Clássico da família Baptista: Nelsinho e Eduardo se enfrentam pela primeira vez na história

O ano era 2023 e o técnico Eduardo Baptista fez um pedido para o seu pai Nelsinho: 'não para (a carreira) que um dia quero estarbetano pagaum campo para enfrentá-lo'. Alguns meses se passaram e chegamos ao sexto mêsbetano paga2024 com uma notícia: o desejo será realizado neste dia 15betano pagajunho.

Após trabalharem juntos por dez anos, pai e filho viverão o outro lado da moeda e se enfrentarão pela primeira vez na história. O confronto será neste sábado, às 17h, no jogo entre Ponte Preta e Novorizontino pela 10ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Curiosamente, o duelo acontecerá na "casa"betano pagaambos. O palco será o estádio Moisés Lucarelli,betano pagaCampinas, na cidade natalbetano pagaEduardo e Nelsinho.

Quando Eduardo nasceubetano pagaCampinasbetano pagamarçobetano paga1972, o pai Nelsinho ainda era um jovembetano paga22 anos que era lateral-direito no São Paulo. 18 anos depois,betano paga1990, Nelsinho estouraria como técnico no Grêmio Novorizontino, na disputa da "final caipira" do Campeonato Paulista contra o Bragantinobetano pagaVanderlei Luxemburgo.

Apesar da derrota, Nelsinho chamou a atenção do Corinthians e foi para o Timão no mesmo ano para ser o comandante do primeiro título brasileiro da história do clube. O paibetano pagaEduardo treinou diversos times como São Paulo, Santos, Internacional, Flamengo, alémbetano pagaequipes do Chile, da Arábia Saudita, e principalmente do Japão.

A partir do começo deste século, Nelsinho passou a ter um novo funcionário. Durante uma década, Eduardo foi o preparador físico dos times treinados pelo pai, no Brasil e no Japão. Depoisbetano pagatrabalhar dez anos auxiliando o Nelsinho, Eduardo passou a escreverbetano pagaprópria história.

Começou a carreirabetano pagatécnicobetano paga2014 no Sport e foi o comandante do Leão da Ilha por quase 130 jogos. Campeão da Copa do Nordestebetano pagaseu anobetano pagaestreia, Eduardo também passou por outros 12 clubes, com Palmeiras e Fluminense encabeçando a lista. Além do Sport, teve passagensbetano pagadestaque por três times do interior paulista: Ponte Preta, Mirassol e, agora, o Novorizontino.

O treinadorbetano paga52 anos revelou, inclusive, que foi incentivado pelo pai quando aceitou a proposta do Tigre do Vale há um ano e meio.

Apesar do pai ter treinado o Novorizontino na décadabetano paga90, o clube não é exatamente o mesmo. O Grêmio Novorizontinobetano pagahoje foi fundadobetano paga2010. O Grêmio Esportivo Novorizontino, vice-campeão paulistabetano paga1990, foi extintobetano paga1999. Ambos têm as mesmas cores (preto e amarelo), e o Tigre como mascote.

Em entrevista exclusiva ao ge, Eduardo Baptista descreveu os sentimentos inéditos que está vivendo na semana que vai enfrentar seu paibetano pagaum jogo importante para ambos.

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Em uma entrevista ao gebetano paganovembrobetano paga2023, Eduardo Baptista revelou que tinha o sonhobetano pagaenfrentar o pai.

– Já falei para ele: ‘não para (a carreira) que um dia quero estarbetano pagaum campo e poder enfrentá-lo. Sempre trabalhei do lado dele e sonho podermos nos enfrentar desportivamente com elebetano pagaoutro clube. Quem sabe. Meu pai está bem, com saúde e com disposição para trabalhar. Se não puder enfrentá-lo, que eu possa voltar a trabalhar com ele. Às vezes ele demonstra que quer voltar a ser treinador, outras vezes não – disse Eduardo Baptistabetano paganovembro.

Adiantamos sete meses na linha do tempo e novamente o ge entrevistou o técnico do Novorizontino. O sonho está prestes a se realizar, mas Eduardo conta que ainda não consegue enxergar o confronto com o pai.

– Não consigo enxergar eu contra ele. Alémbetano pagaser filho há 52 anos, eu trabalhei ao lado dele por dez anos. Os dois são muito competitivos, têm uma personalidade forte e vão fazer o melhor para suas equipes. Mas sempre um querendo o bem do outro, é um jogo que vai muito além do resultado. Pra mim é uma satisfação pessoal, você poder estar do lado do seu ídolo, no mesmo nível, enfrentandobetano pagaigual para igual. O resultado ficabetano pagasegundo plano. Pra mim é uma realização como pessoa e como filho. É muito emblemático pra mim – disse Eduardo Baptista.

A semana atípica é refletida até nas conversas entre os dois. Eduardo revelou que futebol não tem sido assunto nestes últimos dias.

– Os dois se resguardam um pouquinho. Conversamos até ontem, batemos papo, mas nadabetano pagafutebol. Eu nunca tinha vivido uma semana dessas. É tudo novo para mim também e eu sei que ele gostabetano pagase concentrar, eu também. Cada um vai seguir o seu caminho, traçarbetano pagaestratégia – falou.

Com a rotinabetano pagatreinos ebetano pagaconcentração, Nelsinho e Eduardo só conseguirão se encontrar na beira do campo, minutos antes da bola rolar. O filho já pensa na foto que registrará o momento para a eternidade.

