Repórter Bruno Cassucci destrincha crise política vivida pelo Corinthians
Se dentrocasas de aposta eleicoescampo o Corinthians ainda seguecasas de aposta eleicoesclima morno, sem conseguir engrenarcasas de aposta eleicoes2024, fora das quatro linhas a temperatura é altíssima. Os bastidores políticos do clube fervem no início da gestão do presidente Augusto Melo, com desavenças, articulações e trocascasas de aposta eleicoesacusações públicas e veladas.
As motivações são as mais diversas. Vão desde questões menores, relacionadas ao egocasas de aposta eleicoesconselheiros e membros da diretoria, até a assuntos centrais na vida política do Corinthians, como a sucessãocasas de aposta eleicoesAugusto Melocasas de aposta eleicoes2026.
Enquanto aliados do presidente se engalfinham, a oposição tenta se rearticular após o fimcasas de aposta eleicoesuma dinastiacasas de aposta eleicoes16 anos no comando do clube. O grupo Renovação e Transparência trabalha para defender o seu legado e montar as bases para a reconstrução - inevitavelmente com a participaçãocasas de aposta eleicoesAndrés Sanchez, que saiucasas de aposta eleicoescena, mas não abandonou o jogo.
Abaixo, o ge apresenta detalhes do conturbado ambiente nos bastidores do Corinthians.
Rubens Gomes, o Rubão, é peça-chave para entender o tabuleiro político do clube no momento. Antigo aliadocasas de aposta eleicoesAugusto Melo, ele foi o principal articulador da campanha presidencial e, como retribuição, ganhou o comando do departamento mais cobiçado no Parque São Jorge: o futebol.
O cargocasas de aposta eleicoesdiretor deu visibilidade a Rubão e, automaticamente, o colocou como um dos favoritos a suceder Augusto Melocasas de aposta eleicoes2026. Vale lembrar que não há reeleição no Corinthians. Mal acaba uma disputa nas urnas e outra já começa a ser planejada nos bastidores.
Assim, membros do grupo da situação que almejam disputar a presidência daqui a dois anos e meio passaram a ver Rubão como um alvo a ser abatido. Em paralelo, a relação do diretorcasas de aposta eleicoesfutebol com Augusto se desgastou.
O estremecimento é comentado desde o início do ano, mas ganhou força nos últimos dias.
Ao mesmo tempo que nega um racha, Rubão admite discordâncias com Augusto:
– Vocês viam a gente muito tempo junto, hoje vocês nos veem mais separados. Antes estávamos o tempo todo juntos pela campanha. Hoje ele tem o Corinthians para tocar, é uma nação. Há um distanciamento físico e não emocional. Eu pensocasas de aposta eleicoesum jeito, ele pensacasas de aposta eleicoesoutro, divergências sempre vão ter. Mas não existe issocasas de aposta eleicoesque a gente não se fala, não tem nada disso. Sou diretor dele. Ele tem a caneta. Se estivesse insatisfeito, ele teria que tomar as providências – argumentou o diretorcasas de aposta eleicoesfutebol,casas de aposta eleicoesentrevista exclusiva ao ge.
Pessoas próximas a Augusto dizem que a relação desandou por contacasas de aposta eleicoesmedidas tomadas por Rubão, como a condução dos casos Matheuzinho, Matías Rojas e Lucas Veríssimo, além da célebre expressão "acabou a farracasas de aposta eleicoesPalmeiras e Flamengo".
Já aliadoscasas de aposta eleicoesRubão argumentam que o distanciamento começou após o diretor pedir esclarecimentos sobre o contratocasas de aposta eleicoespatrocínio máster da VaideBet, o que teria desagradado o presidente.
