Rafael Stucci: técnico do Novorizontino trava batalha contra o câncer
Rafael Stucchi Boschi mudou o seu conceito sobre título, definição dada a conquistaleo vegas apostaalgo. Em uma das profissõesleo vegas apostamaior exigência por resultados, o técnicoleo vegas apostafutebol aprendeu nos últimos meses que o maior troféu que alguém pode ganharleo vegas apostavida é a saúde.
Aos 38 anos, Rafael foi diagnosticado com câncer raro e agressivo no pulmãoleo vegas aposta2022. Desde então, viu a vida mudar completamente. O ambiente do futebol, que remete ao alto rendimento e a uma saúde inabalávelleo vegas apostaquem dele faz parte, abriu espaço para um profissional cercadoleo vegas apostaincertezas e fraquezas sobre a própria vida. A carreira, inicialmente, foi dada como encerrada por ele.
– Foi um baque, um momento praticamenteleo vegas apostadesistência. Eu falo que quem me segurou foi minha esposa, era a única que falava para eu continuar: "Você trabalhou tanto tempo e não é o câncer que vai fazer com que você deixeleo vegas apostasonhar". Minha esposa é experiente nisso, até porque ela trabalha com isso, no Hospital do Câncer. Acho que ela lidar com esse tipoleo vegas apostapessoa o tempo inteiro, tem esse lado humano onde ela tenta, os profissionais dessa área buscam, alémleo vegas apostatratar, mas tratar o mental, manter essas pessoas vivasleo vegas apostamodo mental. Então, o quanto é importante, independentemente da doença, nós tentarmos manter esse sonho, porque é o que nos move.
A descoberta do câncer foi justamente no primeiro dialeo vegas apostaférias depoisleo vegas apostauma longa temporadaleo vegas apostajogos como treinador do time sub-17 do Novorizontino e a promoção ao sub-20 pelos bons resultados.
– Eu não tinha sintoma nenhum. Acordei durante a madrugada para beber água e acabei desmaiando, aquilo ali me chamou bastante atenção. Você não sabe nem o que pensar, na verdade você não tem onde você colocar o pé, não tem chão. É um momento difícilleo vegas apostaexplicar.
– Entro no ecocardiograma e quando saio dele o médico já fala: "Cara, você tem um líquido no coração, no pericárdio. Está assustador, está derramando para alguns órgãos já e nós precisamos verleo vegas apostaonde está vindo, vamos fazer um raio-xleo vegas apostapulmão". Aí eu faço o raio-x e 95% do meu pulmão tomado, mais um susto gigantesco – relembra.
O câncer raro obrigou Rafael Stucchi a se afastar por meses da funçãoleo vegas apostatécnico no Novorizontino. Entre o diagnóstico no fimleo vegas aposta2022 e o retorno ao trabalho nos primeiros diasleo vegas aposta2023, tudo passou pela cabeçaleo vegas apostaalguém vendo o riscoleo vegas apostamorte com apenas 38 anosleo vegas apostaidade.
– Vou para a UTI, porque precisava tirar esse líquido. E a UTI é um susto geral, porque tiro um litroleo vegas apostalíquido do pericárdio. Uma pulsão comum é 35 ml, e eu tinha um litro. O médico tirou e falou: "Não sei como você está vivo, se estivesse hoje dando treino, você apitaria e ia morrer, teria uma parada cardiorrespiratória". Foi Deus, né? Porque é inexplicável – conta Rafael.
A doença fez Rafael perder treinos, jogos e oportunidades. Em 2023, por causa do estágio do câncer e do tratamento mais agressivo, o técnico não conseguiu comandar o Novorizontino na Copinha, principal competição e vitrine da categoria no futebol brasileiro.
A volta definitiva foi triunfal, com uma inédita classificação para a semifinal da Copinhaleo vegas aposta2024. As vitórias, no entanto, voltaram a contrastar com os duros golpes da vida: o câncer agora havia atingido, além do pulmão e do coração, quatro pontos do crânio. A batalha, assim como rodada a rodadaleo vegas apostaum campeonatoleo vegas apostafutebol, teria que ser retomada.
