Tragédiacomo se aposta no sportingbetHillsborough faz 30 anos: relembre os erros, as mudanças e a busca por justiça

Até hoje apenas uma pessoa foi considerada culpada; chefe do policiamento não teve veredito

Por Helena Rebello e Marina Izidro — Londres, Inglaterra


Eram 15h06 do dia 15como se aposta no sportingbetabrilcomo se aposta no sportingbet1989 quando o juiz apitou o fim da partida que até hoje não terminou. O jogo entre Liverpool e Nottingham Forrest, interrompido ainda nos minutos iniciais, seria retomado quase um mês depois. Mas aquela semifinal da Copa da Inglaterra hoje completa 30 anos viva na memória dos ingleses como sinônimo da maior tragédia da história do futebol do país. Três décadascomo se aposta no sportingbetsaudades ecomo se aposta no sportingbetbusca por justiça para as 96 vítimascomo se aposta no sportingbetHillsborough.

Superlotaçãocomo se aposta no sportingbet"geral" terminou com 96 mortos no estádiocomo se aposta no sportingbetHillsboroughcomo se aposta no sportingbet1989 — Foto: Getty Images

No início deste mês, as famílias dos torcedores mortos passaram por mais uma frustração. O júri não chegou a um veredito sobre o chefecomo se aposta no sportingbetpolícia responsável pela segurança da partida, David Duckenfeld – que, se condenado, pode enfrentar prisão perpétua. A promotoria vai pedir um novo julgamento.

O único considerado culpado até agora foi o ex-secretário do Sheffield Wednesday, proprietário do estádiocomo se aposta no sportingbetHillsborough. A pena dele será anunciadacomo se aposta no sportingbetmaio, mas serácomo se aposta no sportingbetno máximo dois anos.

Graham Mackrell é o único considerado culpado até hoje - e ficará no máximo dois anos na prisão — Foto: Reuters

como se aposta no sportingbet Uma sériecomo se aposta no sportingbeterros

Um dos estádios da Copa do Mundocomo se aposta no sportingbet1966, Hillsborough foi escolhido pela Football Association (FA) para sediar a partida entre Liverpool e Nottingham Forrest, duas das maiores potências dos anos 80, por se tratarcomo se aposta no sportingbetum campo neutro.

No auge no hooliganismo e à sombracomo se aposta no sportingbetoutra tragédia, acomo se aposta no sportingbetHeysel, quase todos os estádios tinham grades separando as arquibancadas do gramado. Mas a barreira que deveria sercomo se aposta no sportingbetproteção ali se transformariacomo se aposta no sportingbetarmadilha diante da superlotação do setor conhecido como Leppings Lane Terrace, uma espéciecomo se aposta no sportingbet“geral” na qual era possível assistir aos jogoscomo se aposta no sportingbetpé.

Ali havia sete catracas para controlar a entradacomo se aposta no sportingbetcercacomo se aposta no sportingbet10 mil torcedores, e só uma estaria funcionando propriamente. O funil que se formou gerou aglomeração do ladocomo se aposta no sportingbetfora, e a solução apresentada para minimizar a confusão que se formava no entorno foi abrir um dos portõescomo se aposta no sportingbetsaída.

Torcedores foram prensados junto às grades que separavam arquibancadas do campo — Foto: Getty Images

Não houve o controle devido, e a arquibancada ficou superlotada. A polícia demorou a entender que quem tentava saltar a grade buscava se salvar e conteve num primeiro momento o que pensou ser invasãocomo se aposta no sportingbetcampo. Quem não conseguiu pular e estava junto à grade foi pressionado, esmagado, asfixiado.

Noventa e seis torcedores do Liverpool morreram e maiscomo se aposta no sportingbet700 ficaram feridos - para fins judiciais, apenas 95 mortes são contabilizadas, pois um dos torcedores morreu quase um ano após a tragédia. Acredita-se que pelo menos 40 vítimas fatais poderiam ter sido salvas se tivessem recebido atendimento correto ainda no estádio.

como se aposta no sportingbet Uma nova formacomo se aposta no sportingbettorcer na Inglaterra

Um inquérito foi aberto para apurar responsabilidades e apontar o que deveria mudar para evitar novas tragédias. O documento, publicadocomo se aposta no sportingbetdefinitivocomo se aposta no sportingbetjaneirocomo se aposta no sportingbet1990,como se aposta no sportingbetautoria do Lord Justice Taylor, ficou conhecido como Relatório Taylor.

