. Mas é também um gostinho amargodombo pokersaber que é o último, né? Vão ser as últimas sensações que eu vou ter como jogador e jogandodombo pokercasa, com a torcida. Estou tentando aproveitar todos os momentos, todas as sensações que eu estou tendo. Não está sendo fácil a preparação. Porque nos últimos anos eu machuquei bastante, ficar treinando duro também é fisicamente difícil hojedombo pokerdia. Mas estou tentando me preparar para chegar no Rio Open da melhor maneira possível.

Bellucci acumulou os melhores resultadosdombo pokerum tenista brasileiro nas chavesdombo pokersimples desde Gustavo Kuerten, o Guga. Foram quatro títulosdombo pokerATP 250: Gstaad (2009 e 2012), Santiago (2010) e Genebra (2015). No Rio Open, farádombo pokersétima participação, com destaque para a vitória sobre o japonês Kei Nishikori, top 5 do mundodombo poker2017, e o vice campeonatodombo pokerduplas ao ladodombo pokerRogério Dutradombo poker2019.

O tenista também tem jogos históricos contra Rafael Nadal, Novak Djokovic e Roger Federer, seu maior ídolo. Ainda assim, durante a carreira, Bellucci lidou com a pressãodombo pokerquem esperava mais. Ao olhar para trás, não se arrependedombo pokernada. Pelo contrário.

- Eu tenho zero arrependimentos. Eu acho que eu me doei 100%. Eu me arrependo zero das coisas que que eu fiz na minha carreira assim. Acabo minha carreira assim, feliz por tudo que eu conquistei. Eu acho que quando você está no meio do furacão, ali nas competições e na loucura do dia a dia, você às vezes não tem noção do que está acontecendo ao seu redor. Mas, hojedombo pokerdia, acho que cai minha ficha.

Hojedombo pokerdiadombo pokertudo que eu conquistei,dombo pokertudo que eu representei para o tênis. Hojedombo pokerdia aparecem pessoas falando: “Pô, comecei a jogar tênis pordombo pokercausa”. Ou: “Meu filho chama Thomaz pordombo pokercausa”. “Ah, conheci meu marido vendo um jogo seu”. É muito legal receber esse carinho das pessoas edombo pokersaber que eu fiz partedombo pokeralguma maneira da vida delas, né? Então hojedombo pokerdia eu sei que que eu represento bastante coisa assim para o tênis brasileiro.

Em meio a tantas conquistas e jogos memoráveis, Bellucci carrega uma listadombo pokermomentos importantes na carreira. A pedido do ge, elegeu um top 5dombo pokermelhores duelos, mas sem conseguir montar uma ordem:

Nos Jogos Olímpicos do Riodombo pokerJaneiro, Thomaz Bellucci enfrentou Rafael Nadal nas quartasdombo pokerfinal. Com o apoio da torcida, o paulista teve um início avassalador, assumiu as rédeas do confronto e venceu o primeiro set por 6/2,dombo poker33 minutos. Apesardombo pokertodo o esforço, do outro lado tinha um gigante, à época #5 do mundo, que ignorava a pressão e crescia a cada minuto que passava.

Nadal abriu 5 a 3 na segunda parcial e sacou para deixar tudo igual na quadra central do Centro Olímpicodombo pokerTênis. No game decisivo, Bellucci foi agressivo e conseguiu devolver a quebra, porém, o espanhol foi letal e fechoudombo poker6/4. No terceiro set, o ex-número um do ranking mundial fez 6/2 e sacramentou a vitória. Apesar do revés, a torcida aplaudiu e gritou o nome do tenista brasileiro.

O ano era 2011, e Thomaz fazia uma campanha histórica no saibro espanhol na primeira temporada ao ladodombo pokerLarri Passos, ex-treinadordombo pokerGuga. Na época, o campeãodombo pokerquatro torneios ATP ocupava a 36ª colocação do ranking, e,dombo pokercara, enfrentou o especialista Pablo Andujar, o qual eliminou por 2 a 0. Depois, derrotou Florian Mayer, da Alemanha, que abandonou a quadra quando o placar estava 3 a 0 no terceiro set.

E o grande desafio chegou: Andy Murray, n°4 do mundo, pelas oitavasdombo pokerfinal. Em sets diretos, o melhor simplista do país desde Gustavo Kuerten superou o britânico e avançou às quartasdombo pokerfinal. No duelo contra Tomas Berdych, 7° do ranking, 2 a 0dombo pokernovo e rumo à semi após oito anos sem um atleta do Brasil entre os quatro melhoresdombo pokerum Masters 1000.

Entre Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic - os outros três semifinalistas -, Thomaz Bellucci disputou uma vaga na decisão com o sérvio, invicto há 30 jogos à época. A partida, entretanto, se desenhou para a vitória verde e amarela por um bom tempo. O paulista venceu o primeiro set por 6/4, liderou o segundo por 3/1, mas Nole reagiu, virou e avançou à finaldombo pokerMadrid, onde se sagrou campeão sobre Nadal.

Cinco anos depois, mais um encontro para ficar marcado na história. Novak Djokovic não perdia um set por 6/0 desde 2012, quando foi derrotado por Federer, mas Bellucci quebrou o tabu no dia 12dombo pokermaiodombo poker2016, no Abertodombo pokerRoma. Em partida válida pelas oitavasdombo pokerfinal do Masters, o brasileiro abriu o placar com o pneu, mas logo viu Djoko deixar tudo igual com uma quebradombo pokervantagem. Na terceira e decisiva parcial, o atual número um do mundo fez 6/2 e se classificou para as quartas.

A conquista do terceiro troféudombo pokerATP na carreira,dombo poker2012, não podia ficardombo pokerfora do top 5. Na revanche contra Janko Tipsarevic, sérvio que o eliminou na semifinaldombo pokerStuttgart uma semana antes, Bellucci encerrou um jejumdombo pokermaisdombo pokerdois anos sem vencer um torneio ATP 250.

O atletadombo poker35 anos perdeu o primeiro set da finaldombo pokerum tie-break muito disputado, que acabou no 8-6. Porém, nas parciais seguintes, o campeão do torneiodombo poker2009 fez 6/4 e 6/2, se vingou do rival e ergueu o segundo troféu do Abertodombo pokerGstaad, na Suíça.

*Estagiária, sob supervisãodombo pokerJoão Gabriel Rodrigues