Na adolescência, Paulo André tomou duas decisões que moldarambot apostas esportivas grátisvida. Primeiro, trocou o tênis pelo futebol. Alguns anos depois, apresentou-se como zagueiro sem nunca ter jogado na posição. “Sou um sobrevivente”, disse ao Abre Aspas. Um sobrevivente e um inconformado.
Abre Aspas: Paulo André falabot apostas esportivas grátisreconstrução do Cruzeiro e "sobrevivências" na carreira
Como jogador, ganhou todos os títulos possíveis pelo Corinthians. Nem por isso deixoubot apostas esportivas grátisse arriscar e foi uma voz ativa no Bom Senso FC, movimento que chamou a atenção para problemas graves e estruturais no futebol brasileiro.
Ao Abre Aspas, gravado na sede da Globo Minas,bot apostas esportivas grátisBelo Horizonte, Paulo André fez um repassebot apostas esportivas grátissua carreira como jogador e detalhou seus dois anos como dirigente do Cruzeiro, o primeiro grande clube do Brasil a se tornar SAF – e também o primeiro a ser revendido. A maior parte da entrevista a seguir foi gravada antes da saídabot apostas esportivas grátisRonaldo e do próprio Paulo André do Cruzeiro, mas atualizada nesta semana.
- Nome completo: Paulo André Cren Benini
- Nascimento: 20bot apostas esportivas grátisagostobot apostas esportivas grátis1983,bot apostas esportivas grátisCampinas (SP)
- Carreira como profissional: Guarani, Athletico-PR, Le Mans (França), Corinthians, Shanghai Shenhua (China), Cruzeiro
- Principais títulos: Campeonato Paulista (2013), Campeonato Brasileiro (2011), Copa Libertadores (2012), Mundialbot apostas esportivas grátisClubes (2012), Recopa Sul-Americana (2013), Campeonato Paranaense (2016 e 2019), Copa Sul-Americana (2018) e Copa do Brasil (2019)
ge: Como se sente após ter saído do Cruzeiro?
Paulo André: – Eu me sinto orgulhoso ao finalizar essa etapa. Tenho a sensaçãobot apostas esportivas grátisdever cumprido tanto ao clube, quanto ao torcedor, quanto ao Ronaldo, que confioubot apostas esportivas grátismim para esse processobot apostas esportivas grátisrestruturação. Conseguimos cumprir os objetivos traçados para estes primeiros dois anos, tanto esportivos quanto os financeiros. E só quem viveu o dia a dia do Cruzeiro, desde a compra, pode ter a magnitude desse feito, do que nós passamos no dia a dia para resgatar esse gigante. O saldo é extremamente positivo. Saio feliz e agradecido por ter feito parte dessa história.
E agora?
– O que eu posso dizer é que, na próxima semana, eu sigo para a Espanha. O objetivo é acompanhar o Valladolid nos últimos jogos da Segunda Divisão. Nós também temos o desafio lábot apostas esportivas grátisdevolver o clube ao seu lugar, que é a Primeira Divisão. Meu contrato com o grupo, com o Ronaldo, vai até o dia 30bot apostas esportivas grátisjunho.
E depois?
– E, a partir daí, vou falar sobre o futuro. Assim que sentir aquele friozinho na barriga, vou encarar um novo desafio. Quero aprender. O que me estimular a aprender e desafiar, eu vou comprar. Se virar uma rotina maçante, estou fora. Vou para casa, jogar meu tênis e fazer minhas coisas. Não estou nisso por um emprego, mas quero fazer coisas diferentes dentro das minhas limitações, que são muitas.
Você foi parar no Cruzeiro por culpa do Ronaldo?
– Foi. Essa relação começa lábot apostas esportivas grátis2009, quando vou para o Corinthians, e o Ronaldo já está lá. É um cara muito divertido, muito curioso. A gente se conecta e essa amizade vai crescendo. Nos aproximamos muito. Quando o Ronaldo encerra a carreira, perdemos um poucobot apostas esportivas grátiscontato. Quando eu saio do Athletico, o Ronaldo promove um torneiobot apostas esportivas grátistênis na casa dele. E lá comenta sobre o Valladolid, me convida para visitar e conhecer a estrutura. Algum tempo depois, eu acabo indo trabalhar lá. Quando ele faz o que parecia uma loucura – e hoje se mostrou um grande acerto – que foi comprar o Cruzeiro, eu venho junto com ele.
Como era conviver com o Ronaldo no Corinthians? Todo mundo dividia quarto na concentração, e ele ficava sozinho?
