Brucer e Matsukaze relembram final anterior do CBLOL no Mineirinho

Palco da decisão do 2º Split do CBLOL 2024 recebeu confrontofull poker2017, quando a Team oNe se tornou campeã com vitória sobre a paiN

Por Gabriel Oliveira — São Paulo


Palco da final do 2º Split do CBLOL 2024, o Ginásio Mineirinho,full pokerBelo Horizonte (MG), recebeu a decisãofull poker2017, quando a Team oNe conquistou o título com vitória por 3 a 1 sobre a paiN Gaming. Bruno "Brucer" conta que a campanha naquela edição surpreendeu, mas que a oNe chegou ao confronto decisivo com a certezafull pokerque seria campeã, enquanto Pedro "Matsukaze" relembra que a paiN quase não passou para os playoffs e que tentou uma nova estratégia para tentar desbancar a adversária,full pokermelhor fase na época.

Os dois ex-jogadores, protagonistas daquela final no 2º Splitfull poker2017, relembraram os principais acontecimentos daquele duelofull pokerconversa com o blog.

Brucer (centro) e integrantes da Team oNe levantam o troféu do 2º Split do CBLOL 2017 — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

— Eu fiquei anestesiado por horas, horas e horas, anestesiado mesmo,full pokernão acreditar que aquilo estava acontecendo comigo,full pokerestar sendo campeão, na minha casa, no Mineirinho, com a plateia do meu lado. Foi a melhor sensação que eu já tive na minha vida — rememora Brucer, nascidofull pokerMinas Gerais.

Brucer relembra momento da vitória na final no Mineirinho: "Fiquei anestesiado por horas"

— Foi especial para mim, porque era a minha primeira grande final e jogando pela paiN. Um time muito grande e tradicional, do qual eu sempre quis fazer parte. Foi fantástico para mim. Foi uma experiência que eu nunca vou esquecer na minha vida — conta Matsukaze.

"Foi especial para mim", diz Matsukaze sobre final do 2º Split do CBLOL 2017

full poker Quem eram oNe e paiN na época

One e paiN eram times bem diferentes naquela época. A One, que nasceu no Counter-Strike, tinha acabadofull pokercontratar o elenco da INTZ Genesis, que havia conquistado o acesso para o CBLOL no 1º Splitfull poker2017. Por outro lado, a paiN já contava com enorme torcida e dois títulos brasileiros.

Ginásio Mineirinho,full pokerBelo Horizonte, durante final do 2º Split do CBLOL 2017 entre paiN Gaming e Vivo Keyd Stars — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

— Era uma line que, para mim, até me intimidava, porque eu era um jogador relativamente novo ainda e estavafull pokeruma line com gigantes — comenta Matsukaze ao falar dos companheiros Matheus "Mylon", Rodrigo "Tay", Gabriel "Kami" e Caio "Loop".

Matsukaze relembra como era paiN no 2º Split do CBLOL 2017

Na oNe, Brucer chegou para reforçar o elenco depois da vaga conquistada pela equipe com João Luis "Marf" jogando no meio. Sem oportunidades na RED Canids, Brucer aceitou a proposta da nova organização para revezar com Marf.

— Era um time que tinha acabadofull pokervir do CS. Eles estavam acabandofull pokercriar a primeira gaming housefull pokerSão Paulo. Tanto que, nas primeiras semanasfull pokertreino, a gente não tinha cadeira gamer, a gente sentava nas caixas dos computadores. Isso só mostrava que tanto a organização quanto a gente queriam muito vencer — acredita Brucer.

Brucer relembra como era a Team oNe no 2º Split do CBLOL 2017

Segundo o ex-jogador, hoje streamer no grupo "Ilha das Lendas", o ambiente erafull pokercobranças excessivas entre os atletas, primeiro porque eles eram "sedentos por vitória, porque todo mundo ali já tinha tomado chumbo para caramba" e depois porque perceberam que teriam chancesfull pokerser campeões.

— Aquele time tinha uma aurafull pokerjogadores que gostavam muitofull pokerjogar e não gostavamfull pokerperder. Em todos os times que eu já tinha passado anteriormente, quando a gente perdia uma 'scrim' [treino], aconteciam poucas brigas e cobranças. Assim que entrei nesta Team oNe, no meu primeiro treino, eu não lembro se eu joguei mal ou alguém jogou mal, já veio muito dos jogadores cobrando. O nosso time era assim. Eles já pegaram uma base da INTZ Genesis, que era muito essa coisafull pokertreinar bastante.

