Sussurros, fé e redenção "parte final" movem Jerusa dos Santos rumo a mais ouroshernanes betnacionalParis

Velocista fala sobre conquistas, aos 41 anos, no Mundial; volta à França por retomadahernanes betnacionalmeta paralímpica se torna o principal objetivo do "Time da Jerusa"

Por Paulo Taroco — Presidente Prudente, SP


O clima ainda éhernanes betnacionalfesta para o "Time da Jerusa"hernanes betnacionalrazão das duas medalhashernanes betnacionalouro conquistadas no Mundial Paralímpicohernanes betnacionalAtletismo,hernanes betnacionalParis, pela velocista Jerusa dos Santos,hernanes betnacional41 anos. Necessariamente, as avaliações ganham espaço, uma vez que um objetivo similar – e importante – vai se aproximando: a volta à França visando ao passo final da redenção. Posto isso, o aspecto sobrenatural agrega impulso.

Assista à entrevista exclusiva com o "Time da Jerusa", exibida pelo FN1 desta quinta-feira (20)

Nesta quinta-feira (20), a velocista falou acerca do atual contexto ao lado do marido e treinador, Luiz Henrique Barbosa da Silva. A seguir, o atleta-guia Gabriel Garcia se juntou à dupla para um bate-papo ao vivo no Fronteiras Notícias 1ª edição – telejornal da TV Fronteira, afiliada Globo (veja acima). O "Time" retornou a Presidente Prudente, no Oeste Paulista, onde treina, na última quarta (19). Luiz chegou um dia antes. E a sequência poderá envolver ainda desfile pelas ruas da cidade.

"Time da Jerusa" celebra os pódioshernanes betnacionalParis — Foto: Sérgio Borges/NoFoco

Enquanto as comemorações trazem desdobramentos, a paratleta e o treinador responderam questões voltadas a vários elementos dos bastidores da conquista. Em 2021,hernanes betnacionalTóquio, o sonho do ouro paralímpico nos 100m, especialidadehernanes betnacionalJerusa, ficou pelo caminho por causa do rompimento da corda-guia.

Jerusa dos Santos mostra as medalhas conquistadashernanes betnacionalParis — Foto: Sérgio Borges/NoFoco

O bronze nos 200m pela categoria T11 (deficiência plena da visão) serviu como consolo, mas não escondeu a frustração acumulada anteriormente. O abalo psicológico perdeu força – felizmente –, e a primeira grande resposta chegouhernanes betnacionalmarço, quando ela melhorou o recorde mundial nos 100m, com 11s83hernanes betnacionaluma etapa nacional. Até o bicampeonato mundial ser conquistadohernanes betnacionalParis.

– Sim, o sentimento, sem dúvida, éhernanes betnacionaldever cumprido. Porque a gente conseguiu fazer tudo que a gente não conseguiu fazerhernanes betnacionalTóquio, onde teve toda aquela tristeza,hernanes betnacionalcordinha quebrada. E, mesmo assim, a gente ainda trouxe um bronze para comemorar. Agora foi tudo muito incrível. Esse resultado sensacional, nem esperava tudo isso que eu fiz nos 200m. Foi só alegria – disse Jerusa dos Santos.

– É o sentimentohernanes betnacionalgratidão ao Criador também, por, primeiramente, nos proporcionar esse momento. Assim como a Jerusa relatou sobre Tóquio, teve toda aquela tristeza, e a gente continuou firme, na fé, como o time sempre foi, na união entre os irmãos, entre os meninos que treinam com a gente. Na linhahernanes betnacionalfrente, a Jerusa e o Gabriel, eu como treinador ali, organizando as coisas, e mais uma vez Ele nos proporcionou esse momento maravilhoso, que transcende alegria para todos. A Jerusa relatou também sobre os 200m, que foi uma prova incrível. A gente sempre se preparava mais para os 100m, e aí a gente falou: "Vamos começar a dar uma batizada nos 200m." Porque os 200m sempre acabam salvando, e demos uma enfatizada nos treinamentos. E lá eles conseguiram fazer a prova perfeita – comento Luiz Henrique.

