No Cruzeiro, Matheus Pereira revela passado com drogas, bebidas e depressão grave; veja depoimento

Meia revela que acerto com o Cruzeiro mudou rumoblaze cassino apostasua vida e melhora da saúde mental

Por Redação do ge —blaze cassino apostaBelo Horizonte


Em depoimento ao perfil The Players Tribune, o meia Matheus Pereira revelou momentos difíceis na vida, inclusive quando obteve sucesso na Inglaterra e no Oriente Médio. Um passado com usoblaze cassino apostadrogas, bebidas alcoólicas e saúde mental abalada. O atual jogador do Cruzeiro pensoublaze cassino apostaacabar com a carreira e a vida.

Aos 46 min do 2º tempo - Gol do Cruzeiro! Matheus Pereira faz o terceiro contra o Tombense

A situação chegou ao limite nos Emirados Árabes, quando atuou pelo Al Wahda por empréstimo, antesblaze cassino apostaacertar com o Cruzeiro, no ano passado. Lá, moravablaze cassino apostaum hotel com a esposa no 19º andar. Contou que pensoublaze cassino apostatirar a própria vida.

- Pra mim era tudo escuridão e desespero. Eu estava cansadoblaze cassino apostalutar. Estava cansadoblaze cassino apostaficar cansado. Eu queria me livrarblaze cassino apostatanto sofrimento que eu nem entendiablaze cassino apostaonde vinha. Tinha noite que eu bebia três garrafasblaze cassino apostavinho. Treinei bêbado várias vezes e fiquei outras tantas internado no hospital com hipocalemia, tomando soro pra tratar a faltablaze cassino apostapotássio no sangue, porque eu não me alimentava, só ingeria álcool.

"Um dia eu abri a janela do nosso apartamento com vista espetacular e só não me joguei porque a minha esposa foi mais rápida. Ela me agarrou, me puxou pra dentro e a gente ficou um tempão chorando abraçado ali no chão da sala, sabendo que não era o fim — nem o meu, nem o do meu sofrimento”.

Matheus Pereira; Cruzeiro — Foto: Reprodução / Cruzeiro

"Chegar num estadoblaze cassino apostadegradação mentalblaze cassino apostaque você se anula a pontoblaze cassino apostadesejar morrer é um processo violento e complicadoblaze cassino apostasair. Traz muita dor pra você, pra quem você ama e praqueles que te amam. Ninguém sai disso sozinho. Precisa pedir ajuda e acreditar nas palavras do Luis Castro: “Sempre haverá estrelas iluminando o céu”. Eu sei que não é fácil, mas, por favor, acredite e peça ajuda. A vida não desiste da gente. Ela insiste - Matheus Pereira.

Matheus Pereira contou que, nos Emirados Árabes, começou a fazer terapia quatro vezes por semana. O meia, no Oriente Médio, ainda teve outra recaída.

- Eu peguei a chave do carro e saí correndo....Não me importava o destino, desde que ele fosse o fim. Daí toca o meu celular. Era minha irmã mais nova. Já atendi chorando. “Eu não aguento mais, eu não aguento mais, eu não aguento mais. Me ajuda, pelo amorblaze cassino apostaDeus! Eu quero me matar. Eu preciso me matar.” Ela tinha me ligado pra dividir comigo a notícia mais feliz da vida dela: ela ia ser mãe... Nós conversamos bastante, a minha irmã disse que o bebê ia precisarblaze cassino apostaum tio craque que ensinasse ele ou ela a jogar bola. Isso me comoveu muito e me trouxe uma felicidade momentânea, que não foi suficiente para silenciar aquele impulsoblaze cassino apostamorte na minha cabeça - contou o jogador.

Matheus Pereira contou que, logo depois, pensoublaze cassino apostajogar o carro que dirigiablaze cassino apostauma ponteblaze cassino apostaAbu Dhabi. Mas uma situação do destino o impediu.

