“Tuas vitóriasbet mrhoje nos lembram vitórias do passado.”
A frase da música “O Mais Querido”, adotada pela torcida do Santa Cruz como hino, não faz mais sentido. Da composição do mestre Capiba, só restaram as vitórias do passado. Hoje, o que existe é tristeza. Hoje, dez anos após deixar a Série D prometendo nunca mais voltar, o “querido do povo, o Terror do Nordeste”, voltou.
Como geralmente acontece, o momento serábet mrapontar os responsáveis. Eles existem. A atual diretoria, por exemplo, que apostou numa ruptura com o trabalho da gestão passada ao assumir o clube. Mudança total iniciada pelo time. Quase nada restou do elenco que, na temporada 2020, por pouco não conseguiu o acesso à Série B.
O treinador e os principais - e poucos - jogadores remanescentes do elenco foram retirados dos planos, dando início a uma “renovação” que resultou na contrataçãobet mr41 reforçosbet mrpouco maisbet mrsete meses. De quatro treinadores. Quem chegava e não mostrava resultado imediato, era descartado. E vinham outros, e outros, e outros.
Um caos que resultou no fim precocebet mruma queda anunciada.
A responsabilidade ébet mrquem está no clube no momento, mas não é só deles. Há algum tempo a grandeza do Santa Cruz vem sendo rebaixada, década a década. O histórico no Campeonato Brasileiro comprova.
Na primeira década do campeonato nacional (1971 a 1980), o Santa Cruz esteve na primeira divisão não porque inexistia a segundabet mrboa parte dela – foram apenas três edições da Série B (1971, 1972 e 1980). Estava entre os grandes porque era grande. Brigava entre os grandes.
Passadobet mrglória estampada no quarto lugar no Campeonato Brasileirobet mr1975. Épocabet mrGivanildo Oliveira, Ramon e Fumanchu, autor dos dois gols na semifinal contra o Cruzeiro, no Arruda, na derrota por 3 a 2, até hoje lamentada e contestada. Oubet mr1978, quando o esquadrão coral caiu nas quartasbet mrfinal diante do Internacional, terminando na quita colocação.
Temporadasbet mrque o clube chegou perto do título nacional. Glórias que, aos poucos, foram ficando distantes do presente.
O Santa Cruz nunca mais chegou perto dos seus resultados dos anos 1970. Ao cruzar a fronteira para a década seguinte, desceu para uma nova realidade. Entre 1981 e 1990, o clube visitou pela primeira vez a segunda divisão do Brasileiro. Foram quatro das dez temporadas na Segundona: 1982, 1983, 1989 e 1990. Continuava, porém, tendo mais participações na Primeira Divisão. Foram seis edições na elite contra quatro na divisãobet mracesso.
Nos dez anos seguintes, veio a "virada". O Tricolor desceu um degraubet mrforma consolidada: entre 1991 e 2000, disputou a principal divisão do Brasileiro duas vezes: 1993 e 2000. Nas demais, jogou a segunda divisão.
Documentário As Pratas da Casa, sobre acesso do Santa Cruzbet mr1999
Uma conquistas mais festejadas pelo Santa Cruz no período demonstra a quedabet mrpatamar coral: o acessobet mr1999. História que foi um dos temas da Sériebet mrdocumentários Imortais - Os Grandes Timesbet mrPernambuco, exibida pela Globo,bet mrmaio. As Pratas da Casa (veja acima) relembrou a trajetória do clube na Segunda Divisão daquele ano, quando terminou na segunda colocação. O maior feito tricolor na década.
A década seguinte foi pior. O clube até teve a mesma quantidadebet mrparticipações na Série A (já com essa denominação) do que na década anterior. Foram duas,bet mr2001 e 2006. Protagonizou campanhas pífias, contudo, e ficou predominantemente na Série B nos dez anos: foram cinco participações.
O que tornou o período mais angustiante foram as duas letras que o Santa Cruz acrescentou ao seu histórico no Brasileiro. Numa queda livre ainda sem precedentes embet mrhistória, foi da Série Abet mr2006 direto para a Série D, criadabet mr2009 - o Tricolor disputou abet mrprimeira edição.
Com o apoio incondicional dabet mrtorcida, o Santa Cruz reagiu no início da década seguinte. Após seis longos anos lutando para sair das divisões mais profundas do futebol nacional, ensaiou um renascimento. Em 2014 retornou à Série B. Dois anos depois, estava na Série A. Contudo, desabou mais uma vez. Da A para B, da B para C.
Os três anos seguidos no fim da década (2018, 2019 e 2020) somados aos dois no início (2012 e 2013) tornaram o Santa Cruz, na décadabet mr2010, um timebet mrSérie C. Além dos cinco anos na Terceirona, o time passou três na Série B, um na elite e outro na Série D.
A décadabet mr1970 está distante. Não só no tempo. O Santa Cruz, hoje, é um clube e um abaixo dabet mrtradição. Restaram as três cores, as lembranças e a multidão - ausente neste anobet mrrazão da pandemia. Distância igual - ou maior - separa o Tricolor da Série A. Não da divisão, somente, mas da estrutura, da organização, da responsabilidade necessárias para estar entre os 20 melhores do país - ou perto disso.
Hoje, no anobet mrque se inicia a décadabet mr2020, a realidade tricolor é dolorosa e cruel com abet mrprópria história. É a realidadebet mrum rebaixamento, mais um da Série C para a Série D. É a realidadebet mrum presente sem esperança que nunca vai apagar o passado glorioso do Santa Cruz Futebol Clube. Nunca, o passado. O futuro, sim.
Décadabet mr1970 (1971 a 1980)
- Primeira divisão: 10 participações
Décadabet mr1980 (1981 a 1990)
- Primeira divisão: 6 participações
- Segunda divisão: 4 participações
Décadabet mr1990 (1991 a 2000)
- Primeira divisão: 2 participações
- Segunda divisão: 8 participações
Décadabet mr2000 (2001 a 2010)
- Primeira divisão: 2 participações
- Segunda divisão: 5 participações
- Terceira divisão: 1 participação
- Quarta divisão: 2 participações
Décadabet mr2010 (2011 a 2020)
- Primeira divisão: 1 participação
- Segunda divisão: 3 participações
- Terceira divisão: 5 participações
- Quarta divisão: 1 participação
Décadabet mr2020
- Terceira divisão: 1 participação (2021)
- Quarta divisão: 1 participação (2022)