"Com certeza teve muito atleta que chegou lá sem suporte nenhum, mas quando tem o suporte familiar, a probabilidadebet366 appo sucesso vir é maior, né? Como era o sonho dele e estava tudo caminhando, eu fui.
Sebet366 appalgum momento, ele pensassebet366 appdesistir, eu também iria apoiá-lo. Não é fácil. Na sinceridade do meu coração, já penseibet366 appdesistir. Na época do futsal, eu falei: 'você não vai mais'. Estava tendo muita dificuldade, questão financeira, o percurso, o perigo ebet366 apptudo. Eu penseibet366 appdesistir, mas ele não. 'Eu quero, vou voltar ao Fluminense', ele tinha aquilo na cabeça.
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Difícil foi abrir mão dos meus projetos, mas eu entendo que eles podem esperar. Eu me chamo Lidiane, sou mãe do Alexsander, jogador profissional do Fluminense.
Desde pequenininho, ele jogava bola dentrobet366 appcasa, quebrando meus porta-retratos. Quando eu ia passar o pano na estante, descobria os porta-retratos quebrados e escondidos. Eu perdia a paciência e dizia: 'vou rasgar essa bola, vou jogar essa bola fora'. Coisabet366 appmãe, né?
Alex era muito pequenininho quando o levei ao futebol da comunidade. O professor, que se chama Jeferson, estava se formandobet366 appeducação física, e teve feeling: 'mãe, leva ele para o futebol federado, que ele tem futuro'. Eu mesma não entendia o que significava ser federado.
Chegueibet366 appcasa e conversei com meu marido, Marcelo. Uma vizinha, que levava o filho para o Mackenzie, do Méier, perguntou se a gente não queria levar o Alex para fazer um teste. Ele foi aprovado e já ficou no futsal, com o Zé Marcos.
Eu tinha vontadebet366 appque ele fizesse um teste no Fluminense e a gente conseguiu um teste para ele lá. No primeiro dia, foi aprovado e ficou. E com 11 anos, começou a transição do futsal para o campo.
A gente moravabet366 appCavalcanti, na comunidade da Primavera, bem lábet366 appcima mesmo. Descia andando, subia andando. A gente não tinha veículo na época e a kombi que rodava lá parava 22h. Se chegasse depois do horário, tinha que subir andando. Ele saíabet366 appcasa às 6h30 da manhã e retornava meia-noite.
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O Alex iabet366 appônibus para Xerém. No início, eu levava. Só que era bem difícil ir sempre porque a passagem era puxada, e eu deixei ele ir sozinho. Essa era a parte difícil. Eu ensinava tudo: desce aqui, entra ali, não conversa com estranho. Ele saía da escola,bet366 appCascadura, pegava o ônibus 298, e descia na Leopoldina. Atravessava e esperava o ônibus para Xerém passar. Quando terminava o treino, entrava no ônibus e corria para Laranjeiras porque também tinha futsal.
Às vezes eu conseguia buscar ele aquibet366 appLaranjeiras, outras, não. Não tinha telefone fácil naquela época. Eu não tinha como falar com ele. Tinha que esperar e esperar. Às vezes, eu conseguia ligar. Pedia pelo Facebook na época, pegava o contatobet366 appalguém do Fluminense para ligar: 'ele já saiu daí? Até agora ele não chegou'. Um desespero.
Eu ficava aguardando até onze e pouca ou meia-noite, às vezes debaixobet366 apptiroteio. Eu descia para pegar ele. Estava sempre esperando ali embaixo para ele não subir sozinho. Muitas vezes, faltava treino por causa disso, tinha operação e não tinha como sairbet366 appcasa. Mas é aquela passagem bíblica: “se o Senhor não guardar a cidadebet366 appvão vigia o sentinela”. E Deus guarda até hoje.
Mas não mudoubet366 appnada a minha angústia. Às vezes ele sai para viajar com o clube e eu fico ansiosa. Sendo com o voo ou o ônibus. Fico ligando o tempo todo, peço a programação. Muito chata, né? Sou. Estou sempre acompanhando tudo. Quando ele saibet366 appcasa, fico nervosa. Enquanto não estábet366 appvolta, eu não fico tranquila.
O Alex estava no sub-14 e, se permanecesse, assinaria o contratobet366 appformação na base. Mas no meio do ano, eu recebi um telefonema pedindo para comparecer ao clube. Explicaram que ele não estava sendo muito utilizado e que naquele momento não tinham pretensãobet366 apputilizar, e que a gente poderia procurar outro clube. Se precisasse, eles indicariam. Eu entendi, porque conversarambet366 appboa.
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Chegueibet366 appcasa, conversei com ele. Disse para não ficar chateado porque é assim mesmo. Dei exemplobet366 appoutros jogadores. Por exemplo, o Cafu, que foi dispensado inúmeras vezes e não desistiu.
