Por Carlos Eduardo Mansur

Jornalista. No futebol, beleza é fundamental

Vinicius merecia a Bolaslots vencedoresOuro, mas o Brasil não precisa se tornar obsessivo com prêmios individuais


As chancesslots vencedoreso Brasil romper seu jejumslots vencedorestítulos mundiais e ganhar a Copaslots vencedores2026 não se tornam menores porque parteslots vencedoresum gruposlots vencedores100 jornalistas decidiu que Vinicius Junior não foi o melhor jogador da temporada. Há um tempo, vivemos uma obsessão nacional com a reconquista do prêmio, uma ansiedade que correslots vencedoresparalelo com as frustraçõesslots vencedoresMundiais. Como se o troféu individual fosse a premissa para a conquista coletiva, que só virá com um projeto competitivoslots vencedoresseleção, o que obviamente inclui Vinicius.

Claro que ter o melhor jogador do mundo é um bom sinal para um país que almeja reencontrar os grandes triunfos. Mas há momentosslots vencedoresque prêmios desta natureza parecem distrações, um produto comercial que seduz o público nesta eraslots vencedoresculto a personalidades, uma escolha sujeita a subjetividades e razões das mais diversas.

Vinicius Junior e Raphinha já se enfrentaram X vezes no El Clásico — Foto: Getty Images

Vinícius não venceu a Bolaslots vencedoresOuro como merecia, mas seu lugar na elite do jogo está conquistado há algumas temporadas. E é simbólico que, até poucas horas antes da cerimônia, fosse visto como favorito. Afinal, acabamosslots vencedoressairslots vencedoresuma semana especialmente útil para que o catastrofismo brasileiro, este evento que nos assola nos períodosslots vencedoressecaslots vencedoresconquistas mundiais, seja questionado.

Há cinco dias, terminava uma rodadaslots vencedoresLiga dos Campeões que teve, nos seus 18 jogos, 22 jogadores brasileiros titulares, dois deles os principais destaques: foram três golsslots vencedoresVinícius contra o Borussia Dortmund, e os mesmos três golsslots vencedoresRaphinha sobre o Bayernslots vencedoresMunique. A pontoslots vencedorestransformar o Real Madrid x Barcelona do último sábado num encontro que tinha os atacantes brasileiros como duas das principais atrações. O decretoslots vencedoresfalência do futebol nacional não se sustenta, e Vinicius é um dos melhores argumentos contra a melancolia.

Há muitos motivos para entender que o atacante brasileiro merecia o prêmio entregueslots vencedoresParis nesta segunda-feira. E eles vão além dos 24 gols na última temporada, ouslots vencedoressua transformação também num preparadorslots vencedoresjogadas, etapa mais recente da contínua ampliaçãoslots vencedoresseu repertório. Tampouco se resumem à importância dos gols que marcou na reta final da Liga dos Campeões. Aos 24 anos, o jovem brasileiro foi, na fase decisiva das principais competições, o jogador mais importanteslots vencedoresum clube capazslots vencedoresmontar um elenco repletoslots vencedoresestrelas internacionaisslots vencedorespraticamente todas as posições do campo.

A escolha por Rodri, um desses meio-campistasslots vencedoresexceção, capazesslots vencedoresdominar o centro do campo, controlar jogos, surgir na área rival para decidir partidas, não representa uma aberração. Mas não foi esta aslots vencedoresmelhor temporada no City: o espanhol não foi o melhor jogadorslots vencedoresseu clube, campeão inglês novamente, nem da seleção campeã europeia. Vinicius merecia mais.

Para que se tenha noção do status que atingiu no melhor clube do mundo, o brasileiro impôs com seu jogo que Ancelotti montasse um timeslots vencedorestornoslots vencedoressua influência, enquanto rivais passaram a alterar escalações para lidar comslots vencedoresexplosão rumo ao gol. Ele foi o destaque da última temporada europeia, mas fez algo alémslots vencedoresjogar futebol melhor do que os demais.

Há alguns anos, Vinícius oferece ao futebol e à sociedade algo que raros jogadores fizeram na história. Tão jovem, é capazslots vencedorescombinar o brilhoslots vencedorescampo com mensagens preciosas contra o racismo. Ousou desafiar o privilégio branco, incomodou, suportou ataques cada vez mais cruéis e violentos, transformadoslots vencedoresalvo justamente por não aceitar a lógicaslots vencedoresque um jovem preto, estrangeiro, deveria se calar. Virou um símbolo, inspiração para tanta gente que luta contra a exclusão.

Não é possível atribuir à lutaslots vencedoresViniciusslots vencedoresderrota na premiação, o que implicariaslots vencedoreschamarslots vencedoresracistas muitos dos jornalistas que compuseram o colégio eleitoral. O que é possível, isto sim, é refletir se o título europeu da Espanha fezslots vencedoresRodri um nome conveniente para ser encampado pela parte da Europa que enxergavaslots vencedoresVinicius uma ameaça, dando início a uma campanha aberta pela eleição do volante do Manchester City.

Vinicius está na elite do jogo, e o futebol brasileiro não precisa fazer da Bolaslots vencedoresOuro um novo motivoslots vencedoressofrimento. Há uma seleção competitiva por formar, e uma das primeiras tarefas é criar o melhor contexto para o astro do Real Madrid.