Da garagem à glória: Bia Ferreira encerra carreira olímpica como maior medalhista do Brasil no boxe

Mesmo sem ouro, pugilista soma bronzeaprender a jogar na roletaParis à prataaprender a jogar na roletaTóquio, eterniza legado e deixa boxe olímpico "com dever cumprido"

Por Bruno Ribeiro — Juizaprender a jogar na roletaFora, MG


A terça-feira foi marcante para Bia Ferreira e para o boxe brasileiro. Mais uma vez, a pugilista conquistou a honraaprender a jogar na roletasubir ao pódio nos Jogos Olímpicos, com a medalhaaprender a jogar na roletabronzeaprender a jogar na roletaParis. Apesar da frustração por “não colorir”aprender a jogar na roletaouro a prataaprender a jogar na roletaTóquio, a baiana criadaaprender a jogar na roletaMinas Gerais encerrou a carreira no boxe olímpico como a brasileira com mais medalhas na modalidade.

As 151 vitórias em 160 lutas disputadas e os 41 pódiosaprender a jogar na roleta42 competições mostram bem o peso que Bia tem para o esporte na categoria 60kg. O ge reconta a históriaaprender a jogar na roletauma das atletas mais vencedoras do boxe brasileiro, que saiu da garagemaprender a jogar na roletacasa para se tornar referência no esporte.

Bia Ferreira faz história e encerra carreira olímpica com legado — Foto: Alexandre Loureiro/COB @alexandreloureiroimagens

aprender a jogar na roleta O "berço",aprender a jogar na roletauma garagemaprender a jogar na roletaSalvador

Tudo começou na Bahia, onde uma menina nasceu com DNA vencedor. Bia é filhaaprender a jogar na roletaRaimundo Oliveira Ferreira. Mais conhecido como Sergipe, ele foi tricampeão baiano e bi do Brasileiro nos pesos-galo e supergalo, alémaprender a jogar na roletater sido sparring do tetracampeão mundial Acelino "Popó" Freitas por cinco anos.

Alémaprender a jogar na roletaatleta, Sergipe se dedicava a ensinar o esporte na garagemaprender a jogar na roletacasa, no Bairro Nova Brasília,aprender a jogar na roletaSalvador. Entre uma sessão e outra com os garotos da região, uma meninaaprender a jogar na roletaquatro anos descia as escadas, atraída por um barulho específico que vinha da baseaprender a jogar na roletatreinamento.

“Eu lutava, e ela sempre gostou, acompanhou. Ela sempre ia junto com a mãe e nisso foi pegando amor pelo esporte. A gente moravaaprender a jogar na roletacima e a garagem eraaprender a jogar na roletabaixo, onde treinavam os meninos da rua. Quando ouvia o barulho do sacoaprender a jogar na roletaareia, a Beatriz descia para assistir aos treinos”, contou Sergipe.

Com o passar do tempo, a pequena Bia se apaixonou pelo trabalho do pai, com um soco aqui, outro ali. Ela começou a treinaraprender a jogar na roletamaneira mais consistente a partir dos oito anosaprender a jogar na roletaidade, e não parou mais.

Bia Ferreira boxe e o pai Raimundo "Sergipe" — Foto: Arquivo pessoal

aprender a jogar na roleta A vida no ringueaprender a jogar na roletaMinas Gerais

Depois do fim da parceria como sparringaprender a jogar na roletaPopó, Sergipe teve a oportunidadeaprender a jogar na roletafazer uma luta e ficar três mesesaprender a jogar na roletaJuizaprender a jogar na roletaFora, Minas Gerais. Ele venceu o confronto, agradou ao donoaprender a jogar na roletauma academia local e ficou definitivamente na cidade, para onde levou a filha Bia, que tinha 11 anos,aprender a jogar na roleta2004.

A partir daí, Sergipe começou a lapidar o talento dela, com potencial grande a ser explorado. Ele colocou a filhaaprender a jogar na roletauma academia para treinar com meninos, já que, segundo o próprio Sergipe, não havia lutadoras do nível da jovem promessa.

