Francisco Cezário foi destituído do cargopresidente da FederaçãoFutebolMato Grosso do Sul (FFMS) após uma Assembleia Geral Extraordinária organizada pela entidade nesta segunda-feira (14). Durante a reunião, clubes e associados avaliaram os atosgestãoCezário.
A assembleia teve início às 14h48 na CâmaraDirigentes LojistasCampo Grande. Com votação a portas fechadas, o processo foi realizadoforma ponderada: clubes da primeira divisão tiveram direito a votos com peso 3, os demais clubes a peso 2, e as ligas e clubes amadores a um peso por cada voto.
O resultado final foi44 votos a favor da destituição e 21 contra. Com isso, Cezário deixa o cargopresidente da FFMS, e o presidente interino também não poderá assumir o posto. Além da destituição, os participantes da assembleia elegeram uma Comissão Eleitoral que organizará novas eleições, previstas para ocorrer no dia 1ºnovembro2024.
O advogado da Federação, Rafael Meirelles GomesÁvila, explicou que as pessoas que podem candidatar-se às vagas são aquelas que já exerceram o cargopresidenteum clubefutebol por três anos.
“Foi montada uma comissão eleitoral composta por três filiados que vão receber as candidaturas dos presidentes filiados e vão deliberar sobre o deferimento ou não dessa candidatura”, afirmou.
De acordo com Ávila, a FFMS teve acesso aos atos do processo criminalCezário, e levou essas informações aos associados e filiados. O advogado destacou que os crimesCezário não foram julgados na assembleia, e sim os atos relacionados à Federação.
“Não foram julgados os crimes, o que foi julgado foram os atos do presidente que tem sobre si esse poder diretivo. Então são atosgestão temerária e irregular, independente dos crimes que a justiça está apurando. Atos que não guardaram coerência com as regras contábeis,administração,direção, regras esportivas”, explicou Ávila.
O advogadoCezário, Paulo Cezar Marques, esteve presente e afirmou que o afastamento foi conduzidomaneira irregular, alegando faltaelementos suficientes para a acusação. Segundo ele, o caso se baseiainvestigações do GrupoAtuação EspecialRepressão ao Crime Organizado (Gaeco) e nãoações ligadas à FFMS.
O processodestituição acontecemeio à Operação Cartão Vermelho, iniciadamaio e mantida sob segredojustiça. Francisco Cezário já havia sido afastado da presidência da FFMS por decisão da Confederação BrasileiraFutebol (CBF), após alegaçõesirregularidades na gestão da entidade.
A Operação Cartão Vermelho investiga possíveis atoscorrupção e má administração dentro da FFMS, incluindo suspeitasdesvioverbas e manipulaçãoprocessos administrativos. Entretanto, os detalhes das acusações seguem sob sigilo, e, até o momento, nem Cezário nem outros envolvidos foram julgados.
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