Enganovaidebet e corinthiansFelipão e indicaçãovaidebet e corinthiansFalcão: como Ade virou Tite e despontou no cenário nacional

Técnico do Brasil iniciou carreira como jogador levado ao Caxias-RS por conterrâneo,vaidebet e corinthiansquem virou desafeto, e assumiu o Grêmio após sugestãovaidebet e corinthiansoutro ex-treinador da Seleção

Por Tomás Hammes — Porto Alegre


A poucos jogosvaidebet e corinthiansse despedir da Seleção, o gaúcho Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, terá uma segunda chance para ser campeão da Copa do Mundo e repetir o feito conquistado há 20 anos por um conterrâneo, Luiz Felipe Scolari. O que talvez nem todo mundo saiba é que o apelido célebre foi dado justamente por Felipão e que a carreira do técnico teve uma "ajudinha"vaidebet e corinthiansoutro ex-treinador da Seleção, Paulo Roberto Falcão.

Filho do meio do casal Ivone Mazochi e Genor Bachi, Tite era apenas o Ade na Caxias do Sul do final dos anos 1970, quando dava os primeiros passos no futebol ao ladovaidebet e corinthiansMiro, o irmão mais novo, nas quadras e campos da cidade natal.

Então com 16 anos, Ade já treinava no Juventude e se destacava como camisa 10vaidebet e corinthianscampeonatos amadores entre escolas estaduais. Formava o setorvaidebet e corinthianscriação do time do Ginásio Guarani (hoje Escola Henrique Emílio Meyer) com outro garoto, Altemir Gauer, camisa 8 do time e conhecido pelo apelido de... Tite.

Na mesma época, bem antesvaidebet e corinthiansser o Felipão e técnico do Penta, Scolari era um zagueirovaidebet e corinthiansfim da carreira no outro clube da cidade, o Caxias, e que dividia seu tempo entre o futebol e as aulasvaidebet e corinthianseducação física para adolescentes na escola Cristóvãovaidebet e corinthiansMendoza.

Em 1977, Ginásio Guarani e Cristóvãovaidebet e corinthiansMendoza fizeram a final do campeonato escolar. Poucas pessoas lembram quem venceu, mas Scolari ficou impressionado com a qualidade da duplavaidebet e corinthiansmeio-campistas do time rival e indicou que fizessem um teste no clube grená.

– Eles jogavam no colegial e tinham um time bom. O Cristóvãovaidebet e corinthiansMendoza, treinado pelo Felipe, jogou a final com o Ginásio Guarani, do meu irmão. O Tite era um baixinho, o 8, e o Ade o 10. Meu irmão treinava no Juventudevaidebet e corinthianszagueiro, mas queria jogar na meia. O Felipe, que já era atleta do Caxias, o levou para lá, mas confundiu o nome – conta Ademir Bachi, o Miro, irmãovaidebet e corinthiansTite.

Tite era o camisa 10 do time da escola, enquanto Altemir, o Tite original, jogava com a 8 — Foto: Arquivo pessoal

Tímido e sem ter como ir, Altemir nunca apareceu para o teste no Caxias. O jovem Adenor foi levado por Felipão ao time juvenil do clube alguns dias depois e apresentado como Tite. Viria a se profissionalizar nos anos seguintes com o apelido herdado do colega e que carrega até hoje, deixando Ade restrito a amigos e familiares.

Enquanto Tite trilhava carreira como jogador antesvaidebet e corinthiansatingir a fama como técnico, Altemir virou professorvaidebet e corinthianseducação física. A dupla não manteve a amizade da infância, mas o Tite original guarda com carinho as lembranças das peladas na escola e as tardes regadas a bolachas enquanto faziam os temasvaidebet e corinthianscasa.

– O Ade sempre foi estudioso, articulado, gostavavaidebet e corinthiansteorias. Mas como poderia imaginar que meu colega, o cara que eu brincava, seria o técnico da Seleção? Jogador você pensa porque é o sonhovaidebet e corinthianstodo garoto – comenta Altemir.