Ele concluiu que a principal causa para o desastre foi a falha no controlecomo se aposta no sportingbetsegurança. Leppings Lane Terrace era divididocomo se aposta no sportingbetpequenos setores gradeados. Quando o portãocomo se aposta no sportingbetsaída foi aberto para a entrada dos torcedores, os mesmos se dirigiram a áreas centrais da arquibancada, que já estavam lotadas. Caso os túneiscomo se aposta no sportingbetacesso a elas estivessem fechados, eles poderiam ser direcionados a áreas mais laterais das arquibancadas, por exemplo.

Jogos da Premier League hoje têm fãs perto do campo e sem grades separando campo e arquibancada — Foto: Reuters

O Relatório Taylor também publicou recomendações para tornar os estádios mais seguros aos torcedores. Elas se tornaram lei. As grades foram abolidas, os númeroscomo se aposta no sportingbetcatracas recalculados, e tornou-se obrigatório que todos os jogoscomo se aposta no sportingbettimes da primeira e da segunda divisões do país fossemcomo se aposta no sportingbetestádios com assentos para todos os torcedores. As gerais foram extintas.

Todo o processocomo se aposta no sportingbetmodernização do futebol inglês culminou na formação da Premier League, hoje o campeonatocomo se aposta no sportingbetfutebol mais rico do mundo e referênciacomo se aposta no sportingbettermoscomo se aposta no sportingbetsegurança para os torcedores.

- Quando você cria estádios (para torcedores) 100% sentados, com outros desenvolvimentos, a introduçãocomo se aposta no sportingbetcircuitos internoscomo se aposta no sportingbetcâmeras, contagemcomo se aposta no sportingbetpessoas... Condições que tornaram mais seguro ir ao futebol. Isso teve um efeito transformador e realmente mudou a natureza da experiência ao vivo. Houve menos hooliganismo, tornou-se um esporte mais orientado para a família, os preços dos ingressos subiram. Isso criou uma tendência no jogocomo se aposta no sportingbetuma perspectiva comercial. – disse Phil Carling, diretor globalcomo se aposta no sportingbetfutebol da agênciacomo se aposta no sportingbetmarketing esportivo Octagon.

como se aposta no sportingbet Maiscomo se aposta no sportingbet20 anos até pedirem desculpas

Se a tragédia revolucionou a estrutura do futebol inglês já na década seguinte, as feridas abertas nas famílias das vítimas latejam até hoje. Não bastasse a perda dos entes queridos, as autoridades e parte da mídia na época retrataram os próprios torcedores do Liverpool como culpados pela tragédia. Alegavam que os fãs estavam bêbados e causaram o tumulto.

O jornal The Sun, que publicou uma matéria afirmando que torcedores urinaram sobre os policiais e que as equipescomo se aposta no sportingbetsalvamento teriam sido agredidas durante o trabalho, sofreu um forte boicote da população. A circulação do tabloide na região ainda hoje é cercacomo se aposta no sportingbetapenas 1/10 do que era antes da fatídica cobertura.

Capa do The Suncomo se aposta no sportingbet1989, culpando torcedores; ecomo se aposta no sportingbet2012, reconhecendo o erro — Foto: Reprodução / The Sun

Essa postura hostil para com as vítimas se sustentou até setembrocomo se aposta no sportingbet2012, quando relatórios sobre a tragédia tornaram-se públicos e expuseram os erros e responsabilidades das autoridades na condução do episódio. Segundo ele, maiscomo se aposta no sportingbet160 depoimentos teriam sido alterados. A Football Association e até o Primeiro Ministro David Cameron pediram desculpas públicas às famílias dos mortos.

As punições nos tribunais, no entanto, ainda não são realidade. Depoiscomo se aposta no sportingbet10 semanascomo se aposta no sportingbetjulgamento na cortecomo se aposta no sportingbetPreston, os 12 jurados deliberaram por 29 horas até informarem o juir Sir Peter Openshawcomo se aposta no sportingbetque seria impossível atingir uma maioriacomo se aposta no sportingbet10 para alcançar um veredito sobre David Duckenfeld, o ex-policial que supervisionava a segurança da partida. A promotoria pedirá um novo julgamento. E as famílias seguem acompanhando a apuração das responsabilidades.

David Duckenfield era o policial responsável pela segurança do jogo e não tem veredito — Foto: Reuters