Transfer ban: empresa italiana acusa controladora da SAF do Athleticroleta aleatóriafaltaroleta aleatóriatransparência

Tiberis Holding afirma que F&P não tem prestado informações sobre as finanças do clube e tem recusado investimentos. Presidente da SAF deve se manifestar ainda nesta semana

Por Bruno Ribeiro — São João del Rei, MG


O transfer ban aplicado pela Fifa junto ao Athletic por uma dívidaroleta aleatóriauma negociação internacional não é o único problema que o cluberoleta aleatóriaSão João del Rei atravessa no momento. Além da impossibilidaderoleta aleatóriainscrever jogadores, o Esquadrãoroleta aleatóriaAço vive uma crise dentro do quadroroleta aleatóriaassociados da Sociedade Anônima do Futebol.

A Tiberis Holding, empresa italiana que é uma das sócias minoritárias da SAF, acusa a F&P Gestão Esportiva, controladora e detentora do maior númeroroleta aleatóriaações do Alvinegro, de faltaroleta aleatóriatransparência sobre a situação financeira e fiscal da Sociedade Anônima do Futebol (confira a nota completa ao fim da reportagem).

Athletic, Estádio Joaquim Portugal — Foto: Athletic/Divulgação

Além disso, a empresa italiana demonstra preocupação com a estabilidade econômica e a gestão do projeto e afirma que há resistência do sócio majoritárioroleta aleatóriaaprovar chamamentos para aumentoroleta aleatóriacapital para novos investimentos e melhor controle do endividamento da SAF.

A reportagem procurou o Athletic e a F&P Gestão Esportiva para se posicionarem sobre as alegações do sócio italiano. A comunicação do clube informou que o tema será abordadoroleta aleatóriabreve pelo presidente da SAF, Fábio Mineiro. Além disso, a assessoria reiterou que a dívida com o Moreirense,roleta aleatóriaPortugal, aconteceuroleta aleatóriarazãoroleta aleatóriauma "questão sistêmica" e que o pagamento deve acontecer ainda nesta semana.

Os problemas internos entre os associados da SAF do Athletic começaram no segundo semestreroleta aleatória2024, depois que o empresário Vinícius Diniz, dono da FutBraz, vendeu as ações que detinha para a F&P Gestão Esportiva, empresaroleta aleatóriaFábio Mineiro e Pierre Fernandes. Com isso, o quadro societário ficou da seguinte maneira:

  • F&P Gestão Esportiva – 68,5%
  • Tiberis Holding – 16,5%
  • Construtora Felipão – 5%
  • Testotrans – 5%
  • Associação Athletic – 5%

A partirroleta aleatóriaagostoroleta aleatória2024, data da trocaroleta aleatóriacontrole da SAF, a Tiberis Holding, que chegou ao Athleticroleta aleatóriadezembroroleta aleatória2023, começou a demonstrar descontentamento com as ações do sócio majoritário.

Esta desaprovação e as dúvidas da empresa italiana quanto à gestão da SAF aparecem nos editaisroleta aleatóriaconvocação das últimas duas Assembleias Gerais Extraordinárias, realizadasroleta aleatórianovembroroleta aleatória2024 eroleta aleatóriajaneiroroleta aleatória2025. O ge teve acesso aos documentos, que são públicos.

Dentre os principais tópicos presentes nos documentosroleta aleatóriaconvocação para as reuniões estavam:

  • Pedido de apresentação das contas da SAF nos exercíciosroleta aleatória2021, 2022 e 2023;
  • Correção e regularização de demonstrativos contábeis;
  • Contrataçãoroleta aleatóriaauditoria independente;
  • Preocupação com endividamento e compromissos a cumprir;
  • Pedidoroleta aleatóriainformações sobre a viagemroleta aleatóriaFábio Mineiro ao exterior para buscar investidores, sem ciência ou anuência dos sócios minoritários
  • Necessidaderoleta aleatóriaaumento do capital na empresa;

O principal pontoroleta aleatóriadescontentamento da Tiberis com a F&P Gestão Esportiva está ligado à falta do repasseroleta aleatóriainformações financeiras e fiscais relativas à Sociedade Anônima do Futebol.

A empresa italiana afirmaroleta aleatórianota que “vem requerendo ao acionista majoritário, representado pela empresa F&P e por seu sócio Fabio Mineiro, esclarecimentos sobre a situação financeira da empresa para garantir a estabilidade do clube”.

O ge apurou que a empresa italiana requisitou uma auditoria independente para avaliar os demonstrativos contábeis dos exercícios 2021, 2022, 2023 e 2024. O serviço era prestado por uma empresaroleta aleatóriacontabilidade contratada pela SAF.

No entanto, após Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 28roleta aleatórianovembroroleta aleatória2024, o envio da documentação para uma auditoria independente foi aprovado. Até a publicação desta reportagem o resultado da auditoria não havia sido aprovado.

A ata da reunião mostra também que a Tiberis e a Testotrans, outro sócio minoritário, não aprovaram as contasroleta aleatória2021, 2022 e 2023,roleta aleatóriarazãoroleta aleatóriaerros e irregularidades supostamente apurados pelas empresas a partir da realizaçãoroleta aleatóriaum due diligence, processoroleta aleatóriaanálise e investigação detalhada que é realizado antesroleta aleatóriauma transação comercial, investimento ou parceria empresarial.