Beatriz Ferreira deu os primeiros socos ao lado do pai, Sergipe — Foto: Beatriz Ferreira/Arquivo Pessoal

Com os esforços feitos pelo pai e pessoas que conheciam o trabalho na academia, Bia passou a lutaraprender a jogar na roletacompetições nacionais. O patamar da pugilista mudou quando ela foi notada pela seleção brasileira.

— Do nada, apareceu essa menina, vindo sem experiênciaaprender a jogar na roletaluta, batendoaprender a jogar na roletagente que tinha 20, 30 combates. Fomos convidados para participaraprender a jogar na roletaum trabalho com a seleção brasileira. A Adriana Araújo (bronzeaprender a jogar na roletaLondres 2012) iria lutar e precisavaaprender a jogar na roletaalguém para ajudar na categoria dela. Bia foi e, a partir disso, conseguiu conquistar o pessoal da seleção. Bia se destacou, começou a viajar para fora do país e hoje é só alegria – contou Sergipe.

Adriana Araújo foi uma das inspiraçõesaprender a jogar na roletaBia e ajudou a boxeadora no começo da carreira — Foto: Getty Images

Embora a relação mais intensa seja com o pai, Bia não se esqueceaprender a jogar na roletavalorizar a figura da mãe. Sergipe e Suzana Pereira Soares, que moraaprender a jogar na roletaSalvador, são separados, mas a pugilista considera que o grande suporte para ela ser quem é veio dos dois, no ambiente familiar.

— Só posso agradecer pelos pais que eu tenho. Hojeaprender a jogar na roletadia sou uma boa pessoa, tenho caráter e graças à educação que tiveaprender a jogar na roletacasa. Sempre me apoiaram, sempre estiveram comigoaprender a jogar na roletatodas as decisões que tomei, com os puxõesaprender a jogar na roletaorelha. O que tinha que ser dito, era dito. E eu sou muito amiga dos meus pais e fico muito contenteaprender a jogar na roletater essa relação com eles — afirma.

aprender a jogar na roleta Bia Ferreira, do Brasil e do mundo

Beatriz Ferreira teve um ciclo olímpico extremamente vencedor antes dos Jogosaprender a jogar na roletaTóquio. Além da medalhaaprender a jogar na roletaouro nos Jogos Pan-Americanosaprender a jogar na roletaLima e do título mundial, ambosaprender a jogar na roleta2019, Bia se consolidou como postulante à medalha olímpica com outras conquistas internacionais.

Bia ganhou torneios na Polônia, Sérvia, República Tcheca, Alemanha e maisaprender a jogar na roletauma vez na Bulgária, conquistando o Strandja,aprender a jogar na roleta2019 e 2021, e o Torneio dos Balcãs,aprender a jogar na roleta2017 e 2020, entre outros torneios no país e mundo afora.

Beatriz Ferreira como o título do Pan-Americanoaprender a jogar na roleta2019 — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

Mesmo com méritos próprios, Beatriz Ferreira nunca deixouaprender a jogar na roletaagradecer e exaltar o trabalho do pai na vida dela. Em entrevista dada ao ge,aprender a jogar na roleta2019, semanas depoisaprender a jogar na roletaser ouro no Panaprender a jogar na roletaLima, ela disse:

"Ele é o grande responsável por tudo isso. Foi vendo ele treinar, a paixão dele pelo boxe e a dedicação no dia a dia, que me apaixonei pelo boxe. Vendo o amor dele, criei o meu amor. Ele é o meu herói e hoje dou orgulho para ele. É muito bom trabalhar com o que a gente ama porque a gente não trabalha, se diverte o tempo inteiro".

Com uma escaladaaprender a jogar na roletavitórias e grandes resultados, Bia Ferreira chegou a Tóquio como uma das favoritas ao ouro olímpico na categoria 60kg. Com boa campanha, Bia Ferreira assegurou o bronze ao avançar pelas semifinais. No entanto, ela foi derrotada por Kellie Harrington, da Irlanda, e ficou com a prataaprender a jogar na roleta2021.