– Era isso mesmo. Era divertido, porque éramos todos fãs, e ele é um cara muito acessível para qualquer um. A gente ficava admirado, ele permitia que a gente ficasse naquele convívio. Era um grupo muito legal, tinha William Capita, Edu Gaspar, depois Roberto Carlos. E aí Elias, Paulinho, Jucilei, Ralf. Grandes jogadoresbot apostas esportivas grátisfinalbot apostas esportivas grátiscarreira, e jovens que vierambot apostas esportivas grátisclubes periféricos. Eu lembro que,bot apostas esportivas grátis2009, o Ronaldo brigava porque o campobot apostas esportivas grátistreino não era molhado para o jogo ficar mais rápido. Aquilo no Brasil era impensável. A gente pensava “esse cara é chato, fica reclamandobot apostas esportivas grátistudo”. Mas ele estava à frente e tinha razão. Ele acelerou processos que ajudaram muito o Corinthians a crescer naquele período. Ele tinha acesso a tudo. Acabei conhecendo pessoas, momentos e tive oportunidades que a vida me deu por ter cruzado com esse cara duas vezes ao longo da vida.
Como viraram amigos?
– Foi natural. Como eu tinha voltado da França na época [2009], ele me apadrinhou. A gente falabot apostas esportivas grátisinvestimento,bot apostas esportivas grátisum montebot apostas esportivas grátiscoisa. Talvez tenha me convidado para sair para jantar algumas vezes. E, dali para frente, eu acabei virando um parceiro, e minha busca era por equilibrar, porque eu sabia da importância dele para o time. A gente ficava nessabot apostas esportivas grátis“eu vou, mas você volta um pouco mais cedo”. E a gente foi construindo essa relação.
No livro ("O Jogo da Minha Vida") você conta uma história boa sobre uma partidabot apostas esportivas grátistênis…
– Nós estávamos concentradosbot apostas esportivas grátisItu, aqueles períodosbot apostas esportivas grátis10 dias. O Ronaldo aborrecido com tudo, criticando tudo, querendo fugirbot apostas esportivas grátislá. E ele tinha uma característica: tudo que fosse apostando, ele fazia. Tudo o que era pedido, ele não estava nem aí. O preparador físico do Corinthians, entendendo esse lado dele, me falou: “Paulo, hoje à tarde você não vai treinar. Vai jogar tênis com o Ronaldo”. A gente foi para a quadra e mudou as regras: ele saía com 30 a 0 e podia jogar nas linhasbot apostas esportivas grátisduplas (que tornam a quadra maior), enquanto eu só podia acertar nas linhasbot apostas esportivas grátissimples. Apostamos que eu ganhariabot apostas esportivas grátis6/0, e ele ficou maluco. Ao fim do jogo, o preparador físico falou que tinha sido o treinobot apostas esportivas grátisque o Ronaldo tinha batido as máximasbot apostas esportivas grátisfrequência e que daquele jeito conseguiríamos enxugar “o gordo”. Eu acho que foi 6/0, mas ele vai falar que não.
E o pôquer?
– A gente começou a jogar, virou moda naquela época. O Edu [Gaspar] jogava bem. A gente brincava que o Ronaldo tinha dinheiro infinito, então ele não perdia nunca. Ele dava “all in”, perdia e jogavabot apostas esportivas grátisnovo. E a gente contando as migalhas para não perder e sair do jogo. Na época as concentrações eram mais longas. Ele e o Roberto Carlos numa mesabot apostas esportivas grátisalmoço contando histórias são as lembranças mais hilárias e mais legais que a gente tem.
De volta ao Cruzeiro: a situação que vocês encontraram era pior do que se imaginava?
– Tinhabot apostas esportivas grátistudo. Absurdos, condições inacreditáveis e totalmente lesivas ao clube. Era um negócio assustador. A condição da Toca 1, da base, deplorável, colapsando. Não havia áreabot apostas esportivas grátismercado, áreabot apostas esportivas grátisperformance, não havia nada.
Em algum momento, vocês pensarambot apostas esportivas grátisvoltar atrás e desistir do projeto?
– O Ronaldo foi maluco, porque ele começa a atuar no clube sem ter comprado o clube. Isso não existebot apostas esportivas grátisum processobot apostas esportivas grátisreestruturação. Ele deveria [entrar] só depois da aprovação, pelo conselho, da compra. Mas a gente entrou bem antes. Ele coloca dinheiro antes para liberar transfer ban, para a gente poder inscrever jogador, para poder jogar o campeonato (Mineiro). Foi um processo à brasileira, mas ao mesmo tempo foi o que o Cruzeiro precisava. Se não fosse daquele jeito, eu acho que não teria dado jeito. E aí se perderia aquele ano, que talvez fosse o ano derradeiro, da destruição desse clube gigantesco e maravilhoso que é o Cruzeiro.
Como foi o momento da saída do Fábio? Qual foi abot apostas esportivas grátisparticipação nisso?
