O inútil massacre do Flamengo

Por Mauricio Saraiva — Porto Alegre


Flamengo 1 x 0 Corinthians | Melhores momentos | Semifinal | Copa do Brasil

Menos da metade do segundo tempo e Gerson estáfrente com Hugo Souza na marca do pênalti. Ao seu lado, atrás da linha da bola, Gabigol grita desesperadamente pelo passe que Gerson teria tempo e enquadramentocorpo para fazer. Gabigol entraria com bola e tudo, o Maracanã viria abaixo. Mas Gerson, melhor jogadorcampo, tenta fazer o gol e perde ali, na defesa do goleiro corintiano, a bola do jogo.

Seria um 2x0 mais apropriado à imensa superioridade do Flamengo sobre o Corinthians, mas a vitória carioca ficou só1x0. O time do estreante Filipe Luís criou chances suficientes e correu riscos suficientes para sair do jogoida com um indestrutível 5x2. Desperdiçou demais, teve golGabigol anulado e deixou a impressãoque os jogadores compraram imediatamente a ideiajogo do novo treinador.

A atuação contra o Corinthians foi a negação do desempenho anterior com Tite, amorfo e desanimado. Desta vez, havia tanta motivação que virava até afobação. Este defeito tirou um ou dois gols do Flamengo.

Medindo só a qualidade dos times, a lógica é o Flamengo ganhar a partidavoltaSão Paulo. Não é tão simples. O estádio corintiano vai explodirgente. A sensaçãoter escapado com o mínimoarranhões do Maracanã dará motivação adicional ao novo anfitrião.

Aliás, a patética direção do Flamengo não parase superar. Praticou preços extorsivos e esvaziou a casa. Havia menos50 mil flamenguistas, a média do ano está acima deste número. Ao praticar preços norueguesesum jogoque precisavaMaracanã lotado, Rodolfo Landim reiteroumais absoluta desconexão com a realidade da torcida do clube que preside e das pessoasgeral no Brasil. O dirigente nem cogitou que os preços europeus afastariamgente. Talvez fique incrédulo se alguém lhe disser que o valor estava alto demais. Não me surpreende.

Filipe Luis comemora gol do Flamengo com jogadores — Foto: Thiago Loureiro/AGIF