O elenco da oNe era composto por Alvaro "VVvert", Alanderson "4LaN", Marf, Brucer, Luis Felipe "Absolut" e Ygor "RedBert".

Brucer (esq.) e Marf, quando jogavam pela Team oNe, segurando o troféu do 2º Split do CBLOL 2017 — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

full poker Campanhas na primeira fase

Naquele 2º Splitfull poker2017, os oito times participantes se enfrentavam uma vezfull pokerséries melhorfull pokerduas partidas (md2). Ou seja, havia possibilidadefull pokerempate.

A RED Canids vinha do título no 1º Split, contando com o atirador hoje hexacampeão Felipe "brTT"; a Keyd Stars tinha nomesfull pokerpeso, como Gabriel "Revolta" e Murilo "Takeshi"; e a INTZ jogava com uma line-up considerada muito forte à época, com a lendária dupla Micael "micaO" e Luan "Jockster" na rota inferior.

Mas a oNe surpreendeu desde o começo. Na rodada inicial, derrotou a Keyd. No compromisso seguinte, desbancou a INTZ. A primeira derrota veio na sequência, contra a ProGaming Esports, mas a equipe se classificou para os playoffs com a terceira melhor campanha, com quatro vitórias, um empate e duas derrotas.

Já a paiN correu o riscofull pokerficar fora dos playoffs e, com duas vitórias, quatro empates e uma derrota, passou no critériofull pokerdesempate contra a PRG, que fez a mesma campanha.

— O nosso jogo ainda não estava muito bem encaixado. Não clicamos tão bem. E acabou que não deu muito resultado dentro do campeonato. Mas, individualmente falando, os jogadores tinham muita qualidade. Foi mais uma coisafull pokernão encaixar coletivamente tão bem — pondera Matsukaze.

Jogadores do timefull pokerLoL da paiN Gaming no palco, no Ginásio Mineirinho,full pokerBelo Horizonte, na final do 2º Split do CBLOL 2017 — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

full poker Resultados surpreendentes nas semifinais

Nas semifinais, Brucer lembra que a oNe considerava "estar no lucro" sófull pokerter ido aos playoffs, porque a adversária do confronto valendo vaga na decisão, a RED Canids, era considerava favorita.

No sábado, a paiN surpreendeu ao passar pela INTZ, a líder da primeira fase, por 3 a 1, o que animou os jogadores da oNe para o duelofull pokerdomingo contra a Matilha, vencido por 3 a 2.

— Nesta época a RED fez bootcamp na Europa, a gente treinou muito contra INTZ e paiN. E eu lembro que, contra a paiN,full poker15 treinos, a gente perdeu dois e ganhou 13. Contra a INTZ, a gente perdeu dez e ganhou cinco. Então a gente tinha certeza que a INTZ iria ganhar da paiN, mas a paiN venceu. E, quando deu paiN, a gente ficou 'se a paiN ganhou da INTZ e a gente ganhar da RED', a gente enfrenta a paiN na final. Contra a paiN, a gente sabe que tem um bom históricofull pokertreino, a gente sabe que está jogando melhor do que eles — relata Brucer.

Brucer: oNe chegou à final do 2º Split do CBLOL 2017 com certeza que ganharia da paiN

Do lado da paiN, Matsukaze relata que, depois da campanha mediana na primeira fase, a equipe descobriu uma boa maneirafull pokerutilizar o item "Turíbulo Ardente", com o suporte dando muita proteção e cura para o atirador. Isso fez a diferença na semifinal.

— O suporte só precisava fazer esse item e acabou. Não precisava fazer mais nada. Era tão forte que não precisavafull pokermais nada. Era um jogo muito focadofull pokerproteção, aquele tipofull pokercomposição bem tradicional. Só 'AD' [atirador] indo para a frente e recebendo escudo e cura, e dava muito dano. O Turíbulo tinha status muito forte, muito alto — contextualiza Matsukaze.

full poker Expectativa para final

Na final, a paiN apostava todas as fichas no chamado "meta do Turíbulo" e a oNe tinha a certezafull pokerque venceria por causa do históricofull pokertreinos.