- Assim que desliguei o celular, eu desejei ir à ponte Hudariyat. E se eu me jogar dali? É isso. Eu vou me jogar dessa ponte. Pronto. Acabou. Dei a partida e o carro não pegou. Tenteiblaze cassino apostanovo. Nada. Passei uns 10 minutos tentando fazer o carro funcionar e não conseguia. Insistiblaze cassino apostatodas as formas, mas não pegava. Parecia que tinha algo me travando. Até que minha esposa aparece, abre a porta do carro e me dá um abraço - completou o jogador.

Matheus Pereira no Al Wahda — Foto: Divulgação / Al Wahda

Neste momento, Matheus Pereira concluiu que o futebol era o culpado das suas dificuldades. Ele teriablaze cassino apostavoltar para o Al Hilal, timeblaze cassino apostaNeymar, e que detém os direitos econômicos do atual jogador do Cruzeiro. Mas havia decidido que iria romper o contrato e pararblaze cassino apostajogar bola. Mas um amistoso da Seleção mudou o caminho.

- Naquela altura, eu já tinha prometido à minha esposa e a mim mesmo que não voltariablaze cassino apostajeito nenhum para a Arábia e não cumpriria o restante do contrato no Al-Hilal. Mas aí a Seleção Brasileira foi fazer um amistoso contra Senegalblaze cassino apostaAlvalade, o estádio do Sporting. Bom, quer saber? Tô aquiblaze cassino apostabobeira, com tempoblaze cassino apostasobra, vou lá. Comprei ingresso e fui assistir. De repente, sentado na arquibancada, eu me pego emocionado. Sinto meu coração bater diferente. Comecei a fantasiar que o treinador ia me chamar e eu ia entrarblaze cassino apostacampo pra ajudar a Seleção.

blaze cassino aposta Infância e vida na Europa difíceis

Nascidoblaze cassino apostaBelo Horizonte, Matheus Pereira contou que as dificuldades começaram quando ele tinha dois anos. A então criança foi internada no hospital com pneumonia "que os médicos não conseguiam curar".

- Meu corpo não reagia aos antibióticos. Na nossa família, quando relembram daquelas semanasblaze cassino apostaangústia e orações, dizem que eu fiquei “entre a vida e a morte”. E que só escorreguei pro lado da vida porque certa tarde meu pai apareceu com uma bolablaze cassino apostafutebol e ela me encheu da energia que eu precisava pra sarar - relatou o meia do Cruzeiro.

Matheus Pereira no Sporting — Foto: Divulgação

A família se mudou para Governador Valadares - os pais e os cinco filhos. A tentativablaze cassino apostamelhorarblaze cassino apostavida não deu certo, e o pai se mudou para Portugal. A mãe seguiu o mesmo caminho, um ano depois. Os cinco filhos permaneceramblaze cassino apostaBelo Horizonte com a avó surda e muda.

- Eu era um meninoblaze cassino aposta11 anos, meus pais tinham se mudado para Lisboa e a minha educação dali pra frente seria responsabilidadeblaze cassino apostauma senhorablaze cassino apostaidade que não falava nem ouvia. Pra completar, uns tios meus que também moravam ali eram envolvidos com tráficoblaze cassino apostadrogas.

Matheus contou que a mãe voltou para o Brasil e buscou os filhos para morarblaze cassino apostaPortugal. Mesmo sendo ilegais, a imigração permitiu que a família entrasseblaze cassino apostasolo europeu. Em Lisboa, o então garotoblaze cassino aposta13 anos treinou por dois anos ilegalmente, sem poder disputar partidas. Aos 15, conseguiu visto e assinou o primeiro contrato com o Sporting. Perto disso, os pais se separaram, e Matheus foi morar no CT.

- Mais uma vez sem ninguém olhando por mim ou me falando sobre as coisas importantes, eu fui brincar na beira do abismo. Me juntei à rodinha da maconha e passava muito, muito tempo chapado. Também bebia um monte e gastava o dinheiro que sobravablaze cassino apostabaladas. Depois me sentia um trapo, um miserável.

Matheus Pereirablaze cassino apostacampo pelo Al Hilal — Foto: Matthew Ashton/Getty Images

Matheus contou que escapoublaze cassino apostaum testeblaze cassino apostaantidoping, mas que o Sporting perdeu a paciência com ablaze cassino apostarebeldia. O jogador foi emprestado ao Chaves,blaze cassino apostaPortugal. Voltou a ter dificuldades psicológicas, mas Luis Castro, ex-Botafogo, o ajudou.