Além disso, Tiberis e Testotrans alegaram na reunião que não tinham acesso à contabilidade da épocaroleta aleatóriaque a Futbraz esteve no controle da companhia. Em resposta, a F&P informou que tinha acesso a documentação financeira e fiscal, mas alegou também que não tinha o controleroleta aleatóriacomo era feita esta contabilidade.

roleta aleatória Discordância sobre aumentoroleta aleatóriacapital

Outro ponto sensível que tem sido motivoroleta aleatóriadiscussões e desacertos entre Tiberis e F&P Gestão Esportiva é o aumento da capital da empresa.

Enquanto a holding italiana vê a necessidaderoleta aleatóriaum novo aporte dos associados para capitalizar o projeto, a controladora entende que a SAF tem previsibilidaderoleta aleatóriarecursos suficiente para arcar com os débitosroleta aleatóriacurto prazo.

Em novembro, a F&P Gestão Esportiva apresentou um balanço sobre o endividamento de curto prazo. De acordo com a ata da reunião, a SAF tinha um débitoroleta aleatóriaaproximadamente R$ 7.400.000,00 a pagar até 31roleta aleatóriadezembroroleta aleatória2024, com uma previsibilidaderoleta aleatóriareceitaroleta aleatóriaR$ 7.500.000,00. Desta forma, a controladora argumentou na época que o novo aporte sugerido pela Tiberis não se fazia necessário naquela momento, já que a SAF teria caixa para quitar os débitos.

No entanto, um mês e uma semana depois desta reunião, o Athletic não efetuou o pagamento da compraroleta aleatóriaWalisson junto ao Moreirenseroleta aleatóriajaneiroroleta aleatória2024 e sofreu o transfer ban da Fifa, que impede momentaneamente o Alvinegroroleta aleatóriainscrever novos atletas.

O Athletic informouroleta aleatórianota que uma "questão sistêmica" impediu a quitação. Até a publicação da reportagem a punição seguia mantida pela Fifa

Sobre investimentos, a Tiberis entende que a captação deveria ser feita atravésroleta aleatóriaaportesroleta aleatóriatodos os sócios,roleta aleatóriaque todos teriam o direitoroleta aleatóriaaportarem a mesma porcentagem do capital que detém da empresa a partirroleta aleatóriaum valor pré-estabelecido. O argumento da Tiberis é que esta modalidaderoleta aleatóriacaptação é prioritária no Estatuto Social e no Acordoroleta aleatóriaSócios.

A F&P Gestão Esportiva discorda da necessidade do aporte e também não aprova que esta captação seja feita com mudançasroleta aleatóriaporcentagem na organização societária da SAF. De acordo com a ata, Fábio Mineiro entendia na ocasião que os recursos oriundos do sucesso esportivos do time seriam suficientes para quitar os compromissos.

Fábio Mineiro e Pierre Fernandes viajaram para negociar vendaroleta aleatóriaações do Athletic com investidores internacionais — Foto: Athletic Club/Divulgação

Este assunto gerou outro ruído entre os associados. A Tiberis pediu explicaçõesroleta aleatórianovembroroleta aleatória2024 sobre a viagem feita por Fábio Mineiro e Pierre Fernandes responsáveis pela F&P Gestão Esportiva, para Europa e Mundo Árabe. O ge noticiou, a partirroleta aleatóriacomunicado oficial do próprio Athletic, que a ida ao exterior tinha como finalidade a captaçãoroleta aleatórianovos investimentos.

A empresa italiana afirmou que os sócios minoritários não foram consultados ou avisados sobre a viagem e que tiveram conhecimento disso a partir da imprensa. Além disso, a holding considera que este tiporoleta aleatóriaconduta é ruim para a própria imagem da SAF.

Em resposta, Fábio Mineiro informou na reunião na época que este tiporoleta aleatóriaação é corriqueira no mercado do futebol e que a excursão tinha objetivoroleta aleatóriafortalecer a marca e estreitar relacionamentos.

roleta aleatória Confira a nota da Tiberis Holding

Sobre a questão do Transfer Ban imposto ao Athletic, é imperioso ressaltar que a acionista minoritária da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Tiberis, não teve meios para impedir tal medida. Há algum tempo a Tiberis vem requerendo ao acionista majoritário, representado pela empresa F&P e por seu sócio Fabio Mineiro, esclarecimentos sobre a situação financeira da empresa para garantir a estabilidade do clube.

Entretanto, a F&P, que detém o controle da SAF, tem recusado sistematicamente a prestaçãoroleta aleatóriainformações detalhadas sobre as finanças da empresa, o que gera insegurança aos demais acionistas e prejudica o alinhamento estratégico necessário para a gestão eficaz da entidade. Adicionalmente, observa-se uma resistência da F&Proleta aleatóriaatender às convocações para discussões sobre possíveis chamamentosroleta aleatóriacapital, o que se apresenta como um entrave ao desenvolvimento sustentável do Athletic.

Por fim, é crucial salientar que a Tiberis, alinhada com os interesses dos demais acionistas, manifesta clara intençãoroleta aleatóriatransformar o Athleticroleta aleatóriauma referência entre as SAFs do interiorroleta aleatóriaMinas Gerais. Contudo, tem encontrado dificuldadesroleta aleatóriaconcretizar tal objetivo,roleta aleatóriarazão da postura do acionista controlador, que tem imposto barreiras à plena realização desse propósito.