— Como a gente não teve um split tão satisfatório assim e a gente conseguiu essa vaga por resultadosfull pokeroutros, o fatofull pokera gente ter descoberto o meta do Turíbulo nos deixou com certa vantagem. Foi algofull pokerque a gente apostou todas as nossas fichas. Era algo que a gente ia jogarfull pokervolta, tanto na semi quanto na final. Eu não diria que a gente chegava como favorito, apesar do nome da paiN, porque esta Team One teve um split muito forte e jogavafull pokerum jeito que outros times não sabiam lidar — destaca Matsukaze.

— Eles tinham um jogo muito forte e com um jeitofull pokerjogar muito diferente dos outros times brasileiros, algo que você não conseguia treinar muito bem, jogando contra os outros times. Foi uma finalfull pokerque a gente tevefull pokerpensar bastante fora da caixa, o que a gente iria fazer para 'counterar' esse estilofull pokerjogo deles, tentar pelo menos, dentro desse metafull pokerTuríbulo.

"Foi uma finalfull pokerque a gente tevefull pokerpensar bastante fora da caixa", conta Matsukaze

De acordo com Brucer, a oNe tinha certeza que iria derrotar a paiN, porque estava com um jogo melhor, principalmentefull pokerdomínio das ações no mapa. Por isso, a equipe se dedicou a uma preparação psicológica, já que, no Mineirinho, a torcida estaria majoritariamente a favor da oponente.

— Nossa preparação mental foi muito mais pesada do que a in-game, porque in-game a gente tinha certeza que era melhor do que eles, a gente só precisava jogar o mapa, que a gente sabia e eles não sabiam na época. Com essa ajuda psicológica, quando a gente entrou ali para jogar a final no Mineirinho, eu lembro que só olhava para a cara do Kami. Eu não olhava para mais ninguém. Eu não olhava para a minha família, que estava na plateia. Eu não olhava para a plateia. Não olhava para os meus colegasfull pokerequipe. Eu só pensava o que eu precisava fazer para ganhar do Kami. Eu fiquei nisso durante todo o tempo. E o nosso time também — rememora Brucer.

Encaradafull pokerjogadoresfull pokerpaiN Gaming e Team oNe antes da final do 2º Split do CBLOL 2017, no Ginásio Mineirinho,full pokerBelo Horizonte — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

full poker Virada na decisão

Apesar da preparação mental realizada pela oNe, com os jogadores se imaginandofull pokerum ginásio lotado, ainda assim os jogadores se surpreenderam ao subir ao palco.

Os integrantes da oNe encararam Mylon na tentativafull pokerdesestabilizá-lo, assim como Brucer fez com o Kami, o seu adversáriofull pokerrota. Quando o jogo começou, contudo, o nervosismo bateu, admite o ex-jogador.

— Com certeza não foi o que a gente esperava, porque é impossível. Na teoria e quando é na prática. Por um momento, eu acho que todo mundo ficou muito nervoso, principalmente no primeiro jogo, que a gente perde. Comunicação muito afobada, mão suando muito, tremedeira, mas o que deixava a gente tranquilo era que a gente só precisava fazer o que a gente fazia contra elesfull pokertreino, porque a gente tinha resultados muito bons contra elesfull pokertreino.

Depois da vitória inicial da paiN, a oNe percebeu que precisava agir para impedir que os adversários se sentissem confortáveis com os personagens que eram melhor aproveitados no "meta do Turíbulo".

— O grande problema desse primeiro jogo tinha sido o Matsukaze. O Absolut já sacou logo no começo. Ele falou 'esses caras só vão jogar com isso, porque eles são ruins, eles precisamfull pokertodo mundo 'buffar' o Matsukaze e o Matsukaze baterfull pokernós'.

Brucer elege preleçãofull pokerdono da Team One como momento mais marcantefull pokerfinal

Para contrapor a paiN, a oNe baniu personagens suportes e atiradores ou selecionou os mais fortes, tirando as opções da adversária.

— Como a gente dependia muitofull pokerjogar dentro desse meta do Turíbulo, tinham certos campeões que eram bem melhores do que os outros. Eles foram banindo, se adaptando e escolhendo Tristana, que tinha sido problema também. E aí eu ficava com poucas opções e, pelo jeito fortefull pokereles jogarem, o 'macro' deles ser muito bom, deixou a nossa vida ainda mais difícil. Como a gente estavafull pokerum meta que dependia muito do 'AD Carry' [atirador], se eu não tivesse 'picks' muito bons e eles jogassemfull pokercimafull pokermim, com 'macro' forte, ficava um jogo muito difícilfull pokereu conseguir crescer e a gente ter espaço. Eles se adaptaram muito bem nesta série — elogia Matsukaze.