– Vamos nos encontrar na hora. É dar um abraço nele e que Deus encaminhe o melhor para os dois. Sou um cara católico e a Bíblia falabetano pagahonrar pai e mãe. No sábado, eu cumpro um mandamento. Todo pai quer ver o sucesso do filho. Ali cumprirei uma etapa muito importante. Pra mim é muito especial e simbólico. Vou pedir para tirarem uma foto minha com ele e isso vai ser para a eternidade. Vai estar registrado – concluiu Eduardo.

O encontro entre pai e filho será possível devido ao retornobetano pagaNelsinho ao futebol brasileiro após seis anos. O último trabalho do técnicobetano paga73 anos no Brasil havia sidobetano paga2018 no Sport. Ele foi anunciado pela Ponte Preta no último dia 29betano pagamaio.

Eduardo revelou que o pai nem pensou duas vezes ao aceitar a proposta da Macaca.

– Meu pai tinha o desejobetano pagavoltar a trabalhar no campo. Recebeu propostas e sempre conversamos muito a respeito disso, tanto do meu lado, quanto do dele. Quando ele me fala da Ponte Preta, ele já nem me consulta. É um time que ele tem um carinho grande, começou como jogador e tem uma história fantástica. Ele só pediu para eu ajudá-lo com mais informaçõesbetano pagajogadores. Enfrentei bastante a Ponte Preta ano passado e foi mais para dar um norte. Ele já conhecia bem, acompanhoubetano pagaperto o Paulistão. Ele estava bem decidido a ir para lá, está muito motivado e é muito legalbetano pagaver – falou Eduardo ao ge.

– Fiz minha categoriabetano pagabase na Ponte Preta, fui treinador e temos uma história construídabetano pagaCampinas. Agora é torcer para que as coisas deem certo para ele, porque é um cara do bem. Um cara desse nível não pode ficar fora do cenário. Coincidentemente a Ponte tem muitos atletas que trabalharam comigo e passei algumas informações para ele. Às vezes ajuda bem, você dá uma dica aqui e ali como abordar (o jogador) – completou.

Desde 2023 quando voltou do Kashiwa Reysol, do Japão, Nelsinho passou a morar na cidadebetano pagaSão Paulo. Com a rotina apertadabetano pagajogos do Novorizontino do filho Eduardo, é difícil os dois estarem juntos pessoalmente. Mas as ligações por telefone acontecem quase todos os dias.

– Nos falamos praticamente diariamente por telefone. Minha ida para o Novorizontino aproximou mais ele ainda. Ele tem um carinho não só pela camisa, mas também pelas pessoas que aqui estão. É um elobetano pagafamília e um carinho grande. Ele começou a acompanhar mais o Novorizontino e conversamos bastante tambémbetano pagatudo. Quando tem um jogo emblemático na televisão, ele já avisa: 'dá uma olhada e amanhã a gente conversa'. Depois trocamos uma ideia do que vimos – disse Eduardo.

O filhobetano pagaNelsinho contou o quanto ele se aproximou do pai na reta final do Paulistão deste ano, quando o Novorizontino fez campanha histórica e só parou na semifinal para o campeão Palmeiras. Os dois últimos jogos foram na capital paulista: a vitória nos pênaltis sobre o São Paulo e a derrota por 1 a 0 para o Verdão.

– Na reta final do Paulistão, fizemos os jogosbetano pagaSão Paulo. Ele morabetano pagaSão Paulo e estivemos muito juntos ali. Ele vinha até o hotel. Ele gostabetano pagafutebol,betano pagafalar sobre, é a vida dele. Tanto é que com 73 anos ele estava ansiosobetano pagavoltar a trabalhar – falou.

Essas idas ao hotel fizeram Nelsinho criar relações com integrantes da comissão técnica do Novorizontinobetano pagaEduardo Baptista. Esses contatos foram importante para a estreiabetano pagaNelsinho na Ponte Preta no último dia 2betano pagajunho contra o CRB.

– Nessa época ele fez muita amizade com os meninos do Novorizontino do staff técnico. Criou uma relação muito forte e no primeiro jogo contra o CRB, estava muito vivo para nós. O próprio staff nosso carregou elebetano pagainformações por ter enfrentado bastante recentemente o CRB, além do Daniel Paulista (técnico) ser um pupilo meu e do meu pai – contou Eduardo.

A Pontebetano pagaNelsinho venceu o CRB por 4 a 2,betano pagaCampinas. Depois, foi derrotada pelo América-MG por 2 a 0.

Perguntado sobre as diferenças no trabalho entre ele e seu pai, Eduardo Baptista valorizou as diversas semelhanças na formabetano pagatreinar seus respectivos times.

– Cada um tembetano pagaideia. Elas se convergembetano pagauma questãobetano pagaorganização. Eu sou meio sistemático para organização, mas ele é muito mais do que eu. Ele gostabetano pagaorganizar o time, que as coisas funcionem, que tudo esteja no seu lugar e nos preparamos para isso: para um time bastante organizado, fiel às ideias dele. Ele consegue passar bem as ideias do que ele quer para os atletas, tem uma comunicação muito especial com os atletas. Procurei aprender e levar isso aí. As formasbetano pagajogar são parecidas, um é o estilo um pouco diferente do outro, mas são muito parecidas – finalizou Eduardo.

Cinco pontos separam Novorizontino da Ponte Preta na Série B do Brasileiro. Enquanto o Tigre do Vale ocupa a 11ª posição com 14 pontos, a Macaca é a 14ª colocada com nove.