Bia Ferreira x Kellie Harrington final boxe até 60kg Olimpíadasaprender a jogar na roletaTóquio — Foto: Brendan Moran/Sportsfile via Getty Images

aprender a jogar na roleta Ciclo Paris 2024

A frustração com o vice-campeonato olímpico não abalou Bia. Com conquistasaprender a jogar na roletatorneios mundo afora, a boxeadora teve 2023 como um anoaprender a jogar na roletareafirmação no cenário internacional. No dia 26aprender a jogar na roletamarço, Bia venceu a colombiana Angie Valdezaprender a jogar na roletaNova Dehli, na Índia, e se sagrou bicampeã do Mundial.

Bia Ferreira é a atual bicampeã mundial e pan-americana — Foto: Divulgação/IBA

Sete meses depois, no dia 27aprender a jogar na roletaoutubro, Bia conquistou mais um bicampeonato. Desta vez, ela venceu novamente os Jogos Pan-Americanosaprender a jogar na roletaSantiago, no Chile. Pela frente, a mesma Angie Valdez, que novamente não foi páreo para a baiana.

As conquistas do Pan e do Mundial no boxe olímpico vieram depoisaprender a jogar na roletaum movimento estratégicoaprender a jogar na roletaBia Ferreira na carreira. Em outubroaprender a jogar na roleta2022, a lutadora assinou um contrato para disputar competições profissionais

Ela estreou na nova modalidade no dia 13aprender a jogar na roletanovembroaprender a jogar na roleta2022 e venceu a compatriota Taynna Cardoso. Bia conquistou a vitória por pontos após quatro roundsaprender a jogar na roletatrês minutos,aprender a jogar na roletadecisão unânime dos juízes.

Após começar a se acostumar com o que ela mesma chamouaprender a jogar na roleta“novo esporte”, Bia empilhou resultados positivos. Ela venceuaprender a jogar na roletasequência a norte-americana Carisse Brown, a mexicana Karla Zamora e a estadunidense Destiny Jones.

Bia Ferreira faturou cinturão do Mundial pela Federação Internacionalaprender a jogar na roletaBoxe — Foto: Mark Robinson/Matchroom Boxing via Getty Images

Por fim, Bia Ferreira foi para a luta que valia o cinturão do peso-leve da Federação Internacionalaprender a jogar na roletaBoxe. Ela venceu a argentina Yanina Lescano por nocaute técnico no sexto round,aprender a jogar na roletaLiverpool, Inglaterra, no dia 27aprender a jogar na roletaabrilaprender a jogar na roleta2024.

A atleta se tornou a primeira medalhista olímpica do Brasil a conquistar um título mundial no boxe profissional. Apesar da aposentadoria olímpica, Bia seguirá carreira com lutas profissionais.

aprender a jogar na roleta Bronzeaprender a jogar na roletaParis

Dominante. Bia Ferreira chegou a Paris como uma das favoritas ao ouro na categoria 60kg. Disposta a "colorir" a medalhaaprender a jogar na roletaprata conquistada três anos antes com a cor dourada, ela não deu chances à norte-americana Jajaira Gonzalez e à holandesa Chelsey Heijnen nas oitavas e nas quartas-de-final.

Kellie Harrington beija Bia Ferreira após a luta pelas Olimpíadas — Foto: AFP

Nas semifinais, a luta mais esperada pela brasileira. Ela reencontrou Kellie Harrington, da Irlanda, a adversária que venceu Bia na final olímpicaaprender a jogar na roletaTóquio. Novamente, a brasileira foi derrotada e ficou com o bronze.

Após a derrota, Bia lamentou a ausência na final, confirmou o fim do ciclo no boxe olímpico e disse ter uma "missão" entre as profissionais.

Bia Ferreira com a medalhaaprender a jogar na roletabronze — Foto: Maye-E Wong / Reuters

— Não era esse o objetivo. Queria ser campeã olímpica. Queria despedir com chaveaprender a jogar na roletaouro. Acredito que tudo aconteça por uma razão. mas contente pela minha trajetória. Quem mais queria ganhar, era eu. Mas não foi dessa vez. Tenho missão no boxe profissional e, se deus quiser, vou completar. Mas saio feliz do boxe olímpico.