Professora, motoristapvbetaplicativo: atletas do Mineiro Feminino não recebem salário e vivem vida dupla

Jogadoraspvbetalgumas equipes recebem ajudapvbetcusto; clubes buscam patrocínio

Por Danny Paiva e Malu Rabello — Belo Horizonte


As jogadoras do Valadares Esporte Clube (VEC), que disputam o Campeonato Mineiro Feminino 2024, não recebem salário. Elas trabalhampvbetforma voluntária, com contrato não profissional até o fim do Estadual,pvbetnovembro. O time busca patrocínios.

Jogadoraspvbetfutebol sonham com melhores condições no esporte

O clube arca com deslocamento e alimentação durante as viagenspvbet27 atletas. Para se manterem, as jogadoras precisam conciliar treinos e partidas com atividades profissionais.

É a primeira vez que o time é formado por jogadoraspvbetGovernador Valadares, cidade do Vale do Rio Doce. Nas outras edições, o VEC contava com atletaspvbetclubes parceiros. A equipe comandada pelo técnico Alexandre Cadetti ainda não venceu na competição e ocupa a última posição na tabela do Mineiro, sem somar ponto.

Karolayne Belizário é atacante do VEC e trabalha na parte do dia e treina à noite. A atleta é formadapvbetfisioterapia e é professorapvbetpilatespvbetuma clínica. Ela explicou como é conciliar os treinos com o trabalho.

Karolayne Belizário concilia treinos com trabalho para poder se sustentar — Foto: TV Globo

- Não vou mentir, tem dia que é muito cansativo, porque saio daqui 19h. Tem dias que os treinos começam 18h40 e eu já chego atrasada. Outros dias os treinos vão até 22h30, aí começa às 20h. Então tem dia que eu estou bem cansada e não consigo render o quanto eu deveria, devido ao cansaço do meu dia a diapvbettrabalho.

Karolayne Belizário concilia treinos com trabalho para poder se sustentar — Foto: TV Globo

Entre os sete times que participam da competição, o Valadares não é o único com contrato não profissional com as atletas. O Betim Esporte Clube também possui esse vínculo empregatício com a maioria do elenco.

pvbet Ajudapvbetcusto

Das 20 jogadoras do Betim, oito têm contrato profissional e recebem um pouco mais que um salário-mínimo. As outras ganham uma ajudapvbetcustopvbetR$ 600. Muitas têm trabalho extra-futebol.

O ge conversou com atletas do Betim. Elas dizem que não recebem nada além do auxílio. O custopvbetlocomoção é delas.

- Os R$ 600 acabam sendo utilizados para passagem, porque gasto com gasolina. Moro a maispvbet30 quilômetros do treino. Acaba que não dá certo. Meu maior desejo era no mínimo um contrato bom, com salário ideal - destaca uma jogadora, que preferiu não se identificar.

Jéssica Beiral,pvbet33 anos, é uma das atletas que tem o contrato profissional e recebe um pouco mais que um salário-mínimo. Ela é atacante e tem a mesma condiçãopvbetgrande parte das jogadoras. Alémpvbetjogar bola, Beiral trabalha como motoristapvbetaplicativo e faz um cursopvbetbarbeira. A atacante relata cansaço ao ter que conciliar todas as funções.

Jéssica Beiral concilia futebol com outras profissões para poder ter um sustento — Foto: TV Globo

- Está aí uma prova, que é minha mãe. Ela me vê levantando 5h da manhã. Ainda fala comigo: 'Você não para não? Qualquer dia vai dar um treco'. Tem dia que eu fico muito cansada, porque trabalho o dia inteiro. Ainda comecei a fazer um curso, na parte da tarde. Vou pra academia,pvbetnoite tenho treino. Só venhopvbetcasa para dormir.

Jéssica Beiral concilia o futebol com outras profissões para se sustentar — Foto: TV Globo

Segundo Beiral, essa é a realidadepvbetgrande parte das jogadoras do Betim: trabalhar durante o dia e ir para o treino à noite.

"Aqui no Betim, acho que a realidade quasepvbettodas é essa,pvbettrabalhar o dia todo e ainda ter que ir treinar na parte da noite."

Perguntada se vale a pena continuar como jogadora, a atacante relata gostar da rotina e ser uma pessoa agitada, que não gostapvbetficar parada. Mas pondera:

"Sempre foi minha rotina trabalhar e jogar. Só que hoje, com essa idade, já vai batendo o cansaço. Às vezes, tem dia que eu falo: "Ai meu Deus, ainda tem que trabalhar e treinar".

pvbet O que diz a FMF

A Federação MineirapvbetFutebol (FMF) informou que arca com os custospvbetarbitragem, quadro móvelpvbettrabalho nas partidas, transmissão dos jogos e registropvbetatletas. Não tem, segundo a FMF, uma premiaçãopvbetdinheiro para os clubes e não há auxílio para os times participarem da competição. Ou seja, a renda do clube é atravéspvbetpatrocinadores.

O Campeonato Mineiro, que começoupvbetsetembro e tem previsãopvbetterminarpvbetnovembro, é disputado pelos três times da capital (América, Atlético e Cruzeiro), alémpvbetquatro clubes do interior (Betim, Itabirito, Nacional e Valadares).

pvbet O que dizem os clubes

O ge contatou tanto o Betim, quanto o Valadares. O time do Vale do Aço não respondeu os questionamentos até o momento da publicação da matéria.

No caso do Betim, o clube informou que o projeto é recente (dois meses) e que ainda não há condições financeiras para o pagamentopvbetsalários. O time da região metropolitanapvbetBelo Horizonte ressaltou que as jogadoras recebem auxílio para deslocamento.

- A intenção do clube é fazer, bem como foi no futebol masculino, um crescimento responsável e honesto, assumindo apenas os compromissos com os quais pode arcar. A criação da categoria feminina, que não era uma obrigação para o Betim Futebolpvbet2024, visa fomentar o esporte no município e região, oportunizando às meninas da cidade a disputapvbetuma competição profissional, com a chancela da FMF, e usando da mesma estrutura do masculino. Importante ter bem claro que a realidade do futebol feminino é essa. A categoria tem dois mesespvbetexistência e, se comparado a equipes do porte do Betim, fazemos além do praticado - disse o Betimpvbetnota, informando ainda que o clube criou a categoria Sub-17 que disputa o Mineiro.