Com aval da família, cérebrocazinostarsMaguila será doado para a USP apóscazinostarsmorte

Universidade mantém bancocazinostarscérebros para aprofundar estudoscazinostarsneurologia, sobretudo no esporte; expediente será semelhante ao feito com o campeão mundial Bellini

Por Lívia Laranjeira e Paulo Roberto Conde — Itu, São Paulo


Enquanto convive com uma doença incurávelcazinostarsum centro terapêuticocazinostarsItu, no interiorcazinostarsSão Paulo, Maguila e acertou outra maneiracazinostarsdeixar um legado para o futuro. Após consentimento da família, o ex-boxeador concordoucazinostarsdoar o cérebro para pesquisa apóscazinostarsmorte. Será um expediente semelhante ao feito pela famíliacazinostarsBellini, campeão mundialcazinostars1958.

O cérebro será usado para estudo na UniversidadecazinostarsSão Paulo. Uma equipe da instituição analisa as consequênciascazinostarsimpactos repetidos na cabeça nos esportes, como futebol, boxe e rúgbi, entre outros. O aprofundamento é tido como fundamental para desenvolver medidascazinostarsprevenção.

- Receber cérebroscazinostarspessoas que tiveram doenças desse tipo é fundamental não só para entender a doença cada vez mais para tentar ver como se previne a doença e evitar que outras pessoas fiquem doentes. Esse atocazinostarsgrandeza do Maguila e da Irani, da esposa dele, assim como a esposa do Bellini, mostra que essas pessoas não só são ídoloscazinostarsvida como vão deixar um legado ainda maior ajudando outras pessoas. Acho que é bastante grandioso isso - disse Renato Anghinah, professor livre docente da FaculdadecazinostarsMedicina da USP e médico do ex-boxeador.

Maguila na clínica onde vive,cazinostarsItu — Foto: Paulo Roberto Conde

Segundo Anghinah, a USP tem um bancocazinostarscérebros para estudos específicos, o único do Brasil. A instituição também tem parceria com a Universidade da CalifórniacazinostarsSão Francisco e com a UniversidadecazinostarsBoston, dois centroscazinostarsreferência nos Estados Unidos. Elas formam um rede que compartilha informações sobre descobertas na neurologia, também no âmbito esportivo.

Maguila fez, ao longo dos quase 20 anoscazinostarscarreira, 85 lutas como profissional peso pesado. Nelas, obteve 77 vitórias, das quais 61 por nocaute. Em que pese a trajetóriacazinostarssucesso - foi campeão pela pouco relevante Federação MundialcazinostarsBoxe -, seu corpo e seu cérebro foram castigados por jabs, diretos e cruzados. Quando fala da qualidade que nunca lhe faltou, é possível entender a decisãocazinostarsentregar seu cérebro para a ciência.

- Meu diferencial era a coragem. Coragem. Porque, para o boxe, se não tiver coragem não adianta nada. É preciso ter coragem e ser inteligente - afirmou o ex-lutador.