Mais recentemente, um outro personagem surgiu neste quebra-cabeça: Wagner Vilaron, ex-superintendentecasas de aposta eleicoescomunicação do clube. Apresentado a Augusto por Rubão, ele fez parte da campanha eleitoral e, após a vitória nas urnas, foi escolhido para integrar a diretoria. Porém,casas de aposta eleicoesmeio ao fogo-cruzado entre presidente e diretorcasas de aposta eleicoesfutebol, o profissional acabou desligado na última semana.
Vilaron foi comunicado da demissão não por Augusto, mas sim pelo diretor administrativo Marcelo Mariano, no que representou mais um episódiocasas de aposta eleicoesdesgaste entre o presidente e o diretorcasas de aposta eleicoesfutebol.
Após anoscasas de aposta eleicoescampanha para Augusto, Rubão não quer abandonar a gestão depoiscasas de aposta eleicoesapenas quatro meses. Ao mesmo tempo, o presidente sabe que a destituição do diretor poderia gerar uma enorme crise logo no iníciocasas de aposta eleicoesseu mandato.
– Eu não queria assumir o futebol. Aí o Augusto falou que a única pessoa que ele tinha para pôr lá era eu. Então falei: “Você vai receber ligações todos os diascasas de aposta eleicoesum montecasas de aposta eleicoespessoas falando bobagem, já passei por isso. Todo mundo vai querer o meu cargo. O seu ninguém vai pedir porque você é presidente” – conta o Rubão, que já havia comandado o futebol do Timãocasas de aposta eleicoes2007, ano do rebaixamento à Série B.
– Eu acho que até agora mais acertei do que errei, mesmo porque fui na parte técnica. A gente enxerga futebol, mas a parte técnica ajuda você a errar menos. O time está aí, foi montado por mim, por ele (Augusto), pelo Fabinho (Soldado, executivocasas de aposta eleicoesfutebol) e pelo Cifut. O Cifut tem um trabalhocasas de aposta eleicoesexcelência na montagem desse time, descobrimos jogadores que antes nunca ninguém tinha ouvido falar, como o Garro, que parece que está aí faz anos – argumenta.
Enquanto se defendecasas de aposta eleicoesum lado, Rubão contra-atacacasas de aposta eleicoesoutro. Ele vê uma tentativacasas de aposta eleicoessabotagem à direção do Corinthians por partecasas de aposta eleicoesRomeu Tuma Júnior presidente do Conselho Deliberativo do clube, que criou comissões temáticascasas de aposta eleicoesdiversas áreas, como finanças, jurídica, futebol, entre outras.
– Foi montado um governo paralelo que a gente não vai admitir. Não vamos admitircasas de aposta eleicoesforma alguma! Não chegamos lá por imposição, chegamos lá pelo voto do associado, não só votocasas de aposta eleicoesconselheiro só. É bem diferente – dispara Rubão.
– Se você quiser fiscalizar, não tem problema nenhum, o que não pode é criar uma estrutura para pressionar o presidente. O conselheiro foi nomeado para legislar, não para executar. Quem executa é o executivo, quem legisla é o legislativo. O presidente do Conselho está lá para organizar as reuniões do Conselho e fiscalizar o Corinthians – completa.
Tuma tem argumentado que as comissões são previstas no estatuto do clube e cumprem o papelcasas de aposta eleicoesfiscalizar e auxiliar a diretoriacasas de aposta eleicoesforma independente. Procurado pelo ge, o presidente do Conselho se manifestoucasas de aposta eleicoesnota divulgada horas depois.
Eleito para comandar o Conselho do Corinthianscasas de aposta eleicoes2casas de aposta eleicoesfevereiro, Romeu Tuma Júnior teve a vitória celebrada por Augusto Melo e seus correligionários. Às vésperas da votação, o presidente decidiu entrar na campanha e apoiar Tuma publicamente.
Antes disso, porém, Augusto chegou a trabalhar para viabilizar um outro nome mais próximo e fiel a ele, mas não teve êxito.
