A Copa do Mundo vem mostrando que também tem um lado político – a coletiva tensa antes1xbet yeni girişEstados Unidos x Irã, a evidente hostilidade1xbet yeni girişSuíça x Sérvia, o debate sobre os direitos humanos no Catar.
E um dos movimentos que mais chamam atenção são as manifestações1xbet yeni girişapoio à Palestina, que vão1xbet yeni girişbandeiras espalhadas pelos estádios1xbet yeni girişDoha até um protesto silencioso diante1xbet yeni girişmídias israelenses.
A presença árabe nunca foi tão grande1xbet yeni girişuma Copa, e a Palestina também não. Um exemplo envolveu a seleção brasileira. Tite se emocionou com um homem que ajudou a carregar um1xbet yeni girişseus netos na saída do jogo entre Brasil e Suíça. Ele portava a bandeira da Palestina nas costas. Marrocos comemorou a vaga para as quartas1xbet yeni girişfinal também com bandeiras palestinas.
O ge conversou com Bruno Huberman, professor1xbet yeni girişRelações Internacionais da PUC-SP, e Michael Jankelowitz, porta-voz da Organização Sionista Mundial para a mídia internacional, que está no Catar, para entender a situação e mostrar o movimento que acontece na Copa.
Bruno explica a razão1xbet yeni giriştermos visto tantas bandeiras da Palestina pelas ruas e pelos estádios1xbet yeni girişDoha. Segundo ele, historicamente os povos árabes são favoráveis à questão palestina, e a Copa tem sido uma oportunidade1xbet yeni girişampliar a visibilidade deste conflito.
– As populações árabes são, majoritariamente, favoráveis à questão Palestina enquanto forma1xbet yeni girişunião dos povos árabes1xbet yeni girişuma causa comum. Têm no conflito com Israel uma forma1xbet yeni girişconfrontar a intervenção externa ocidental, liderada pelos Estados Unidos, na região. Elas são contra essas intervenções diretas, e Israel,1xbet yeni girişum certo sentido, é uma representação material disso, que impede a autodeterminação dos povos árabes,1xbet yeni girişparticular do povo palestino. A causa nacional é secular, e tem muito mais aderência histórica daquele povo na luta contra as colonizações, primeiro do Império Otomano, até o imperialismo britânico, francês e americano.
Palestina recebe apoio da torcida1xbet yeni girişjogo no Catar
– O que tem acontecido é que os árabes sabem que a Copa é um evento1xbet yeni girişmagnitude internacional, então se utilizam dessa visibilidade global para lançar a questão palestina. E não somente árabes, como os demais povos solidários. Depois da vitória da Inglaterra, tem quatro torcedores ingleses, e um deles fala “Free Palestine”. A visibilidade que a Palestina vem tendo mostra que é uma Copa do mundo árabe mesmo – completa o professor.
Demonstrações1xbet yeni girişapoio têm acontecido também nas arquibancadas dos estádios da Copa. Bandeiras da Palestina e músicas para o país árabe são constantes. Na foto abaixo, durante o jogo entre Holanda e Catar, uma bandeira escrito "Palestina livre" foi hasteada.
Na partida entre Tunísia e França, um torcedor palestino invadiu o campo carregando a bandeira1xbet yeni girişseu país. Após o ocorrido, o coro1xbet yeni giriş"Palestina" entoou no estádio.
– A solidariedade com os palestinos não é algo religioso, é algo secular, algo1xbet yeni girişfazer parte da mesma luta contra os imperialismos estrangeiros que dominaram aquela região por muitos anos. É uma fraternidade que não necessariamente passa pela religião – explica Huberman.
Torcedor com a bandeira da Palestina invade o campo1xbet yeni girişCanadá x Marrocos
O apoio feito por torcedores e jogadores1xbet yeni girişMarrocos é ilustrativa sobre a separação entre sociedade civil e governos árabes e islâmicos. Recentemente, Marrocos e Israel reforçaram um acordo militar. Mas, ao mesmo tempo, a seleção levantou a bandeira da Palestina após a classificação para as quartas1xbet yeni girişfinal da Copa.
– As elites têm interesses próprios e firmam acordos com Israel, intermediados por Estados Unidos principalmente, para fazer dinheiro. Para as populações civis desses países, não interessa Israel. De uma forma majoritária, são radicalmente a favor da causa dos palestinos e contra israelenses, defendendo o boicote e sanções a Israel.
– É a causa panarabista, como historicamente se fala, que surge ali no nacionalismo árabe, no contexto da Primeira Guerra, e se fortalece na Segunda Guerra após a libertação1xbet yeni girişpovos árabes, com seu auge na Guerra Fria – completa Bruno.
Uma das principais demonstrações1xbet yeni girişapoio parte da torcida do Marrocos. Torcedores marroquinos nas ruas1xbet yeni girişDoha aparecem1xbet yeni girişum vídeo cantando "Nossa amada Palestina" (veja no tuíte abaixo).
Essa música tomou proporções internacionais após o Estádio Mohamed V, do Raja Casablanca, entoar1xbet yeni girişuníssono a canção. Veja abaixo o vídeo e a letra (produção do Canal o Canto das Torcidas).
"Oh, aquela Palestina
O coração está triste por ti já fazem alguns anos
Os olhos lacrimejam
Minha amada Palestina
Onde estão os árabes?
Eles estão dormindo!
...
Liberdade à Palestina
Se Alá quiser,1xbet yeni girişJerusalém, a alegria durará para sempre
Rajawi (torcedor do Raja) palestino
Eu quero ir
Quem poderá me levar até lá?"