Brucer (dir.) abraça 4LaN, companheirofull pokerTeam oNe, após vitória na final do 2º Split do CBLOL 2017 — Foto: Bruno Alvares, Pedro Pavanato & Cesar Augusto/Riot Games

Bem adaptada, a oNe venceu os três jogos seguintes e fechou o confrontofull poker3 a 1. Com a vitória, depois da extrema concentração, Brucer pôde finalmente olhar o ginásio e perceber que a torcida havia virado à favorfull pokersua equipe. Era uma épocafull pokerque, apesarfull pokerhaver torcedoresfull pokeralgumas equipes, a rivalidade não era tão latente como hojefull pokerdia.

— Naquele momento, a ficha não tinha caído para mim. Por mais que a gente sabia que era um time melhor, quando a gente deu 'ace' nos caras, eu comecei a falar 'é GG'. E nessa hora eu já comecei a chorar. Eu não tinha acreditado ainda. E aí eu tirei o fone e vi todo mundo gritando para nós. O Mineirinho inteirinho gritando com a nossa vitória, porque a gente apresentou um League of Legends muito bonito. Todo mundo estava gostandofull pokerver como a gente estava jogando, porque a gente ganhavafull pokerestratégia, não precisavafull pokermecânica para ganhar deles.

Embora a paiN tenha sofrido para chegar aos playoffs, Matsukaze garante que a equipe estava obstinada a ser campeã, não se contentandofull pokersó disputar a final.

— É aquilo, o pós-game, a conversa depois, é sempre um momento triste, porque a gente sempre vai achar que tem chancefull pokerganhar. Todo time entra com essa mentalidade. A gente deu nosso melhor, no final não deu certo, a Team One mereceu muito. E bola para a frente, a gente continuou unido, sendo muito amigo, um time muito bomfull pokerparticipar. Foi uma experiência muito boa.

Matsukaze falafull pokerfinal no Mineirinho: "Experiência que nunca vou esquecer"

full poker Momentos mais marcantes

Quando levantou o troféufull pokercampeão, Brucer comemorou muito e lembrou das críticas e dos comentáriosfull pokerdescrédito da comunidade exibidosfull pokeruma preleção realizada pelo dono da oNe, Alexandre "Kakavel". Estes sao, inclusive, os dois momentos mais marcantes daquela final no Mineirinho para Brucer.

— O momento mais bonito, na minha opinião, foi a preleção que o Kakavel fez, que eu acho que aquilo levantou muito a moral do nosso time. A gente tinha certeza que era melhor, só que ele fez uma coisa muito forte, muita profunda, mostrando comentários da pessoa sobre a gente, falando o que a gente era. Por exemplo, eu lembro que, na minha fala, 'mid laner que nunca teve resultado, que ninguém acredita, que é carregado'. Para o Marf, eu lembro, falando 'reserva do Brucer'. Coisa bem pesada mesmo. E aquilo, toda vez que ele falava uma coisa ruimfull pokerum jogador, ele pegava e rasgava na nossa frente aquele papel,full pokeruma pessoa falando aquilo da gente, e falando 'você não é mais essa pessoa', 'você não é isso', 'você não é aquilo'. E rasgandofull pokerumfull pokerum. Talvez aquilo tenha feito com que a gente tenha ficado um pouco nervoso, a gente tinha chorado antes do jogo. Isso é algo ruim. Você não faz isso com os seus jogadores. Só que isso foi muito bem para nós.

— E o momento que eu pego a taça e a levanto. Foram os dois momentos mais emocionantes da minha vida. Um emocionante no sentido choro,full pokerraiva, do que as pessoas falavamfull pokermim, e o outrofull pokerque eu calei a bocafull pokertodo mundo e que eu estava segurando a taça e eu estava muito feliz.

A grande final do 2º Split do CBLOL 2024 entre paiN e Keyd,full pokerconfronto md5 no Ginásio Mineirinho,full pokerBelo Horizonte (MG), neste sábado (7), às 13 horas (no horáriofull pokerBrasília), valerá o título brasileiro, o prêmiofull pokerR$ 115 mil e a classificação para o Worlds, o Campeonato Mundialfull pokerLoL. O duelo terá transmissão ao vivo no sportv 5.