O apoio do grupo da situação foi decisivo para a vitóriacasas de aposta eleicoesTuma, mas nem por isso o novo presidente do Conselho adotou uma postura passiva ou submissa à diretoria executiva.
Nas comissões temáticas, Tuma nomeou conselheiros que integraram a antiga gestão,casas de aposta eleicoesDuilio Monteiro Alves, como Wesley Melo, na áreacasas de aposta eleicoesfinanças, e Herói Vicente, na jurídica.
Nacasas de aposta eleicoesfutebol está o ex-diretor Flávio Adauto, mas o nome mais polêmico é ocasas de aposta eleicoesFran Papaiordanou. Ele é apontado como um possível sucessorcasas de aposta eleicoesRubão caso o diretor venha a ser derrubado. Seria uma formacasas de aposta eleicoesagradar Tuma e seu grupo político, formado majoritariamente por conselheiros vitalícios.
Recentemente, Augusto estevecasas de aposta eleicoesuma confraternização destes caciques corintianos no litoralcasas de aposta eleicoesSão Paulo - sem a presençacasas de aposta eleicoesRubão. O presidente também assistiu a um jogo da equipe sub-17 do Timão ao ladocasas de aposta eleicoesPapaiordanou.
Questionado sobre a "sombra"casas de aposta eleicoesFran Papaiordanou, Rubão adota discurso contundente:
– Pra mim, esse cara é um zero a esquerda. Para mim, ele não existe na vida política do clube – afirma.
– Quero deixar claro: não tive contato algum com a comissãocasas de aposta eleicoesfutebol, conheço todas as pessoas da comissão, me dou bem com a maioria, mas não vou me sujeitar a um governo paralelo nem no raio que o parta. Quer legitimidade? Vá disputar eleição! – completa.
A dupla se conhece há décadas e não apenas por conta do Corinthians. Franzinho, filho do conselheiro, jogou no Guaratinguetá quando Rubão era dirigente do clube.
A relação do diretorcasas de aposta eleicoesfutebol do Corinthians com Romeu Tuma Jr também é antiga. Rubão foi chefecasas de aposta eleicoesgabinete dele quando deputado estadual por São Paulo, entre 2003 e 2007.
Em buscacasas de aposta eleicoessustentação, o diretorcasas de aposta eleicoesfutebol se aproximou nos últimos tempos do "Movimento Corinthians Grande", grupo político que elegeu uma chapa na última eleição.
Embora não seja tão numeroso no Conselho (tem 25casas de aposta eleicoes200 cadeiras), o Movimento Corinthians Grande ganhou protagonismo na gestão Augusto, ocupando cargos-chave na diretoria, tais como a segunda vice-presidência (Armando Mendonça), diretoria financeira (Rozallah Santoro) e diretoria-adjuntacasas de aposta eleicoesfutebol (Fernando Alba).
Tal influência é explicada pela postura do Movimento na campanha eleitoral. O grupo decidiu não ter candidatura própria comocasas de aposta eleicoesoutros anos (quando Felipe Ezabella e Mario Gobbi disputaram a presidência) e manifestou apoio público a Augusto. Com isso, abriu espaço para alianças com outras chapas, formando uma espéciecasas de aposta eleicoesfrente únicacasas de aposta eleicoesoposição.
Nos bastidores, fala-se até que uma eventual destituiçãocasas de aposta eleicoesRubão poderia provocar um efeito dominó, com pedidoscasas de aposta eleicoesrenúnciacasas de aposta eleicoesmembros do Movimento Corinthians Grande, o que poderia provocar uma crise política no clube.
Metade das chapas eleitas para o Conselho sãocasas de aposta eleicoesoposição. Assim, se houver migraçõescasas de aposta eleicoesmembros da situação para o outro lado, Augusto Melo pode perder a maioria no órgão - ainda há cercacasas de aposta eleicoes100 conselheiros vitalícios, que acabam sendo os fiéis dessa balança.