Felipão foi uma espécievaidebet e corinthiansmentor para o jovem Tite. Os caminhosvaidebet e corinthiansambos viriam a se cruzar outras vezes ao longo dos anos, com um influenciando o outro. A relação dos dois, no entanto, foi rompida durante um clássico entre Palmeiras e Corinthians pelo Paulistãovaidebet e corinthians2011. Foi quando o atual técnico da Seleção, irritado com o rival, disparou o "fala muito, fala muito" e gestos ao antigo mentor.

– Houve o atrito ali. Cada um procurou seu lado. Até estiveramvaidebet e corinthiansum evento juntos, se cumprimentaram. No avião, meu irmão sentou à frente do Felipe, se virou e pediu desculpas. É uma situação que não está resolvida. São duas grandes pessoas, mas cada um com uma linha – pondera Miro.

Tite tinha Felipão como mentor no início da carreira — Foto: Reprodução

vaidebet e corinthians "Substituto"vaidebet e corinthiansFalcão

Depoisvaidebet e corinthiansuma carreira modesta como jogador, abreviada por uma sérievaidebet e corinthianslesõesvaidebet e corinthiansjoelho e cujo auge foi o vice-campeonato brasileiro com o Guaranivaidebet e corinthians1986, Tite iniciouvaidebet e corinthianstrajetória como técnico no início da décadavaidebet e corinthians1990, no pequeno Guaranyvaidebet e corinthiansGaribaldi, na serra gaúcha.

Dez anos depois,vaidebet e corinthians2000, viria a ser campeão gaúcho pelo Caxiasvaidebet e corinthianscima do Grêmiovaidebet e corinthiansRonaldinho Gaúcho. Naquele momento, ele já chamava atenção do próprio Grêmio, mas a primeira chance como técnicovaidebet e corinthiansum dos grandes clubes do país viria maisvaidebet e corinthiansseis meses depois. E teve participaçãovaidebet e corinthiansoutro ex-técnico da Seleção, Paulo Roberto Falcão, treinador do Brasil após a Copavaidebet e corinthians1990.

Nos últimos dias daquele ano, José Otávio Germano, então vicevaidebet e corinthiansfutebol do Grêmio, procurava um técnico para o lugarvaidebet e corinthiansCelso Roth na temporada seguinte. Marcou uma reunião com Falcão. O objetivo? Tirar o ex-volante do Inter do postovaidebet e corinthianscomentarista da TV Globo para retornar ao bancovaidebet e corinthiansreservas, mas com as cores do maior rival.

Falcão indicou Tite ao Grêmio após ser procurado pelo Tricolor no finalvaidebet e corinthians2000 — Foto: Lenara Petenuzzo

O convite inusitadovaidebet e corinthiansGermano pegou Falcãovaidebet e corinthianssurpresa. Sempre muito identificado com o Inter, o Reivaidebet e corinthiansRoma jamais pensaravaidebet e corinthianstrabalhar no lado azulvaidebet e corinthiansPorto Alegre. Pediu um tempo para pensar. Disse que precisava consultar a esposa, a apresentadoravaidebet e corinthiansTV Cristina Ranzolin.

– Ele me disse: “Zé, você está louco”? Falei que ele era ídolo da metade do estado e, assim que colocasse um terno azul bem bonito, seria da outra metade. Ele disse que precisaria falar com a Cristina e pediu 48 horas. Dei 24 – recorda Germano, atual prefeitovaidebet e corinthiansCachoeira do Sul.

No dia seguinte, o atual coordenador esportivo do Santos voltou à casa do amigo José Otávio. Educadamente, recusou o convite para ser treinador do Grêmio, mas levou duas indicações para ocupar o cargo. Falcão perguntou sobre a situação financeira do clube e ao receber a resposta não teve dúvidas: Tite eravaidebet e corinthiansindicação.

