Valorant: atleta trans, Jelly defende inclusão: "Diferenças não nos param"

Com 17 anos, jogadora da B4 Angels vem se destacando;bubble shooter grátis para jogarentrevista ao ge, contabubble shooter grátis para jogartrajetória e dá conselhos para quem sonhabubble shooter grátis para jogarjogar profissionalmente

Por Juliana Motta* — Riobubble shooter grátis para jogarJaneiro


Nesse mês do Orgulho LGBTQIA+, o ge entrevistou Júlia "Jelly", jogadora transbubble shooter grátis para jogarValorant, que, com 17 anos, já exibe uma carreira promissora no jogo. Antesbubble shooter grátis para jogarfazer parte da equipe da B4 Angels, Jelly começou a carreira defendendo a Lusa Red e chamou a atenção pela habilidade. Para ocupar este espaçobubble shooter grátis para jogardestaque, a jogadora precisou lidar com o preconceito da sociedade e os desafiosbubble shooter grátis para jogarse destacarbubble shooter grátis para jogarum cenário majoritariamente masculino e cisgênero.

Os games fazem parte da vidabubble shooter grátis para jogarJelly desde a infância, quando ela dividia um computador com o irmão. Na adolescência, descobriu o gosto por jogos First-Person Shooter (FPS) por meio do Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), mas foi no Valorant que encontroububble shooter grátis para jogarverdadeira paixão e despertou o sonhobubble shooter grátis para jogarser jogadora profissional.

— Descobri esse mundo dos jogos por meio do meu irmão. Nós só tínhamos um PCbubble shooter grátis para jogarcasa, então a gente dividia. Comecei a jogar FPS com uns seis anos e, na época, jogava Team Fortress 2, que era meu jogo favorito. Depois, minha mãe comprou um computador para mim e comecei a explorar vários games. Meu primeiro contato com o FPS tático, como o Valorant, foi no CS:GO, com mais ou menos 15 anos. Comecei a jogar Valorant, querendo realmente competir, no meio do ano passado. Antes eu jogava mais por diversão, mas parecia um jogo legal e comecei a me interessar — contou Jelly,bubble shooter grátis para jogarentrevista exclusiva ao ge.

Jogadora da B4, Jelly foi anunciadabubble shooter grátis para jogarmaio — Foto: Divulgação

O mercadobubble shooter grátis para jogaresports é muito recente e, no cenário feminino, as jogadoras enfrentam ainda mais dificuldades para se firmar. Com medobubble shooter grátis para jogarnão dar certo, Jelly conta que não alimentava a esperançabubble shooter grátis para jogarse tornar jogadora profissional. Ela só acreditou ser possível quando viu seu maior sonho se realizando ao ser chamada para fazer testes, e acabar contratada pela Lusa,bubble shooter grátis para jogarjaneiro deste ano.

— Eu sempre tive uma expectativabubble shooter grátis para jogarjogar profissionalmente, mas nunca coloquei na minha cabeça que queria fazer exatamente isso. Eu sentia que poderia acontecer, já que estava trabalhando para isso, mas não colocava tanta esperança. Só percebi que realmente ia dar certo quando entrei na Lusa, há uns cinco meses. Foi o meu primeiro time grande e, antes disso, as coisas só foram acontecendo para mim — disse.

bubble shooter grátis para jogar INCLUSÃO E REPRESENTATIVIDADE

O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo, segundo dados da ONG Transgender Europe (TGEU). A ausênciabubble shooter grátis para jogarpessoas transbubble shooter grátis para jogarevidência no cenário brasileirobubble shooter grátis para jogaresports é um reflexo da violência e do preconceito que elas sofrem, diariamente, no país. Jelly conta ter sentido muito medobubble shooter grátis para jogarnão ser aceita quando começou a jogar e fala sobre as dificuldades enfrentadas.

— Quando comecei no Valorant e queria competir, tive muita dificuldade porque não acreditava que poderia ser aceita. Achava que era exclusivamente para mulheres cis, tinha medobubble shooter grátis para jogarnão ser aceita. No início tive muitos problemas, não tinha como jogar o Game Changers, porque eu não tinha o passe e não sabia se conseguiria. Cheguei a perguntar, mas não tive resposta — contou Jelly.

A jogadora vê um pequeno avanço na inclusãobubble shooter grátis para jogarpessoas trans no esports, e ressalta a importânciabubble shooter grátis para jogarcampeonatos para a divulgação da comunidade LGBTQIA+. Apesar disso, Jelly afirma que ainda falta deixar claro que todas as pessoas são aceitas nessa profissão.

— Acho que a gente precisa ter mais voz, mostrar que as pessoas são aceitas aqui e não importa quem você é. Agora temos um pouco maisbubble shooter grátis para jogarrepresentatividade. Esse mês, por exemplo, está acontecendo muita coisa legal, como os campeonatos da Pride Cup. Existem competições menores também, feitas para a comunidade trans, e outras para toda a comunidade LGBTQIA+, então tem umas iniciativas muito legais. Isso nos dá a voz que precisamos para mostrar que todos são aceitos — disse a jogadora.