O Alexsander sempre foi muito reservado, ele não demonstra. Dificilmente eu o vi chorando na vida. Ele chorou mais internamente. Via na cara dele. Ele segura, se trava, mas ficou muito abatido.
A princípio, levamos ele no Vasco, por causa da proximidade. Ficou uma semana na peneira, mas não foi aprovado. A gente optou pelo Madureira, eles abriram as portas. Ele jogou uma temporada inteira e entrava poucas vezes. Ele falava todo dia: 'Mãe eu vou voltar para o Fluminense'. Eu falei: 'Só vai ter um jeitobet366 appvoltar para lábet366 appnovo. Vamos ter que voltar para o futsal, para eles fazerem a ponte novamente'. Para conseguir uma peneira para ele ir para Xerém.
Ele sempre jogou futsal. E o pessoal do futsalbet366 appLaranjeiras sempre gostou muito dele. Só que na época, ele sempre ficava na reserva. Então quando ele saiu do campo, também tirei ele do futsal por causa da dificuldade.
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Não é fácil. Na sinceridade do meu coração, já penseibet366 appdesistir. Na época do futsal, eu falei: 'você não vai mais'. Estava tendo muita dificuldade, questão financeira, o percurso, o perigo ebet366 apptudo. Eu penseibet366 appdesistir, mas ele não. 'Eu quero, vou voltar ao Fluminense', ele tinha aquilo na cabeça.
Então, conversei com os professores e, na mesma hora, eles falaram para trazer ele porque estavam precisando. Ele veio e jogou uma temporada inteira no futsal. Foi titular, camisa 10, ficou muito feliz. Aí no término, eles fizeram a ponte e ele passou para Xerém, era 2018.
O pessoal do campo falou: ' a gente dispensou, mas ele voltou muito bem'. E o Alex foi aproveitado como lateral-esquerdo. Quando virou o ano, entrou um novo professor, que viu outras características dele. Então jogavabet366 appmeia,bet366 appponta. No início, foi difícil se adaptar, porque tinha que aprender uma nova posição, mas ele é muito assim, se der um desafio, ele vai até conseguir superar. E se promoveubet366 appmeia.
Foi muito boa essa experiência. Hoje está sendo legal. ele é um coringa no clube, jogabet366 appvárias funções. Eu, como mãe, prefiro ele jogando, mas ele se destacou mesmo como meia. Ele sobressai muito maisbet366 appcampobet366 appmeia.
Ele ficou radiante. Depoisbet366 appmais ou menos um ano que a gente estava lá o nome dele foi para a relaçãobet366 appdispensa novamente. Mas o Professor Eduardo Oliveira gostou do jogo dele, disse que queria trabalhar com ele no ano seguinte e o Alex permaneceu. Quando o Guilherme Torres assumiu o sub-17, teve um rapaz que se lesionou, que jogavabet366 appmeia. O Alex entrou e não saiu mais.
Sempre me virei nos trinta. Trabalheibet366 appvárias funções. De cuidadorabet366 appidosos, trabalheibet366 apprestaurante, como auxiliarbet366 appcozinha, auxiliarbet366 appconfeiteira. Em outro restaurante, fui gerente. Meu esposo sempre foi chefebet366 appcozinha e entrei no ramo com ele. Também gostavabet366 apptrabalhar na área da beleza. Abri um salãozinho e cuidavabet366 appcabelo, maquiagem. Sempre me virei. Então o períodobet366 appque ele passou a treinar sozinho, era o tempo que eu tinha para trabalhar mais e me dedicar à profissão
Mas eu deixei tudo meubet366 applado, quando ele passou pela segunda vez,bet366 app2018. Fui morarbet366 appXerém para ele se dedicar 100% à profissão dele. Meu esposo continuou trabalhando no restaurante. Eu falei: 'se eu achar alguma coisa por lá que dê para conciliar, aí eu faço'. Mas eu me dedicava 100%bet366 appprol do sonho dele. De vezbet366 appquando, eu atendia até as meninas do Fluminensebet366 appXerém. Eu fazia o cabelo nas horas que eu podia. Deixeibet366 applado a faculdadebet366 appgestão esportiva, porque eu não tinha tempo.
Agora, está chegando o momentobet366 appme dedicar um pouquinho mais a mim e meu esposo, a ele. A gente agora está procurando outro local para morar e ficar mais tranquilo, e eu poder voltar à faculdade. Por enquanto, não dá. Ele tirou a habilitação agora. Mas mesmo assim estou me dedicando para levar. Às vezes, tem que ir para o hotel, e eu tenho que levar ele. Quando ele voltabet366 appviagem, eu tenho que buscar no aeroporto. Não posso largar a mãobet366 apptudo.