"Time da Jerusa" comentou o valor das conquistas — Foto: Sérgio Borges/NoFoco

Coletividade e fé – novamente ela – ocupam lugar primordial quando perguntado o porquêhernanes betnacionalo tempo deixar a "coisa cada vez melhor". Nessa hora, Jerusa dos Santos atribuiu ao trabalhohernanes betnacionalconjunto o pesohernanes betnacionalgrande ferramenta para vencer os desafios.

Primeiramente, a nossa féhernanes betnacionalDeus, que nos permite tudo isso e, claro, também a dedicaçãohernanes betnacionaltodo o grupo. Eu não posso falar que isso é glória só minha, que é só do Gabriel, mas é o grupo inteiro. Eu dependohernanes betnacionalum grupo todo para esse resultado sair, então eu sei que é meio que fora da curva, provahernanes betnacionalvelocidade ainda, e eu não tenho mais 18 anos. Mas a gente está aí, superando todos os obstáculos e sempre despontando nas competições. É meio inexplicável, é coisa divina mesmo, acho que é isso. Porque eu me sinto bem. Eu terminei essa competição sem uma dor muscular, sem uma lesão
— Jerusa dos Santos, velocista.

Já o treinador complementa valorizando o lado da crença. Entretanto, para que ele produza efeito, pedir, seguir ritos e até acreditar podem ser pouco, caso o ouvido não esteja também treinado – a pontohernanes betnacionalescutar os mínimos detalhes.

– De uma forma, é como se sussurrasse nos meus ouvidos o que eu devo fazer com a Jerusa, com o Gabriel e com o time inteiro. O "Time da Jerusa" foi criado justamente nisso, para dar suporte à Jerusahernanes betnacionalum primeiro instante, mas também acolher os outros irmãos, que eram, que foram desacreditadoshernanes betnacionalalgum momento da vida. E a gente acolheu esses meninos. A gente cumpre aquele mandamento, amar o Criador, amar o próximo como a ti mesmo e o Criador sobre todas as coisas. Tem uma base muito sólida para que a bênção venha.

Volta a Paris promete "parte final" da redenção — Foto: Sérgio Borges/NoFoco

Acreana, porém enraizada no interior paulista, Jerusa dos Santos é uma das exceções dentro da seleção brasileirahernanes betnacionalmedalhistas na França. A maior parte dos que alcançaram o pódio treinam na estrutura oferecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na zona sulhernanes betnacionalSão Paulo.

Não apenas diferente, a realidade do "Time" atravessou um período ainda mais desafiadorhernanes betnacionalPrudente, já que a reforma da pistahernanes betnacionalatletismo da cidade teve que vencer longo processo burocrático,hernanes betnacionalaproximadamente 10 anos. Iniciadahernanes betnacionaljunhohernanes betnacional2022, a obra temhernanes betnacionalconclusão aguardada ainda para este ano.

Na França, Jerusa e Gabriel asseguraram o ouro nos 100m e 200m T11 — Foto: Alexandre Schneider / CPB

Em meio ao calendário interno, a velocista tem à frente o Parapan, no Chile,hernanes betnacionalnovembro. Só que a conversa acabou enfatizando o alvo maior, não escondido pela equipe. O objetivo é voltar a Paris e dar sequência à corrida, ou melhor, ao "voo" que o "Time" já mostrou ser capaz rumo ao ouro paralímpico.

– Eu me sinto muito bem preparada. Se fosse preciso fazer tudohernanes betnacionalnovo, eu faria na competição, porque eu estou me sentindo muito bem, sem dores, sem lesão. Então, claro, para o ano que vem, eu acredito que a gente vai estar mais forte ainda – garantiu Jerusa.

– Eles estão melhorando cada vez mais, todos. É uma bênção que o Criador derrama sobre a gente, sabe? E a gente fica muito feliz, é um crescimento mesmo do grupo. Isso é bacanahernanes betnacionalver – disse o treinador sobre a evolução vista.