O assunto clube-empresa pautou o dia a dia do Botafogo muito antes da chegadapoker esporteJohn Textor e da aprovação da lei da Sociedade Anônima do Futebol. Enquanto o congresso ainda discutia o projeto e o novo dono vislumbrava a oportunidadepoker esporteinvestir no Brasil, os alvinegros já apostaram tudo na chancepoker esportese agarrar ao salva-vidas para o marpoker esportedívidas. Porta-voz da SAF do Bota, o advogado André Chame, lembrou ao ge a caminhada que começoupoker esporte2019.
De lá para cá, foram diferentes nomes envolvidos, projetos apresentados e consultorias contratadas. Duas iniciativas para transformar o clubepoker esporteempresa fracassaram até o finalpoker esporte2021, quando o empresário americano apareceu. Tempopoker esporteque o clube mudoupoker esportediretoria, contratou novos profissionais e tomou decisõespoker esporteimpacto forapoker esportecampo, com algumas vitórias e muitos sacrifícios.
Na conversa com a reportagem, Chame refez os passos dos últimos três anos e contou os detalhes da passagempoker esportebastão para o novo dono do futebol alvinegro. O advogado citou as cláusulaspoker esportedesempenho no contrato para afirmar: o torcedor deve esperar um time competitivo para o início do Campeonato Brasileiro.
ge: Essa iniciativa começoupoker esporte2019, e muita gente não lembra. Como foi todo o processo?
André Chame: Em 2019, recebemos o estudo da Enerst Young por botafoguenses ilustres. Nessa época, eu fazia parte do conselho deliberativo do clube e fui chamado para ajudar no projetopoker esporteformatação do primeiro projeto da S/A. Começamos as reuniões e chamamos o grupopoker esporteSala 03, que era o número lá no meu escritório. Eram reuniões sempre às terças-feiras, com presenças do Laércio, que liderava, alémpoker esportepresidente, ex-presidentes e outras pessoas envolvidas com o clube. Ainda não tinha lei da SAF.
Depois, ainda veio o projeto do Gustavo Magalhães, que eu não participei mas sabia o que estava acontecendo. Finalmente, tivemos a transição da presidência para o Durcesio Mello, a chegada do CEO Jorge Braga, e o Durcesio me deu a honrapoker esportecontinuar no projeto. O Jorge fez todo o trabalho interno para a chegada do investidor. Eu gostavapoker esportedizer que mais importante do que achar o investidor, era estar com a casa pronta. É a mesma coisa que colocar um apartamento para vender. Ele tem que estar certinho antespoker esporteaparecer um comprador.
Com a lei da SAF, e eu participeipoker esportealgumas reuniões para ajudar na redação, tudo ficou mais fácil. Veio a chancepoker esporteorganizar a dívida do clube, que foi um passo muito importante. Com a chegada da XP Investimentos, que nos apresentou o investidor, tudo se resolveu. Recebemos o contato quase na vésperapoker esporteNatal, assinamos o primeiro documento no dia 24, e começamos essa operação.
Assinatura do contrato com John Textor é oficializada no Botafogo
Houve momentos delicados, principalmente no início da pandemia...
O primeiro projeto foi um grande esforço para montar, com seis ou sete consultorias auxiliando. E aí, veio a pandemia, com uma retração muito fortepoker esportecapital naquele momento. Não conseguimos ir a mercado e levar adiante o primeiro projeto. Na época, comentei que era a derrota mais dolorosa que tinha sentido como botafoguense. Até aquele dia, era o jogo contra o Juventude,poker esporte1999. Aquela conseguiu superar.
Sabemos que o investimento do Textor serápoker esporteR$ 400 milhões. Mas não necessariamente será só isso, certo?
O John tem uma obrigaçãopoker esporteaporte mínimo, que époker esporteR$ 400 milhões e mais o investimento necessário para as metaspoker esportefolha e orçamento anuais. Mas, nada impede que faça aportes adicionais, se for do interesse. Se o clube não conseguir aportar o seu percentual nesse investimento a mais, se dilui a sociedade, comopoker esportequalquer empresa. Só que há uma trava nos 5%, para que o clube nunca perca esse percentual mínimo.
Um exemplo: sepoker esporteum capitalpoker esporteR$ 500 milhões o investidor aportar mais R$ 100 milhões, são 20%. Se o Botafogo não acompanhar, o capital será diluído. Mas, nunca a menospoker esporte5% para o clube.
Por que esse percentual é importante?
Enquanto o clube tem ao menos uma cota da SAF, a empresa é obrigada a respeitar todas as marcas, distintivos, bandeiras, hinos, toda a identidade do clube, se manter no Riopoker esporteJaneiro. Mesmo se o investidor pensassepoker esportefazer isso, dependeria obrigatoriamente do voto afirmativo do Botafogo. A não ser que algum presidente no futuro aceite uma mudança dessas, o que eu não imagino. É isso que dá garantias para mantermos sempre toda a identidade alvinegra, além da presença nos conselhos Fiscal epoker esporteAdministração.
O que o Botafogo deve fazerpoker esporteimediato com os R$ 100 milhões do Textor? Setorista Davi Barros explica
A partirpoker esporteagora, o que falta para o contrato estar 100%?
Ainda temos alguns ajustes burocráticos para serem feitos nos próximos dias, mas a presença do John já é uma realidade. Por razãopoker esporteconfidencialidade, não posso contar quais são, mas são pontos meramente burocráticos.
Ou seja, não existe mais possibilidadepoker esporteo negócio não acontecer.
A gente pode dizer que está 100% certo. Os detalhes não sãopoker esportemaneira nenhuma impeditivos para a chegada do John. Não parece factível uma reversão disso. O investidor já está no Botafogo.
Como foram as últimas semanas, com a ansiedade para finalizar o contrato?
Esses últimos 40 dias forampoker esportetrabalho hercúleo. Uma transação desse porte não acontecepoker esportemenospoker esporteseis meses. E nós fizemos tudo issopoker esporte60 dias. Havia a necessidadepoker esportefazer nesse tempo porque precisávamos virar a chave no clube. O Campeonato Brasileiro está chegando.
Na minha carreira, foi inédito, porque as outras pessoas da equipepoker esportetrabalho, formada por muitos botafoguenses ilustres, também tinham as próprias atividades profissionais. Conseguimos juntar isso à dedicação para acelerar esse processo. Envolveu até sacrifício nesse lado profissionalpoker esportealguns. Mas, no final, tudo deu certo.
Você fez parte do Comitêpoker esporteTransição. Qual foi o trabalho nesse período?
A ideia era preparar o terreno para a chegada do investidor, porque sabíamos que não seria um período longo. Até por isso, decidimos que as contratações fossem feitas com mais calma, com decisões por parte do John. Foi até um pedido dele, que tivéssemos um poucopoker esportecalma. Foi interessante até para debater isso com o novo treinador que ele deve trazer, junto dos novos dirigentes que eles trouxeram para auxiliar na gestão do clube.
Você segue com algum vínculo com o clube ou a SAF a partirpoker esporteagora? Ou apoker esportecontribuição fica por aqui?
Eu disse ao presidente Nelson e ao presidente Durcesio: sou um soldado do clube, sempre quero ajudar. Se o John precisar, estarei a postos, assim como se o clube precisar. Mas, não há nada concreto pensando no dia seguinte. O Botafogo é uma parte importante da minha vida e sempre ajudarei quando for preciso.
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