Tem uns que brincam, quando eu vou buscar aí fala: 'mamãe veio buscar'. Eu falo que mamãe tem que cuidar. Brinco assim. Às vezes o Alex fica com vergonha, mas sabe que é sempre pelo cuidado e carinho.
No dia da estreia, ele estava entre os reservas e eu parei para conversar com a assistente social no intervalo do jogo. Achei que, se ele entrasse, seria no finalzinho. Mas não, o Diniz conversou no vestiário e o Alex entrou. Matheus, um amigo dele, me avisou: "Tia, tia, tia, o Alex entrou". E eu saí correndo, não conseguia ver nada. O pessoal comemorando. Eu fiquei com faltabet366 appar, não consegui entender nada. Aí o Matheus falou: "tia, ele foi muito bem". Mas não vi o lance, ali não tinha replay, só ia ver quando chegassebet366 appcasa. Todo mundo estava elogiando.
A 1min do segundo tempo, Alexsander chuta, o goleiro dá rebote e Cano marca
Quase passei malbet366 appverdade. Fiquei com o coração acelerado. Depois veio a repercussão, que continua hoje. No profissional, graças a Deus, ele foi bem. E tem sido titular absoluto. Às vezes na lateral e às vezes no meio-campo.
Hoje nós moramosbet366 appJacarepaguá e estamos vendo para mudar para um lugar melhor. As coisas estão melhorando. Se eu olhar para o que era, hoje estamos ricos. Aí vai dar para eu retomar a minha vida. Achei muito interessante quando ele assinou o contrato profissional. O Alex falou: 'mãe e pai, a partirbet366 apphoje vocês não precisam mais trabalhar, agora pode deixar que é comigo'.
Não foi fácil abdicar dos meus sonhos, mas eu sempre tive um lema: a partir do momento que você tem um filho, tem que ser responsável pelo filho e fazerbet366 apptudo por ele. Tenho uma outra filha, a Agatha, que vai fazer 23 anos. Sempre dediquei tudo pelos dois. Ela sempre foi muito mais independente, corria atrás das coisas, mesmo eu amparando por trás. Ele foi mais dependente porque a carreira dele também necessita disso.
Eu estava vendo o jogo contra o Cruzeiro, na torcidabet366 appcasa. O Alex estava indo bem, mas vi que a qualquer momento poderia se machucar, porque toda hora tinha uma faltinhabet366 appcima dele. Acabou que ele cometeu aquela falta. Acredito que pelo cansaço físico, ele não tirou a perna tão rápidobet366 appbaixo do rapaz e não deu tempo. O Alex é muito rápido nos lances. Ele dá o bote e sai logo. Para acontecer aquilo é porque ele não aguentou mesmo sair tão rápido da situação.
Alexsander se machuca e depois saibet366 appcampo chorando
Aconteceu longebet366 appmim, o jogo foibet366 appoutro lugar,bet366 appoutra cidade. Eu estou aqui com o coração na mão, apreensiva, eu não dormi à noite preocupada. Consegui falar com ele depois que saiubet366 applá. O Alex disse que estava bem, com um poucobet366 appdor, mas que já havia imobilizado a perna, então eu fiquei mais despreocupada. Mas estou com o coração apertado, ansiosa para ve-lô, abraçá-lo e apoia-lo nesse momento, ele vai precisar da família.
Mas nossa fébet366 appDeus é grande e inabalável. Para tudo tem um propósito divino. A gente não pode questionar, apenas entender que isso faz parte do processo para voltar melhor. Nada na vida dele foi fácil e essa vai ser uma nova etapa para ele ultrapassar e chegar como vencedor. Ainda mais fortalecido.
Como mãe, eu espero ver e creiobet366 appnomebet366 appJesus que ele vai receber daqui a um tempo a Bolabet366 appOuro,bet366 appmelhor jogador do mundo. Isso que eu desejo para a vida dele. Sei que ele também se desafia todo dia. Pelos conselhos e tudo que ele passou, ele quer se superar a cada dia. Eu sempre falei: 'filho, não queira ser melhor que ninguém, você só tem que competir com você mesmo'. E ele leva isso para a vida.
Não tem nada mais gratificante para uma mãe do que ver que seu filho se tornou um cidadãobet366 appbem e está sendo reconhecido pelo mundo. Quantas mães hojebet366 appdia tembet366 apphistória triste, perdendo seus filhos para as drogas e tráfico. Eu falei que isso não ia acontecer com o meu filho, que a gente ia sair da comunidade. Não desmerecendo a comunidade que sou nascida e criada, e estou sempre lá. Toda semana estou lá, minha família ébet366 applá, mas eu queria uma vida melhor para minha família. Se foi através do futebol, amém. Só tenho a agradecer a Deus e ao clube que abraçaram ele."
*Em depoimento a Ronald Lincoln
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