"Não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Marta, não vai ter uma Cristiane. O futebol feminino dependecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcvocês para sobreviver, então pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim".
A mensagemcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcMarta após a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina encontroucomo apostar em lutas do ufcJuizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora quem precisa desse estímulo e vive no dia a dia o desafiocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcmanter acesa a paixão por jogar futebol. São mulheres que amam o jogo e enfrentam desde cedo obstáculos para terem acesso ao esporte que escolheram. Com diferentes origens e históriascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcvida, elas ajudam a contar o que é jogar futebol para uma mulher na sociedade atual.
Embora reconheçam que o cenário na cidade esteja bem melhorcomo apostar em lutas do ufc2019 se comparado a um passado recente, as jogadoras ouvidas pela reportagem afirmam que ainda há um longo caminho a percorrer. Atualmente, Juizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora conta com participaçãocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcmeninascomo apostar em lutas do ufcescolinhascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcfutebol, competições amadoras nas categorias sub-17 e adulta, alémcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufctimes tradicionais no gênero.
Começo difícil
Bárbara Bepler é uma conhecedora dessa realidade. Atual preparadora física do sub-18 femininocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcfutebol do Cruzeiro, ela joga futsal – que também é uma das portascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcentrada para os campos – desde criança. Em 2017, conduziu um estudo como trabalhocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcconclusão para o cursocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcEducação Física na Universidade Federalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcJuizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora (UFJF) sobre o cenário do esporte para mulheres na cidade.
– As dificuldadescomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcencontrar locais para praticar a modalidade e para competir são recorrentes para elas desde a infância. Na categoria adulta, da qual fazem parte hoje, temos uma possibilidade um pouco maior com relação às equipes e torneios. Entretanto, ainda assim, esbarramoscomo apostar em lutas do ufcproblemas como faltacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcorganização e investimentos. O cenário do futebol é, ainda, bem diferente do futsal. Com relação ao futebol,como apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcacordo com a vivência das atletas, não há quase nenhuma possibilidade na cidade, o que é extremamente triste porque o Brasil,como apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcuma maneira geral, está procurando jogadorascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcfutebol pela obrigatoriedade na criaçãocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufccategorias femininas ecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcbase para a disputa das competições na categoria adulta masculina (casos dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro e dos participantes da Copa Libertadores). Como elas não têm vivência no campo, quando saem para testes, por exemplo, sofrem com as diferenças entre as modalidades. A necessidadecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufclocaiscomo apostar em lutas do ufcJuizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora que oportunizem essa vivência para elas é imprescindível – alertou.
Uma dessas jovens atletas pertocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcpassar pela transição é Camilacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcSalles Andrade. Ela tem 18 anos e está no 3° ano do ensino médio. Ala esquerda do timecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcfutsal da UFJF, Camila vê um cenáriocomo apostar em lutas do ufcque a jogadora precisa se destacar primeiro para ganhar apoio depois.
– Eu acho que é uma questãocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcmachismo, porque o que a gente tem que fazer para ter um poucocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcreconhecimento, os homens não precisam fazer nem a metade. Não tem outra explicação para isso a não ser que a nossa sociedade é muito machista.
Mais à frente nesse processo está Beatriz Marinho. Aos 23 anos, ela começou a jogar na rua quando criança e voltou recentemente a alimentar o sonho da profissionalização. Só que nem isso pode ser suficiente. Goleira do Tá Joia e da Atlética da Medicina da UFJF, Beatriz tem contato com outras mulheres que conseguiram emprego no futebol e sabe que o mercado não é dos mais rentáveis.
– Eu sempre penseicomo apostar em lutas do ufcfazer Medicina, mas não nego que ver outras meninas saírem da minha região para jogar como profissional me enchia os olhos. Mas durante a caminhada pude perceber o quanto era difícil para elas que já estavam bem no cenário nacional. Então abandonei a vontade do profissional até recentemente. Os treinamentos, os campeonatos e os resultados que obtivecomo apostar em lutas do ufcJuizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora me fizeram acreditar que talvez seja possível, apesar da idade. Estou alimentando essa ideia – contou a arqueira, naturalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcCarbonita.
Quem viveu na pele algumas das dificuldades indicadas por Beatriz foi a ala/fixo do Buscapé, Ana Beatriz Goberto. Ela por três vezes tentou a sortecomo apostar em lutas do ufcmercados maiores do futebol – Taboão da Serra, São José dos Campos e Araraquara – e colecionou frustrações. Desistiucomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcseguir carreira e hoje recebe para disputar campeonatos por equipes locais.
– Minha maior decepção foicomo apostar em lutas do ufcTaboão. Prometeram uma coisa e quando cheguei lá, era outra. O cara que convidou a gente era técnico mesmo, mas ele era sub-17. A treinadoracomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcverdade sequer sabia o que a gente estava fazendo ali, quem era a gente. Na primeira semana foi ótimo. Mas ficamos dois meses sem estudar e na última semana que conseguimos escola, parecia um cortiço. Prometeram-nos um cursinhocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcInglês, mas a professora era irmã do treinador e ainda estava estudando. Na alimentação, a gente comia arroz e ovocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcmanhã,como apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufctarde ecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcnoite. Quando viemos embora, deixamos algumas coisas lá e ninguém nos enviou. Saí mais duas vezes, mas me enrolaram e deixei para lá, abri mão. Desde nova que eu tento e a idade está batendo. Pensocomo apostar em lutas do ufcestudar no futuro, porque no Brasil é muito difícil – lembrou a jogadoracomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufc21 anos, que atualmente está desempregada.
Colegacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufctimecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcAna Beatriz, Nayara Ruza começou a jogar quando pequena no quintalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufccasa com o irmão e os primos. Aos 30 anos, a auxiliar administrativa conta que começou a viver o preconceito na adolescência quando disputou competições escolares. Naturalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcCataguases, ela lembra o esforço e os constrangimentos vividos quando menina e uma constante: o custeio para jogar, que até hojecomo apostar em lutas do ufcgrande parte sai do próprio bolso.
– Em Cataguases, jogávamos com meião rasgado, as camisas foram ganhascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcum time masculino e tinham o dobro do nosso tamanho, mas era o que tinha. Nós íamoscomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcestabelecimentocomo apostar em lutas do ufcestabelecimento pedir patrocínio e negavam, isso quando não riam ou faziam algum tipocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcpiada constrangedora. As quadras não eram das melhores, os campos piores ainda, era terra batida, e isso nós vemos até hoje. Era por nós mesmas ou nada, então começamos a tirar do nosso bolso: compramos meião, bola, camisa, transporte para participar dos campeonatos, inscrição, alimentação. Foram anos assim, até que com outros treinadores e algumas atletas que começaram a trabalhar e conseguiram com o patrão algo, que passamos a ter alguma ajuda. Porém, 60%, 70% ainda saía do nosso bolso – recordou a fixo/ala do Buscapé, timecomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcfutsal fundado há cinco anoscomo apostar em lutas do ufcJuizcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFora com recursos das próprias jogadoras e que atualmente conta com patrocinadores e parceiros.
Bola ou prancheta?
Não é só no bolso que dói quando uma menina tenta jogar bola. O preconceito também ataca a autoestima e, muitas vezes, fecha portas que só vão ser abertas perto da idade adulta, o que prejudica toda a formaçãocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcbase do que poderia ser uma atleta promissora com aspirações profissionais. Jaqueane Cancela é um exemplo disso. Ela joga futsal e futebolcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufccampo pelo São Carlos e é técnica do Bom Pastor, mas só teve permissão para jogar a partir da adolescência.
– O fato da minha mãe não ter me deixado jogar antescomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufc2011, foi preconceito,como apostar em lutas do ufcquestãocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufc"mulher que joga poder virar lésbica". É um fato que não é predominante. Acontece essa escolha sexual no futebol ou futsal? Sim, mas isso não quer dizer que ela é menos ou mais feminina por jogar futebol. Ela não vai pararcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcusar vestido, fazer a unha ou pintar e arrumar o cabelo por isso. Mas muitos pais levamcomo apostar em lutas do ufcconta isso. Quando meu pai descobriu que o meu time todo era (formado por jogadoras homossexuais), ele me proibiucomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcjogar. Mas isso não foi influência para mim, estava ali para jogar futebol. Depois que viram que o fator não era determinante, eles me deixaram jogar, sem qualquer preconceito.
Focada na formação como treinadora, a profissionalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcEducação Física cursa pós-graduação no Núcleocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcPesquisa e Estudoscomo apostar em lutas do ufcFutebol da Universidade Federalcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcViçosa (UFV) e vive um dilema. Aos 24 anos, recebeu recentemente convitescomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcgrandes equipes do futebol brasileiro tanto para jogar quanto para integrar comissão técnica. E agora? Apostar na carreira como jogadora ou se dedicar ao desenvolvimento do esporte como técnica?
– A comissão técnica posso ter para o resto da minha vida, jogadora terei poucas oportunidades. O que quero é estar na comissão, porque não me vejo como atleta profissional. Gostariacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcter isso mais como experiência, mas me vejo mais na comissão. Eu não imaginava e isso pode acontecer, isso quer dizer que está mudando este cenário do futebol. Com cada vez mais espaço nas categoriascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcbase, o futebol brasileiro feminino vai melhorarcomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcqualidade, muitas meninas vão ser vistas, meninas que nunca imaginaram ser profissionais. Isso as fazem sonhar, e é incrível.
A portacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcentrada para que convites como oscomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcJaqueane surjam está nas competições escolares e amadoras, nas quais ela acumula títulos, como da Copa Bahamas e dos Jogos Escolarescomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcMinas Gerais (Jemg). Para a preparadora do Cruzeiro sub-18, Bárbara Bepler, a tendênciacomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufccrescimento do esporte pode promover maior interesse entre as mulheres.
– A Copa Bahamascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcFutsal Feminino estácomo apostar em lutas do ufcandamento tanto na categoria sub-17 quanto na categoria adulta e tem sido muito abraçada pelo públicocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcuma maneira geral. Os jogos têm atraído um bom númerocomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcespectadores e a qualidade tem correspondido, o que mostra uma evolução com relação aos treinamentos das equipes. Além disso, alguns outros torneios têm sido criados, o que oportuniza ainda mais vivências a atletas e comissões, que têm sido formadas cada vez mais por mulheres também. Cada vez mais projetoscomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufciniciação e categoriascomo apostarcomo apostar em lutas do ufclutas do ufcbase têm aparecido e a tendência é que cresçam, juntamente com o interesse pela modalidade – concluiu.
As semifinais da Copa do Mundo feminina serão disputadas entre Inglaterra e Estados Unidos, na terça, às 16h, e Holanda e Suécia, quarta, às 16h. O SporTV transmite os jogos.