– Essa, sem dúvida, foi uma das decisões mais difíceis daquele início. Entre salvar o ídolo e salvar o clube, a gente optou por salvar o clube. Infelizmente, as histórias não continuaram juntas naquele momento. Administrativamente [depois] houve contato, acertos, acho que as partes se acertaram e conseguiram conduzirbot apostas esportivas grátisforma amigável. Fico feliz, porque ao sair daqui ele conseguiu ter sucesso no clube novo, o Fluminense, foi campeão da Libertadores. Ninguém nunca questionou a qualidade dele como goleiro, a qualidade como pessoa. Acho que os dois lados seguiram e seguiram bem.
Como você avalia, olhandobot apostas esportivas grátishoje, seu envolvimento com o Bom Senso FC?
– Orgulhobot apostas esportivas grátister participado,bot apostas esportivas grátister feito partebot apostas esportivas grátisum movimento tão genuíno, que partiu da percepçãobot apostas esportivas grátisjogadores mais experientes,bot apostas esportivas grátisquão rápido a Europa estava indobot apostas esportivas grátisdesenvolvimentobot apostas esportivas grátisfutebol, seja na prática do jogo, seja no espetáculo, seja na formaçãobot apostas esportivas grátisnovos jogadores.
"Anteviu um tsunami que estava por vir", diz Paulo André sobre o Bom Senso F.C.
– Aquela foi a forma que nós encontramos para chamar atenção para o descaso, ou o desleixo, dos dirigentes brasileirosbot apostas esportivas grátisrelação ao que estávamos vendo lá fora e que a distância entre um futebol e outro só ia aumentar. Aquele grupobot apostas esportivas grátispessoas anteviu o tsunami que estava por vir, porque dali para frente vieram as prisões dos dirigentes brasileiros, veio o 7 a 1, veio a quebra dos clubes, veio essa necessidade da SAF para salvar tantos clubes históricos e grandiosos quebrados, veio essa dificuldadebot apostas esportivas grátistimes sul-americanosbot apostas esportivas grátisganharem Mundial, veio o Brasil caindo nas Copas do Mundo, veio agora o Brasil ficandobot apostas esportivas grátisfora das Olimpíadas.
– O Bom Senso nunca foi uma lutabot apostas esportivas grátisclasses, sempre foi um movimento pró futebol. Levantamos apenas duas bandeiras: calendário mais justo e equilibrado (um problema até hoje) e fair play financeiro, porque estava claro que os clubes atuavam dopados financeiramente.
Você acha que conseguiu ser mais influente como jogador do que como dirigente?
– Eu não participo dessas discussões hojebot apostas esportivas grátisdia. Até hoje não fui convidado a participar. Eu estou à disposição para participar, caso alguém queira me convidar, eu participo dentrobot apostas esportivas grátisuma sala, conversando, discutindo, debatendo, eu acho que há muito o que crescer e melhorar. Eu estou disposto a ser uma voz que constrói esse caminho.
Como o futebol entrou nabot apostas esportivas grátisvida?
– Eu nasci atrásbot apostas esportivas grátisuma bola, qualquer coisa que tivesse uma bola eu estava envolvido. Com 12 ou 13 anos, eu jogava bem tênis e futebol. E podia escolher um caminho. Os meus amigos saíram do futsal e foram para o campo. Eu ia aos finsbot apostas esportivas grátissemana jogar torneiosbot apostas esportivas grátistênis. Comecei a me sentir um pouco sozinho, queria ficar com meus amigos e fui para o campo também. Não tinha o sonhobot apostas esportivas grátisser jogador, porque eu via os caras na TV e não achava que tinha nível para aquilo. Mas tinha um grande amigo meu, Murilo, que jogava no São Paulo na época e sempre vinha para Campinas passar os finaisbot apostas esportivas grátissemana. Eu pensei: “Se ele joga no São Paulo, eu também posso jogar”. Consegui um teste, com 14 para 15 anos, e nos três anos seguintes morei embaixo da arquibancada do Morumbi. Começou ali a minha cruzada para tentar virar jogadorbot apostas esportivas grátisfutebol.
É verdade que você jogava como meia, mas inventou que era zagueiro para sobreviver a um corte?
– Minha vida foi sobreviver. Uma vez que você não é o melhor no que faz, precisa entender como sobreviver. Na virada do Sub-15 para o Sub-17, o São Paulo reduziu a quantidadebot apostas esportivas grátisjogadores. E aí virou um peneirãobot apostas esportivas grátisjogadores que já estavam no clube. O treinador mal conhecia os que estavam subindo e saiu perguntando: “Você aí, jogabot apostas esportivas grátisquê?”. E começou a anotar para montar os times, fazer os testes e os cortes. Eu entendi o que estava acontecendo, fui para o final da fila e comecei a contar. Na época, eu era meia direita. Imagina o tamanho do fracasso que eu seria se continuasse nessa posição? Tinha um talbot apostas esportivas grátisKaká que era dessa geração. Fui contando: meia direita tinha 15, volante tinha 12, zagueiro só tinha cinco. Quando perguntaram a minha posição, respondi: “zagueiro”. Nunca tinha jogadobot apostas esportivas grátiszagueiro. Mas fiz bons treinos e fiquei. Foi a primeira das sobrevivências. Depois, jogueibot apostas esportivas grátisvolante na França, na China. Aqui no Brasil, nunca. A qualidade aqui era muito mais alta.