– Falcão daria a ideiavaidebet e corinthiansbuscar o (Carlos) Bianchi, então técnico do Boca Juniors. Ao saber que eu não tinha nada (de dinheiro), falou do Tite. Disse que entendia muitovaidebet e corinthiansfutebol – recorda.

Denis Abrahão, vicevaidebet e corinthiansfutebol do Grêmio recentemente e, à época, executivo do clube gaúcho, ligou para Tite. Ouviu que precisaria conversar com o empresário Gilmar Veloz. A situação incomodou o gigantevaidebet e corinthiansPorto Alegre pela dificuldadevaidebet e corinthiansmarcar um encontro com um técnico do interior que ainda era considerado uma aposta, mas nos dias seguintes a contratação seria fechada.

Tite vai comandar a Seleção pela segunda Copa seguida

Seis meses depoisvaidebet e corinthiansser campeão gaúchovaidebet e corinthianscima do Grêmio, Tite aproveitou para brincar com o então presidente José Alberto Guerreiro sobre os motivos da demora para contratá-lo.

– Se o trouxesse para jogar o Brasileirão e perdesse três seguidas, por mais que acreditasse no trabalho, seria muito difícil manter, pela passionalidade da torcida. No Gauchão, que seria impossível perder três seguidas, quem o mandaria embora seria eu. Sempre foi um grande caráter e com muita credibilidade – elogia Guerreiro.

vaidebet e corinthians Nasce uma parceria

No primeiro anovaidebet e corinthiansGrêmio, Tite conquistaria o Gauchão e a Copa do Brasilvaidebet e corinthianscima do Corinthiansvaidebet e corinthiansVanderlei Luxemburgo, com um time formatado no sistema 3-5-2 que no ano seguinte seria adotado, com algumas adaptações, por Felipão na conquista da Copa do Japão e da Coreia do Sul. Recebia um salário considerado baixo para os padrões do clube, mas já demonstrava a confiança no seu trabalho.

– Ofereci R$ 30 mil e ele aceitou. Mandei fazer o contrato logo, mas o Tite disse que queria R$ 30 milvaidebet e corinthianssalário, mas se ganhasse o Gauchão, levaria R$ 100 mil, a Copa do Brasil R$ 500 mil e a Libertadores R$ 1 milhão. Achei que ele fosse louco e eu esperto – conta Germano, aos risos.

Cleber Xavier iniciou a parceria com Tite no Grêmio — Foto: Paulo Franken / Arquivo / Agência RBS

O trabalho no Grêmio foi elogiado e colocou Titevaidebet e corinthiansvez na rota dos grandes clubes do país –vaidebet e corinthians2004 ele assumiu o Corinthians, pelo qual viria a ser campeão mundial anos depois. Foi no Tricolor também que o treinador formou uma das parcerias mais vitoriosas do futebol brasileiro e que se mantém na Copa do Catar.

Antes mesmovaidebet e corinthiansser contratado, durante as discussões sobre a montagem da comissão técnica, Tite revelou que gostariavaidebet e corinthianscontar com Geraldo Delamore, preparador físico do Caxias. Ganhou, mas para ser auxiliarvaidebet e corinthiansPaulo Paixão, que já estava no Tricolor.

O Grêmio decidiu também promover o então técnico da base para ser o auxiliar do novo treinador. Tite estava receoso, mas topou. O nome do auxiliar? Cléber Xavier.

– Foi no Grêmio que o Tite conheceu o Cléber. O presidente Guerreiro, o Zé Otávio, o Seu Verardi (superintendente do clube) e eu os apresentamos. Falamos que, caso ele não se adaptasse, poderia trocar. Estão juntos há maisvaidebet e corinthians20 anos – recorda Paulo Pelaipe, atual diretorvaidebet e corinthiansfutebol do Botafogo-SP e então dirigente do clube gaúcho.