Por Casagrande

Eu vejo o esporte como uma veia importante para sociedade

Racismo estrutural: os ataques chegaram às narrações esportivas

A impunidade colabora para que as lutas antirracistas tenham menos efeito do que deveriam

São Paulo


O racismo estrutural é um dos maiores problemas da nossa sociedade. As ofensas e os ataques racistas acontecembet luva de pedreirotodos os lugares: farmácias, padarias, dentrobet luva de pedreiroestádio, dentro dos camposbet luva de pedreirofutebol. Muitas pessoas são assassinadas por serem pretas.

O racismo estrutural está dentro das pessoas. Se não pararem com isso, será difícil combater o racismo no Brasil.

No futebol, ainda testemunhamos gritos racistas dos torcedores durante as partidas, tanto que a seleção olímpica alemã saiubet luva de pedreirocampobet luva de pedreiroum jogo amistoso contra Honduras por causa disso.

Também tem jogadores que soltam ofensas racistas contra outros jogadores. Isso acontecebet luva de pedreirotodos os lugares, mas chegou a um ponto que me deixou bastante surpreso e assustado: chegou às narrações esportivas.

No Campeonato Paulista do ano passado, teve o caso do comentarista da rádio Energia 97 FM que ofendeu o Marinho, do Santos, com termos racistas. O jogador ficou mal. Em uma entrevista, demonstrou toda a dor que bateu dentro dele e, claro, dabet luva de pedreirofamília também.

O comentarista quis pedir desculpas para o Marinho, e ele aceitou, mas não quis dar conversa. E fez bem, porque na horabet luva de pedreirofazer ofensas racistas, as pessoas nem se preocupam com as consequências. Depois, acuadas pelas críticas das redes sociais, vão dizer que não são racistas.

No último fimbet luva de pedreirosemana, esse tipobet luva de pedreiroofensa teve outro episódio na partida entre Goiás e Londrina. A vítima foi o jogador Celsinho, do Londrina, que tem um cabelo estilo black power.

O narrador Romes Xavier,bet luva de pedreirouma jogadabet luva de pedreiroque o Celsinho caiu, disse: ”O cabelo dele deve pesar demais”. Logo depois, o comentarista Vinicius Silva fez um comentário agressivo e nojento. Ele disse: “Exatamente. Parece mais uma bandeirabet luva de pedreirofeijão a cabeça dele do que um verdadeiro cabelo. Não é porque eu estou perdendo os cabelos que eu vou achar um negócio imundo desse bonito. Parece mesmo uma bandeirabet luva de pedreirofeijão”.

Celsinho, jogador do Londrina — Foto: Foto: Gustavo Oliveira/ Londrina EC

Eles são da Rádio Bandeirantesbet luva de pedreiroGoiânia e foram às redes sociais para pedir desculpas. É nesse momento que entra o racismo estrutural. As pessoas fazem ataques e ofensas racistas e algumas pessoas não percebem a gravidade da fala. Eles não pensam na dor que estão causando, mas quando chovem críticas nas redes sociais, aí vão se desculpar.

O Londrina já mandou uma notabet luva de pedreirorepúdio ao racismo. Só para lembrar: isso é crime no Brasil. Se a Rádio Bandeirantes não tomar uma atitudebet luva de pedreirorelação aos dois, será conivente com as falas racistas. A emissora informou que eles foram afastados.

A impunidade colabora para que as lutas antirracistas tenham menos efeito do que deveriam. Em uma transmissãobet luva de pedreiroum jogobet luva de pedreirofutebol,bet luva de pedreirouma rádio importante nacionalmente, que com certeza tem muita audiência, é criminoso ter falas agressivas. Para deixar claro: “imundas” foram as palavras do comentarista Vinicius Silva, não o cabelo do jogador Celsinho.

Não adianta ser contra o racismo: é preciso ser antirracista.