Ao mesmo tempo1xbet yeni girişque é possível ver afirmações1xbet yeni girişapoio à Palestina, Michael Jankelowitz, o porta-voz da Organização Sionista Mundial , traz um contraponto sobre todas as manifestações.
– O que é preocupante, porém, é que os qataris e a FIFA não permitem manifestações contra o regime do Irã nos estádios e nem demonstrações1xbet yeni girişapoio à LGBTQ+. Mas permitem pedir "Palestina Livre" e cantar que "Pelo espírito e sangue, a Palestina será libertada", isto é, que Israel será aniquilado.
Questionado sobre isso, Huberman explica a complexidade por trás dos direitos sociais nos países do Oriente Médio. Até os anos 60, muitos eram mais progressistas1xbet yeni girişrelação aos direitos das mulheres, por exemplo.
– Claro, é uma contradição. Israel, por exemplo, busca se posicionar como um país amigo dos LGBTs, tem uma parada gay importante1xbet yeni girişTel Aviv. Mas os LGBTs palestinos não são menos oprimidos que os heterossexuais palestinos. Conheço uma militante LGBT e palestina que fala: “Não tem uma porta rosa no muro da Cisjordânia para os LGBTs palestinos, eles são oprimidos, são mortos, violentados, suas casas são destruídas”. É uma contradição, mas uma contradição que permeia toda a região.
– Esse paradigma1xbet yeni girişos direitos LGBTs serem considerados1xbet yeni girişprogressismo e liberdade é um paradigma ocidental muito recente. Até pouco tempo atrás, os direitos LGBTS não eram uma pauta universal, é algo1xbet yeni giriş20 anos no máximo. Até os anos 50, 60, ser LGBT no Reino Unido era crime. Todos os países muçulmanos do Oriente Médio, até os anos 60, eram muito mais progressistas1xbet yeni girişrelação aos direitos das mulheres do que são hoje. Irã, Palestina, Egito, Síria, Jordânia... Usava-se minissaia. Hoje1xbet yeni girişdia, isso é inimaginável. Isso porque o racismo dos países ocidentais com o islã fez com que as pessoas,1xbet yeni girişalguma forma, fizessem dessa autoafirmação da identidade islâmica uma forma1xbet yeni girişorgulho. Mas isso leva a formas bastante reacionárias e fundamentalistas do islã político.
Torcedores1xbet yeni girişdiferentes nacionalidades presentes no Catar têm aderido a um protesto silencioso com jornalistas israelenses. Diversos vídeos mostram repórteres1xbet yeni girişIsrael sendo ignorados quando os entrevistados descobrem1xbet yeni girişonde são. Há também casos1xbet yeni girişjornalistas que discutem com torcedores sobre a existência ou não dos estados israelense e palestino.
Para Jankelowitz, os vídeos que mostram discussões são exceção e partem1xbet yeni girişuma provocação dos repórteres.
– Isso é apenas mais uma peça sensacionalista do jornalismo. Esses jornalistas israelenses estão indo com lentes1xbet yeni girişaumento para encontrar inimigos1xbet yeni girişIsrael – disse o porta-voz.
– A Kan (emissora estatal1xbet yeni girişIsrael) tem um grande estúdio ao ar livre no parque Al Bidda. Ninguém invadiu o estúdio ou o apedrejou, embora o logotipo da Kan seja exibido com destaque. A Kan tem aqui uma equipe1xbet yeni girişquase 100 jornalistas e técnicos que se concentram na cobertura dos jogos e não procuram fazer provocações – completou.
Libaneses se recusam a dar entrevista para repórter israelense
Mas Huberman vê1xbet yeni girişoutra maneira.
– O que existe é uma rejeição1xbet yeni girişvárias populações árabes, que estão1xbet yeni girişmassa no Catar,1xbet yeni girişnão querer servir1xbet yeni girişimagem na mídia israelense. E isso é assim desde sempre. Não vão ser esses acordos diplomáticos entre as elites que vão mudar isso – explica.
– Ali é uma reação à instituição mídia israelense. Se houvesse um boicote, aqueles jornalistas não teriam sido permitidos1xbet yeni girişentrar no país – completa.
O vídeo acima mostra três libaneses. O jornalista cumprimenta os torcedores e pergunta1xbet yeni girişonde são. Um deles devolve a pergunta e, ao saberem que o repórter é1xbet yeni girişIsrael, se recusa a continuar a entrevista.
– O que um israelense vem fazer aqui? Não existe Israel, existe Palestina – diz um dos homens.
– Não, eu sou israelense. Israel também existe – retruca o jornalista.
Torcedor com a camisa da Arábia Saudita protesta contra presença1xbet yeni girişrepórter1xbet yeni girişIsrael
A maioria dos vídeos que circulam nas redes sociais mostra pessoas aderindo ao protesto silencioso. Mas há também imagens1xbet yeni girişdiscussões. No vídeo acima, um torcedor vestindo a camisa da Arábia Saudita se manifesta contra a presença1xbet yeni girişum repórter israelense.
– Você não é bem-vindo. Aqui é o Catar, nosso país, e você não é bem-vindo aqui. Só há a Palestina, não há Israel – diz o torcedor.
No vídeo abaixo, o jornalista1xbet yeni girişquestão havia dito, anteriormente, que era do Equador, mas,1xbet yeni girişoutra imagem captada, ele admite ser1xbet yeni girişIsrael e entra1xbet yeni girişdebate com quem filma.
– Nós seremos Israel para sempre. Quando você for para casa, diga para seus amigos que vocês não podem vencer Israel – diz o repórter.
– Nós temos uma terra chamada Palestina. Você não é bem-vindo aqui. Não há nada chamado Israel – retruca o torcedor
Jornalista israelense e torcedor,1xbet yeni girişapoio à Palestina, debatem no Catar