São poucos os nomes da comunidade trans que aparecembubble shooter grátis para jogardestaque nas ligas profissionais. Quando se tratabubble shooter grátis para jogarrepresentatividade, apenas Olga "olga", a primeira mulher trans no competitivobubble shooter grátis para jogarCS:GO, é citada. Ocupar um lugar entre as principais modalidadesbubble shooter grátis para jogaresports no país é um passo essencial para tornar esse espaço acessível às outras pessoas.

Jelly conta que Olga ébubble shooter grátis para jogarmaior inspiração e ressalta como essa representatividade é importante. Agora ela também está se tornando uma referência para a comunidade, e tem noção da responsabilidadebubble shooter grátis para jogarinspirar outras jogadoras.

— No começo não tive muitas referências. A primeira pessoa que descobri e vi que queria ser como ela foi a Olga, jogadorabubble shooter grátis para jogarCS:GO. Não jogamos o mesmo jogo, mas sempre me inspirei nela. Ela é muito boa no que faz e muito gente boa também. Tenho a noçãobubble shooter grátis para jogarque também posso ser uma referência para as pessoas, quero muito mostrar que todos conseguem chegar aqui e que as diferenças não nos param dentrobubble shooter grátis para jogarjogo. Quero ser uma boa representação trans, como a Olga, ela é tudo o que desejo serbubble shooter grátis para jogarrepresentatividade. Mas essa responsabilidade toda me deixa um pouquinho com medo também — falou.

Em apenas cinco meses, a vidabubble shooter grátis para jogarJelly mudou completamente, mas o processo até aqui não foi fácil. Após ser vítimabubble shooter grátis para jogarpreconceito, inclusivebubble shooter grátis para jogarfamiliares, ela aprendeu a importânciabubble shooter grátis para jogarse cercarbubble shooter grátis para jogarpessoas boas. Ela destaca o apoio da mãe, que saiububble shooter grátis para jogarRibeirão Preto, interiorbubble shooter grátis para jogarSão Paulo, para acompanhá-la embubble shooter grátis para jogarapresentação na Lusa. Sua dica para outras pessoas que querem seguir nos jogos digitais é ter uma redebubble shooter grátis para jogarapoio e priorizar lugares onde se sintam bem jogando.

— Eu acho que o melhor conselho é se cercarbubble shooter grátis para jogarpessoas boas. Não importa o time que você vai, as vezes é muito melhor estar cercadabubble shooter grátis para jogarpessoas que você gosta e estar confortável jogando com elas. Já passei por algumas experiências com gente que não foi muito gentil comigo, então entendi a importânciabubble shooter grátis para jogarestar com pessoas boas do lado — contou Jelly, ressaltando a importânciabubble shooter grátis para jogarmanter uma redebubble shooter grátis para jogarapoio.

Jelly embubble shooter grátis para jogarchegada na B4 Angels — Foto: Divulgação

bubble shooter grátis para jogar CHEGADA NA B4 E FUTURO COM A EQUIPE

Jelly foi oficialmente anunciada na B4 Angelsbubble shooter grátis para jogarmaio, após o clube passar por uma reformulação no elenco. Apesar do pouco tempo juntas, a nova line-up da equipe já disputou a terceira seletiva do Protocolo Gêneses. A pro player fala sobre abubble shooter grátis para jogarchegada e detalha a adaptaçãobubble shooter grátis para jogarum novo time.

— Gostobubble shooter grátis para jogaracreditar que consegui chegar na B4 por ser realmente um destaque no cenário. A adaptação na equipe foi bem estranha porque não conhecia muita gente aqui. Do nada comecei a jogar com algumas das melhores jogadoras no cenário, que eram inspiração para mim. Foi surreal e incrível poder jogar com elas. Tenho muito a agradecer à Lusa porque eles me deram a oportunidadebubble shooter grátis para jogarcrescer e uma ótima estrutura. Desde lá eu explodi como player individual e coletiva — disse.

O próximo desafio são as finais do Game Changers, principal campeonato femininobubble shooter grátis para jogarValorant no Brasil, que serão disputadasbubble shooter grátis para jogar2 a 9bubble shooter grátis para jogarjulho. Jelly ressalta a evolução da equipe nos últimos jogos e confiabubble shooter grátis para jogarum bom desempenho no campeonato.

— Minha expectativa para o Game Changers está muito alta, vai ser meu primeiro evento oficial da Riot e ainda presencial. Estou muito ansiosa para ver como vai ser, vamos colocar tudo o que a gente tem para mostrar. Desde o nosso último jogo, melhoramos muito, tivemos uma evolução nítida tanto individual quanto coletiva. Confio que vamos conseguir bater qualquer time que jogarmos contra.

Confiante, a jogadora não hesita ao falar que os torcedores podem esperar nada mais, nada menos, do que a conquista do título pela B4.

— Os torcedores podem esperar um título mesmo [risos]. Fácil assim, não estou nem brincando. Confio demais no time ebubble shooter grátis para jogarmim mesma, sei que a gente vai conseguir.

*Sob supervisãobubble shooter grátis para jogarGabriel Oliveira