"Um dia, depoisblaze cassino apostamais um treino péssimo, eu bati na porta da sala do Luis Castro. Eu me sentia aflito, parecia que meu peito ia explodir. Contei tudo pra ele."

— Miúdo, na vida, às vezes, quando a gente não consegue sozinho, tem que deixar outro nos guiar. Fique calmo. Sempre haverá estrelas iluminando o céu, mesmo que você não as veja por causa dos dias nublados. O futebol mais uma vez me estendia a mão. Eu entendi que o “outro” que me guiaria era Deus. Me agarrei nisso, me reconciliei com a minha fé e, aos poucos, fui melhorando.

Matheus Pereira Sporting — Foto: Reuters

Matheus Pereira foi emprestado ao Nuremberg, da Alemanha. O jogador se destacou por lá e foi negociado com o West Bromwich, da Inglaterra, para jogar na Segunda Divisão. Conseguiu acesso à Premier League, no melhor momento da carreira. Mas não na vida pessoal.

- Só uma coisa me incomodava: a relação com a minha família estava ruim e, pra manter o foco na carreira e ter paz, eu tiveblaze cassino apostatomar uma decisão muito difícil: me afastarblaze cassino apostavez dos meus pais. Paramosblaze cassino apostanos falar, cortei todos os contatos. Nas duas temporadas, eu fui destaque do West Brom. Performei com uma regularidade que nunca havia tido. Mas isso não impediu que a equipe voltasse para a segunda divisão. Era o tempo da pandemiablaze cassino apostaCovid, e os clubes resolveram segurar os investimentos. Apareceu uma proposta absurda do Al-Hilal, da Arábia Saudita, e eu me mudei mais uma vez - contou o jogador cruzeirense.

Matheus se mudou para a Arábia Saudita junto da esposa, mas as coisas não ocorreram como desejava, mesmo com o alto salário que passou a receber. Segundo o jogador, porque ficou distante da comunidade cristã que convivia na Inglaterra. Houve até possibilidade uma transferência para o Corinthians.

blaze cassino aposta "Cruzeiro era o meu único caminho"

Pensandoblaze cassino apostapararblaze cassino apostajogar futebol, Matheus Pereira recebeu contato do Cruzeiro,blaze cassino apostajulho do ano passado. Era seu clubeblaze cassino apostacoração chamando para vestir a camisa e assumir a posiçãoblaze cassino apostacamisa 10.

- Eu sempre fui cruzeirense. Antes que tudo acontecesse, quando o futebol era só uma alegria imensa e verdadeira, eu brincavablaze cassino apostabola querendo ser o Alex, querendo vencer a Tríplice Coroa, mesmo que todos os meus familiares torcessem para o rival. Se podia dar certo, se havia alguma esperança, o Cruzeiro era o meu único caminho. Juntei as minhas coisasblaze cassino apostaPortugal e, ansioso, pela primeira vez fiz uma grande mudança por livre e espontânea vontade.

Matheus Pereira, Cruzeiro — Foto: Gilson Lobo/AGIF

"No Cruzeiro eu reencontrei mais do que paz. Eu me reencontrei. Parece bobagem, mas não é. Porque no meio da escuridão, e eu andei muito por lá, a coisa mais difícil que tem é a gente se reconhecer"

Matheus Pereira finalizou o depoimento, citando que tomou coragem para fazer o testemunho e ajudar pessoas que estãoblaze cassino apostasofrimento semelhante.

- Eu tô aquiblaze cassino apostaprova. A terapia me ajudou demais, e Deus me mostrou uma luz no fim do túnel. No meu caso, a luz das estrelas, que me guiaram na escuridão e recolocaram brilho nos meus olhos. Era o futebol me estendendo a mão — sim, mais uma vez. Espero que este meu testemunho possa ajudar outras pessoas que estão sofrendo. Hoje eu estou bem. Melhor do que antes. E ainda tenho coisas para resolver e curar.

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