Com ginga e resistência, negros driblam preconceito no futebol
O atacante Vinícius Jr. vive possivelmentebolsa de apostas copa do mundo 2024melhor temporada pelo Real Madrid. Surge como um dos artilheiros e garçons da equipe, mas o que salta aos olhos são os dribles plásticos e contundentes que aplica. Segundo o site Footstats, ele é o maior driblador das edições atuais do Campeonato Espanhol e da Champions League. Rápido e insinuante, está difícilbolsa de apostas copa do mundo 2024parar o garoto,bolsa de apostas copa do mundo 202421 anos, que busca um lugar na linhagembolsa de apostas copa do mundo 2024brasileiros negros que se destacaram ao redor do mundo por causa da habilidade. Entre eles estão Ronaldinho, Neymar, Dener, Garrincha, Pelé e muitos outros.
Para alguns pesquisadores essa relação entre técnica e raça pode não ser mera coincidência. Eles apontam que elementos da cultura negra foram inseridos no futebol para incrementar o drible. Mas não só por isso. Também foram uma formabolsa de apostas copa do mundo 2024os negros escaparem da discriminação.
A teoria se debruça sobre as primeiras décadas do século passado, quando o futebol era terreno proibido para pessoas negras. Clubes e competições aceitavam apenas brancos. Com o passar dos anos, os jogadores negros foram conquistando o direitobolsa de apostas copa do mundo 2024jogar. Entretanto, o racismo continuou se manifestandobolsa de apostas copa do mundo 2024outra forma: por meio da violência.
Uma pesquisa publicadabolsa de apostas copa do mundo 20241995 pelo sociólogo Maurício Murad, e que consta no livro "Violência no futebol", um dos clássicos sobre o tema, traz relatosbolsa de apostas copa do mundo 2024jogadores e jornalistas que vivenciaram o períodobolsa de apostas copa do mundo 2024inserção do negro no futebol. Entre os registros, está uma entrevistabolsa de apostas copa do mundo 2024Domingos da Guia, zagueiro da Seleção Brasileira na Copabolsa de apostas copa do mundo 20241938, sobre as dificuldades que os negros enfrentavam quando ele nem sonhavabolsa de apostas copa do mundo 2024ser jogador.
"Ainda garoto eu tinha medobolsa de apostas copa do mundo 2024jogar futebol, porque vi muitas vezes jogador negro, lábolsa de apostas copa do mundo 2024Bangu, apanharbolsa de apostas copa do mundo 2024campo, só porque fazia uma falta, nem isso às vezes[...] Meu irmão mais velho me dizia: 'Malandro é o gato que sempre caibolsa de apostas copa do mundo 2024pé. Tu não é bombolsa de apostas copa do mundo 2024baile?' Eu era bombolsa de apostas copa do mundo 2024baile mesmo,e isso me ajudoubolsa de apostas copa do mundo 2024campo. Eu gingava muito [...]O tal do drible curto eu inventei imitando o miudinho, aquele tipobolsa de apostas copa do mundo 2024samba"
Murad reforça quebolsa de apostas copa do mundo 2024hipótese não visa a dizer que o drible no futebol foi inventado pelos negros, mas destaca as peculiaridades da maneira brasileirabolsa de apostas copa do mundo 2024ludibriar os adversários.
- Embora não podemos dizer que o drible tenha sido somente uma invenção negra porque no futebol inglês tinha o 'dribble''. Mas a diferença é que lá o 'dribble' era passar a bola. No futebol brasileiro, não era só passar a bola, era passar com a bola. Sem tocar no corpo dele. Então a ginga, a finta, o passe da capoeira,bolsa de apostas copa do mundo 2024dança, o linguajar corporal acabaram ajudando o negro a montar o drible - afirma.
O professor e filósofo Renato Noguera, da Universidade Federal Rural do Riobolsa de apostas copa do mundo 2024Janeiro (UFRRJ) explica que os africanos, quando retiradosbolsa de apostas copa do mundo 2024seus países para serem escravizadosbolsa de apostas copa do mundo 2024outros continentes, buscaram formasbolsa de apostas copa do mundo 2024resistir e manterem suas raízes. Ao acessarem o futebol, poucas décadas após a abolição da escravidão no Brasil, acrescentaram ao esporte um elemento presentebolsa de apostas copa do mundo 2024muitas culturas africanas: a corporalidade.
- É uma culturabolsa de apostas copa do mundo 2024que o corpo está o tempo todo presente. A cultura negra é uma corporalidade, a corporalidade é a compreensãobolsa de apostas copa do mundo 2024que a as nossas relações se dão através do corpo, que o corpo tem uma história, uma tradição, um histórico. Isso está presentebolsa de apostas copa do mundo 2024uma corporalidade negra no futebol brasileiro especialmente naquilo que é o drible.
Recentemente, o Real Madrid utilizou o termo "samba style"bolsa de apostas copa do mundo 2024suas redes sociais para definir o estilobolsa de apostas copa do mundo 2024Vinícius Jr.bolsa de apostas copa do mundo 2024tratar a bola. O atual técnico do time, Ancelotti, apontou o jogador um dos melhores do mundo no "um contra um". Também pudera, o atacante, criabolsa de apostas copa do mundo 2024São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, é um dos protagonistas da temporada, com uma cartela impressionantebolsa de apostas copa do mundo 2024dribles. A ginga na horabolsa de apostas copa do mundo 2024uma pedalada está ali, a malandragem ao surpreender com uma lambreta, também. Masbolsa de apostas copa do mundo 2024influência não vem apenas do samba.
- Sei sambar um pouco, sei dançar funk um pouco e acaba ajudando nos movimentos, acabo passando um pouco a alegria para os dribles no campo. Desde pequeno sempre gostei muitobolsa de apostas copa do mundo 2024funk, sempre fui um bom dançarino (dá uma gargalhada). E nos jogos que faço gol me sinto mais leve quando posso comemorar do jeito que eu quero - contou Vinícius Jr ao ge.
Poucos sabem, mas antesbolsa de apostas copa do mundo 2024se tornar jogadorabolsa de apostas copa do mundo 2024futebol profissional, a atacante Ludmila, do Atléticobolsa de apostas copa do mundo 2024Madri e da Seleção Brasileira, era exímia capoeirista. A bola veio depois. Ainda assim, a jogadora, nascidabolsa de apostas copa do mundo 2024Guarulhos, na Grande São Paulo, não deixa as raízes para trás. Antesbolsa de apostas copa do mundo 2024todas as partidas, ela coloca os fones no ouvido, se desligabolsa de apostas copa do mundo 2024tudo e encontra no som o combustível para entrarbolsa de apostas copa do mundo 2024campo.
- Muitas vezes quando eu vou pro jogo, tenho que escutar um pouco o barulho do berimbau. A capoeira mexe muito com o corpo e a força são o ponto mais forte que eu tenho - diz Ludmila.
Décadas se passaram e o campobolsa de apostas copa do mundo 2024futebol se tornou um lugar mais seguro. Sambando miudinho ou jogando capoeira, os jogadores negros fizeram dos gramados um palco para brilhares. Assim, colocaram o futebol brasileiro no imaginário artístico do esporte mundial, e continuarão a fazê-lo no futuro.
Veja no alto da matéria a reportagembolsa de apostas copa do mundo 2024vídeo que foi ao ar no Globo Esporte!