Este cenário faz com que o Movimento Corinthians Grande seja apontado nos bastidores como o "centrão" do clube. No passado, algumas lideranças do grupo fizeram parte da gestãocasas de aposta eleicoesAndrés Sanchez, mas depois migraram para a oposição.
Se por um lado Augusto Melo tenta expandircasas de aposta eleicoesbasecasas de aposta eleicoesapoio, por outro ele segue "fechado" com seus velhos aliados. O núcleo duro do poder corintiano hoje tem os seguintes membros:
- Claudinei Alves: diretorcasas de aposta eleicoesbase, trabalhou com Augusto no União Barbarense e também na base do Corinthians;
- Valmir Costa: diretor-adjuntocasas de aposta eleicoesbase, é sóciocasas de aposta eleicoesAugusto numa quadra esportiva no bairro do Tatuapé e também trabalhou com ele no Barbarense e no sub-17 alvinegro;
- Vinicius Cascone: secretário geral, é advogado e velho amigocasas de aposta eleicoesAugusto, tendo colaborado nas duas campanhas dele à presidência;
- Marcelo Mariano: conhecido como Marcelinho, nomeado para ser diretor administrativo;
- Sergio Moura: superintendentecasas de aposta eleicoesmarketing e um dos coordenadores da campanha eleitoral;
Aos diretores se juntam o assessor Caio do Valle, uma espéciecasas de aposta eleicoesajudante geralcasas de aposta eleicoesordenscasas de aposta eleicoesAugusto, e Marcelo Sales, conhecido como Ninja, que trabalha no gabinete da presidência.
São essas pessoas com as quais Augusto se aconselha e com quem ele compartilha informações mais sensíveis. Há relatoscasas de aposta eleicoesque Caio do Valle, por exemplo, participa até mesmocasas de aposta eleicoesnegociações. O presidente teve a companhiacasas de aposta eleicoesNinja na reunião para alinhar a gestãocasas de aposta eleicoescrise quando veio à tona o pedidocasas de aposta eleicoesrescisãocasas de aposta eleicoesMatías Rojas.
Andrés Sanchez e seus aliados tentam se reagrupar e preparar o terreno para a volta ao comando do clubecasas de aposta eleicoes2027.
Para isso, trabalhamcasas de aposta eleicoesduas frentes:
- defender as realizações dos 16 anoscasas de aposta eleicoesque comandaram o Corinthians e se proteger contra ataques da atual gestão;
- fiscalizar e denunciar eventuais erroscasas de aposta eleicoesAugusto Melo.
O primeiro ponto ficou explícitocasas de aposta eleicoescaso recente envolvendo supostas "mordomias" ao ex-presidente Duilio Monteiro Alves e seus diretores. Após influenciadores e jornalistas informarem que Augusto pretendia abrir mãocasas de aposta eleicoescarroscasas de aposta eleicoesluxo que a antiga gestão usufruía, Duilio pediu esclarecimentos ao Conselho sobre os veículos que o Timão tem à disposição. Em ofício, Augusto Melo confirmou que tal frota não existia.
Agora, o principal desafio da oposição é evitar que as contascasas de aposta eleicoes2023 sejam reprovadas no Conselho Deliberativo. Se isso ocorrer, abrirá caminho para suspender ou até mesmo tornar inelegível Duilio.
Na última semana, Andrés Sanchez e aliados se reuniram com Augusto Melo no Parque São Jorge. Um dos principais temas do encontro foi a vendacasas de aposta eleicoesdireitoscasas de aposta eleicoestransmissão dos jogos do Corinthians no Campeonato Brasileiro. O ex-presidente se mostrou contrário a um acordo com a empresa Brax. Também foram pedidos esclarecimentos a respeitocasas de aposta eleicoescontratos firmados pela nova gestão.
Nos bastidores, a visita foi vista como um recado: o grupo Renovação e Transparência está vivo e a oposição que Augusto enfrenta não é apenas interna.
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