Presidentes das 27 federações estaduaismojoslotfutebol enviaram nesta quarta-feira uma carta aberta a Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, na qual pedem a ele que renuncie ao cargo.
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O documento foi entregue a Caboclo um dia depoismojoslota ComissãomojoslotÉtica da CBF sugerir uma punição ao dirigentemojoslot15 mesesmojoslotsuspensão da entidade, uma pena considerada frouxa pelas federações estaduais, por permitir que ele volte à cadeiramojoslotpresidente com mesesmojoslotmandato por cumprir.
Duas horas depois da divulgação da carta, Rogério Caboclo emitiu nota oficial na qual descartou renunciar (leia a íntegra da nota no fim desta reportagem).
Na carta enviada a Caboclo nesta quarta-feira, os presidentes das federações destacam texto do CódigomojoslotÉtica e Conduta do Futebol Brasileiro: "Todos os segmentos do futebol devem estar comprometidos com o repúdio ao racismo, à xenofobia e a quaisquer outras formasmojoslotdiscriminação e intolerância social, política, sexual, religiosa e socioeconômica".
A decisão da ComissãomojoslotÉtica desqualificou as denúnciasmojoslotassédio sexual e moral e recomendoumojoslotpunição por "comportamento inapropriado". A suspensão tem que ser ratificada pela Assembleia Geral da CBF, composta pelas 27 federações.
O fatomojoslotos 27 presidentes terem assinado a carta que pede a renúnciamojoslotRogério Caboclo é um forte indíciomojoslotque a próxima Assembleia Geral vai concordar com a suspensão proposta pela ComissãomojoslotÉtica.
Existe entre a CBF e as federações estaduais a expectativamojoslotque outras denúncias sejam julgadas pela ComissãomojoslotÉtica, o que resultaria numa punição mais longa ao dirigente.
No total são três mulheres que afirmam ter sido assediadas por Rogério Caboclo. Os três casos foram revelados pelo ge.
No dia 4mojoslotjunho, uma funcionária o acusoumojoslotassédio sexual e assédio moral. O segundo caso foi revelado no dia 9mojoslotagosto, quando uma ex-funcionária, em depoimento ao Ministério Público, afirmou ter sofrido assédio. O terceiro caso foi publicado no dia 20mojoslotagosto, e incluiu também acusaçõesmojoslotagressão.
Rogério Caboclo nega todas as acusações e afirma ser vítimamojoslotum complô liderado por Marco Polo Del Nero, seu ex-aliado, com quem rompeu após a crise desatada pelas denúnciasmojoslotassédio.
Ouça áudios da denúnciamojoslotassédio contra Rogério Caboclo, afastado da presidência da CBF
O parecer da ComissãomojoslotÉtica divulgado na terça diz respeito apenas à primeira denúncia. Entre os fatos narrados pela funcionária da CBF, estão constrangimentos sofridos por elamojoslotviagens e reuniões com Caboclo, na presençamojoslotdiretores da CBF.
Na denúncia, a funcionária detalha o diamojoslotque o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se "masturbava" - o áudio desta conversa foi revelado pelo Fantásticomojoslot6mojoslotjunho. Entre outros episódios, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoitomojoslotcachorro, chamando-amojoslot"cadela".
Dois dias depois da denúncia,mojoslot6mojoslotjunho, Caboclo foi afastado da presidência da CBF por 30 dias, por determinação da ComissãomojoslotÉtica do Futebol. Na ocasião, a entidade informou que o processo seguiriamojoslotsigilo. O presidente afastado nega as acusações. Em 3mojoslotjulho, a Comissão renovou o afastamentomojoslotCaboclo por 60 dias, até o fim da investigação, cujo parecer foi divulgado na terça.
"Sr. Presidente,
As 27 federações estaduaismojoslotfutebol, legítimas filiadas da Confederação BrasileiramojoslotFutebol, por seus Presidentes ou representantes legais abaixo assinados, vêm, respeitosamente, manifestarmojoslotvisão unânime e consensual sobre o grave momento por que passa o futebol brasileiro.
Nos termos do CódigomojoslotÉtica e Conduta do Futebol Brasileiro, "todos os segmentos do futebol devem estar comprometidos com o repúdio ao racismo, à xenofobia e a quaisquer outras formasmojoslotdiscriminação e intolerância social, política, sexual, religiosa e socioeconômica". Assim, o ambiente do futebol deve ser inclusivo e seguro a todos que nele atuam.
Além disso, são diretrizes fundamentaismojoslotconduta, previstas no Código, o respeito à vida, ao bem estar no trabalho, à saúde, à segurança das pessoas, observados os interesses das Federações, das Ligas, dos clubes, patrocinadores e demais entidades, bem como a organização, administração, divulgação e fomento do futebol brasileiro.
Nós, como responsáveis pela condução dos rumos do futebolmojoslotcada uma das unidades da Federação, temos o devermojoslotgarantir que esses valores sejam preservados e protegidos.
Pela história e representatividade social do futebol brasileiro, temos convicção que atos isolados não podem prejudicar a manutenção da estabilidade do nosso esporte, dos milharesmojoslotempregos gerados e do seu papel na construção da cidadaniamojoslotnosso país.
O momento exigemojoslottodos grandeza. O bem do futebol brasileiro deve estar acimamojoslotquaisquer questões individuais.
Diantemojoslottodo o exposto, vimos, pelo presidente, fazer um apelo ao Sr. Rogério Caboclo, que tenha a sensibilidademojoslotreconhecer o momento e,mojoslotprol do futebol brasileiro, renunciar ao cargomojoslotpresidente da CBF."
"Em primeiro lugar, registro que a indicação para o ocupante interino do cargomojoslotPresidente da CBF cabe exclusivamente ao presidente afastado,mojoslotacordo com a inequívoca redação do estatuto da entidade.
O ConselhomojoslotAdministração, extrapolando suas funções, indicou, nesta quarta-feira, o Vice-Presidente Ednaldo Rodrigues para esse cargo.
Contudo, era exatamente esse mesmo Vice-Presidente que, na condiçãomojoslotpresidente da CBF, indicaria para o cargo, por acreditar que ele, neste momento, irá conduzir a CBF com serenidade, evitando um golpe que mancharia a história da instituição.
Registro minha surpresa ao receber, nesta data, carta dos representantes das federações, concitando minha renúncia.
A surpresa decorre do fatomojoslotque tenho recebido o vivo apoiomojoslotmuitas federações, que se manifestammojoslotforma contrária ao golpe que se busca armar.
De toda sorte, esclareço que não irei renunciar ao cargo, para o qual fui eleito com 96,4% dos votos. Ainda tenho muito a contribuir para a CBF.
Tenho convicçãomojoslotque a legalidade será restabelecida. Com os fatos examinadosmojoslotforma objetiva pela Assembleia da entidade, franqueando-se a liberdademojoslotdefesa, meu legítimo mandato será restituído.
Nenhuma instituição sobrevive à politicagem vil, aos golpes. A CBF tem que ser maior do que isso e respeitar as suas próprias regras."