– Acho que ali, pra mim, foi o processo mais difícil que eu passei. O diagnóstico da primeira vez nem se compara ao da segunda. Gerou muita revolta e um susto gigantesco, aquela correrialeo vegas apostanovo. Venho pra São Paulo, aí preciso passar por uma cirurgia para drenagem do pericárdio, que tinhaleo vegas apostanovo o líquido. E faço uma biópsia do pericárdio, dreno esse líquido, sai mais 750 mlleo vegas apostalíquido do pericárdio – explica Rafael.
Em meio a mais um tratamento, Rafael seguiu no comando do Novorizontino e conduziu a equipe ao título paulista sub-20 no fim do ano passado. A campanha foi avassaladora, vencendo 21leo vegas aposta28 jogos e sendo derrotado apenas uma vez. Mais do que isso, eliminou Palmeiras e São Paulo para erguer o troféu pela primeira vez.
– Eu tomo hoje duas medicações, que são dois quimioterápicos via oral, que chamamleo vegas apostaterapial. Essa pós-segunda cirurgia, volta o tratamento e daí você começa a trabalhar com a esperançaleo vegas apostaque o tratamento vai controlar a doença. E nesse primeiro momento, a notícia boa é que está controlado. Os últimos exames que fiz estavam 100%.
O tratamento atual feito por Rafael Stucchi é permanente. O treinador controla a doença enquanto espera a possibilidadeleo vegas apostauma vacina para conseguir a remissão do caso raroleo vegas apostamutação do câncer.
– Não que eu não seja 100% focado, mas minha vida continua a mesma. Acho que a vinda desse tipoleo vegas apostatratamento, dessas terapias novas, terapia-alvo, entre outras que têm, é dar qualidadeleo vegas apostavida para o ser humano. Nós sabemos o quão difícil é fazer uma quimioterapia, uma radioterapia. E esses tratamentos ajudam. Graças a Deus os meus efeitos colaterais são os mínimos possíveis.
– Eu vejo que hoje reclamo e sofro menos com algumas coisas que não controlo, sempre fui um cara que sofria muito e reclamava muitoleo vegas apostaonde não consigo controlar. E hoje vejoleo vegas apostaforma diferente. Então preciso atuar, ter atitude, ter coragem pra fazer. Mas tem coisas que nós não controlamos. Não tem como ficar quebrando a cabeça, ficando nervoso. Na verdade, nós achamos que nós vamos controlar o mundo, mas somos tão pequenininhos nesse mundo – completa o treinador.
Rafael Stucchi comanda o Novorizontinoleo vegas apostabusca do sonhado título da Copinha. Atual campeão estadual sub-20, o Tigre é apontado como um dos favoritos. O treinador pede pés no chão, mas tem consciêncialeo vegas apostaque o sucesso fez com que a responsabilidade aumentasse.
– Acredito que essa equipe tem potencial para para evoluir muito dentro da competição e também assumir essa responsabilidadeleo vegas apostapequeno favorito. Isso é importante na formação deles também. Se eles querem jogarleo vegas apostaum clube grande, querem estar no Novorizontino na hora que estiver na Série A, eles vão ter uma responsabilidade grande. Então, é importante também eles passarem por esse momentoleo vegas apostauma responsabilidade um pouco maior dentroleo vegas apostauma competição grande – analisa.
Novorizontino e Votoraty empatam sem gols pela Copinha
O Novorizontino compõe o Grupo 18 da Copinha, com sedeleo vegas apostaVotorantim, ao ladoleo vegas apostaVotoraty, Genus-RO e ABC-RN. O Tigre soma quatro pontosleo vegas apostadois jogos, ocupando a liderança da chave.
O desejoleo vegas apostaRafael Stucchileo vegas apostalevar o Novorizontino ao inédito título da Copinha vai alémleo vegas apostauma simples conquista. É uma formaleo vegas apostaretribuir todo o apoio recebido pelo clube durante o período mais complicado daleo vegas apostavida pessoal.
– Eu não fui para o Novorizontino por acaso, acho que tinha já todo um algo. Você cair num clube que tem um lado familiar fantástico, falo que é um dos maiores pilares nossos, o porquê do Novorizontino ter tanto sucesso. Um lado humano que deveria serleo vegas apostatodo lugar, mas infelizmente hoje não encontramos isso. Nós temos os donos que são assim, presidente, diretoria, Marildo que é coordenador, então tudo isso junto, todo esse suporte que tinha foi facilitadorleo vegas apostatodo esse processo – finaliza Stucchi.