"Comum acordo" vira praxe para burlar regra que limita demissõesfutebol ao vivo sem travartécnicos no futebol brasileiro

Das 31 mudanças nas Séries A e B, 12 foram com a justificativa que dribla a legislação

Por Heitor Machado — Florianópolis


Seis meses após a aprovação da regra que pretende limitar o númerofutebol ao vivo sem travardemissõesfutebol ao vivo sem travartreinadores no Campeonato Brasileiro, 62% dos clubes das Séries A e B já realizaram trocas no comando técnico. Para burlar a norma, as diretorias têm costurado acordos com os profissionais para não perder o direitofutebol ao vivo sem travarcontratar um substituto.

Desde o início das Séries A e B, os clubes mudaramfutebol ao vivo sem travartécnico 31 vezes: 12 trocas foram feitas com a justificativafutebol ao vivo sem travar"comum acordo", sete divulgadas como pedidosfutebol ao vivo sem travardemissão e 11 como decisões dos clubes.

Em agosto, o Bahia anunciou a saída do técnico Dado Cavalcanti, mas não esclareceu se o profissional foi demitido ou se houve acordo. A reportagem entroufutebol ao vivo sem travarcontato com a assessoriafutebol ao vivo sem travarcomunicação do clube, que manteve a decisãofutebol ao vivo sem travarnão informar.

62% dos clubes das Séries A e B já trocaramfutebol ao vivo sem travartreinadores durante a competição nacional — Foto: InfoEsporte

De acordo com a nova regra, cada clube pode realizar uma demissãofutebol ao vivo sem travartécnico durante a competição, enquanto o treinador tem direito a pedir demissão uma única vez. Se solicitar um segundo desligamento, o profissional fica proibidofutebol ao vivo sem travarassumir outra equipe na mesma divisão. Ou seja, o "comum acordo", uma decisão conjunta das partes, não entra na norma.

Um exemplo claro disso aconteceu na última quarta-feira. O Náutico anunciou a saída do técnico Marcelo Chamusca após seis jogos à frente do time na Série B. Segundo o treinador, a rescisãofutebol ao vivo sem travarcontrato foifutebol ao vivo sem travarcomum acordo.

– Trabalheifutebol ao vivo sem travardois clubes desde que a proposta foi aprovada. No Botafogo fui demitido, e o clube tem cumprido o que acertamos. No Náutico demonstrei à diretoria a intençãofutebol ao vivo sem travarnão permanecer, o clube aceitou, e chegamos a um acordo – disse Chamusca.

A situação do Náutico, aliás, é curiosa. Hélio dos Anjos pediu demissão, foi substituído por Chamusca e na quinta-feira à noite acertou o retorno ao clube pernambucano. Um mês se passou entre a saída e a volta ao Timbu.

TROCAS EM COMUM ACORDO

Treinador Clube
Bruno Pivetti CSA
Cláudio Tencati Brasilfutebol ao vivo sem travarPelotas
Jerson Testoni Brusque
Marcelo Chamusca Náutico
Ney Franco CSA
Pintado Goiás
Roberto Fonseca Londrina
Rodrigo Chagas Vitória
Rodrigo Santana Confiança
Tiago Nunes Grêmio
Umberto Louzer Sport
Wagner Lopes Vila Nova

Alguns rompimentos, porém, não foram tão simples. Em julho, o técnico Felipe Conceição acionou a Câmara Nacionalfutebol ao vivo sem travarResoluções e Disputas (CNRD) questionando a declaração no termofutebol ao vivo sem travarrescisãofutebol ao vivo sem travarcontrato com o Cruzeiro, que afirmava que a rescisão havia sidofutebol ao vivo sem travarcomum acordo.

Em entrevista ao ge, o treinador optou por não falar sobre o imbróglio com o clube mineiro por orientação do advogado, mas disse respeitar a opção dos técnicos. Felipe elogiou a intenção da propostafutebol ao vivo sem travartentar garantir estabilidade aos profissionais.

– A lei permite o acordo, então é direito do trabalhador aceitar ou não. A regra tenta mudar a nossa culturafutebol ao vivo sem travartrocafutebol ao vivo sem travartreinador a cada três derrotas, mas não é tão simples. Precisamos compreender melhor os processos do jogo para construir trabalhosfutebol ao vivo sem travarmédio a longo prazo. É responsabilidade nossa, mas também dos dirigentes, torcida e imprensa. A regra permite o acordo, então não condeno os profissionais. Mas ela poderia contribuir bastante para a melhoria do nosso futebol – disse Conceição, agora no comando do Remo.

Felipe Conceição questionou a declaração no termofutebol ao vivo sem travarrescisãofutebol ao vivo sem travarcontrato com o Cruzeiro — Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Após início ruim na Série A do Campeonato Brasileiro, o técnico Lisca solicitou desligamento no América-MG. No mês seguinte, o treinador aceitou o convite do Vasco para substituir Marcelo Cabo, demitido pelo cruzmaltino, na Série B. Mas,futebol ao vivo sem travarsetembro, ele pediu demissão após derrota para o Avaí,futebol ao vivo sem travarFlorianópolis. Como as duas saídas foram solicitadasfutebol ao vivo sem travarclubesfutebol ao vivo sem travardivisões diferentes, o profissional segue liberado para trabalharfutebol ao vivo sem travarambas.

Presidente da Federação Brasileirafutebol ao vivo sem travarTreinadoresfutebol ao vivo sem travarFutebol, o ex-jogador Zé Mario lamentou a situação e afirmou que a classe deve se posicionar contra medidas que buscam driblar a cláusula que limita as trocas.

– Estamos orientando os técnicos para que analisem bem os termosfutebol ao vivo sem travarrescisão. Sabemosfutebol ao vivo sem travaralguns que afirmaram ter saído por vontade própria na verdade foram demitidos. Isso não pode acontecer. Brigamos tanto tempo para dificultar as demissões. O treinador que aceita está indo contra a própria classe – afirmou.

  • Técnicos que pediram demissão: Lisca (América-MG e Vasco), António Oliveira (Athletico), Mozart (Cruzeiro), Hélio dos Anjos (Náutico), Paulo Bonamigo (Remo) e Hemerson Maria (Vila Nova).
  • Técnicos que foram demitidos: Guto Ferreira (Ceará), Jair Ventura (Chapecoense), Alberto Valentim (Cuiabá), Rogério Ceni (Flamengo), Roger Machado (Fluminense), Miguel Angel Ramírez (Internacional), Fernando Diniz (Santos), Marcelo Chamusca (Botafogo), Felipe Conceição (Cruzeiro), Marcelo Cabo (Vasco) e Ramon Menezes (Vitória).
  • Não informado: Dado Cavalcanti (Bahia)

Dos 40 técnicos que começaram a competição empregadosfutebol ao vivo sem travartimes da elite e da Segunda Divisão, somente 15 permanecem no cargo. Na Série A são oito: Eduardo Barroca (Atlético-GO), Cuca (Atlético-MG), Maurício Barbieri (Bragantino), Vojvoda (Fortaleza), Marquinhos Santos (Juventude), Abel Ferreira (Palmeiras), Crespo (São Paulo) e Sylvinho (Corinthians).

Na Série B são sete: Claudinei Oliveira (Avaí), Gustavo Morínigo (Coritiba), Allan All (CRB), Daniel Paulista (Guarani), Matheus Costa (Operário), Gilson Kleina (Ponte Preta) e Felipe Surian (Sampaio Corrêa).

Procurada pela reportagem, a CBF disse respeitar a alegaçãofutebol ao vivo sem travarcada clube.