No seu livro, você conta que passou muitas dificuldades na base,bot apostas esportivas grátisestrutura,bot apostas esportivas grátistratamento. Isso melhorou?
– Eu acho que não. Pontualmente, tem gente que está tentando fazer com que o ambiente seja mais saudável, mais acolhedor, mais humano, masbot apostas esportivas grátisgeral, não. É um atraso gigantesco na formaçãobot apostas esportivas grátisatletas no Brasil. Os clubes praticam hoje o que se praticava 30 anos atrás. É uma ala prisional dos meninos. No livro, eu falo sobre isso. Parece cavalo: treina, come e dorme.
– Vai para a escola pública à noite, aparta esses meninosbot apostas esportivas grátisum convívio social com outros mundos. Logo eles não desenvolvem outros aspectos, no convívio, na comunicação, nas relações. Os modelosbot apostas esportivas grátistreino também são muito precoces: a partir dos 12 anos já se quer ganhar tudo, pensar no curto prazo, já se tem pressa. A formação não é bem feita. A pressão dos pais, dos agentes, é gigantesca. É uma fábricabot apostas esportivas grátisfracassos.
"Base no Brasil precisa ser refundada", diz Paulo André no Abre Aspas
– Um dos motivos que me levaram a ficar no futebol é tentar encontrar caminhos para fazer as coisas diferentes, fazer com que esses meninos e meninas se divirtam, tenhambot apostas esportivas grátisfato uma formação dentrobot apostas esportivas grátisum clubebot apostas esportivas grátisfutebol – que às vezes pode ser melhor do quebot apostas esportivas grátiscasa, pela questão social e financeirabot apostas esportivas grátisalgumas famílias.
– Parece meio utópico querer falarbot apostas esportivas grátisoutros aspectos, mas a gente confia que formar melhores pessoas é formar melhores jogadores. E também oferecer outras opçõesbot apostas esportivas grátisvida a eles. A paixão da minha vida é base.
Os casos do Robinho e do Daniel Alves [ambos condenados por estupro] passam por essa estrutura?
– Tem dois pontos importantes. O primeiro é objetivo: foram acusados, julgados, tiveram direito a defesa e foram condenados. Têm que cumprir a pena que foi determinada pela Justiça. Depois tem o aspecto mais subjetivo,bot apostas esportivas grátisopinião minha: acho que se deve utilizar esses casos para mostrar que esse tipobot apostas esportivas grátisatitude, que nunca foi aceita, agora tem consequência. A gente, que tem voz, tem que levantar a bandeira, tem que usar a repercussão desses casos para avançar como sociedade.
"Deve servirbot apostas esportivas grátislição", diz Paulo André sobre condenaçõesbot apostas esportivas grátisDaniel Alves e Robinho
Qual foi o melhor técnico que você teve na carreira?
– É impossível citar um, então vou citar três. Bem diferentes, mas lideranças formidáveis: Tite, Paulo Autuori e Fernando Diniz. Cada um dabot apostas esportivas grátismaneira, com seu conhecimento, mas [em comum] com um olhar para o ser humano. São caras que vivem essa vida públicabot apostas esportivas grátispressão, sob intenso escrutínio popular, e conseguem entregar valores, decência, títulos, rendimento. Temos que tirar o chapéu para esses caras. Eles têm que ser convidados para qualquer discussão sobre futebol brasileiro.
Por que Diniz te marcou tanto?
– Ao longo da minha carreira toda, eu senti angústia, medo, uma vontadebot apostas esportivas grátisfugir. Por mais bem-sucedido que eu fosse. E eu sempre queria pararbot apostas esportivas grátisjogar, não tinha mais prazerbot apostas esportivas grátisjogar. Gostavabot apostas esportivas grátistreinar, mas o jogo era um sofrimento. E aí conheço o Diniz. Eu já com 34 anos. E esse cara consegue resgatar a criança que um dia se apaixonou por jogar futebol, a alegriabot apostas esportivas grátisestar ali no dia a dia. De permitir o erro. E insistir, evoluir. Ebot apostas esportivas grátisvir todo mundo pertinho, que é a tática dele. Porque aí a gente aumenta a chancebot apostas esportivas grátisacertar. Tem mais opções, as pessoas estão mais perto. E, se a gente errar, tudo bem. E aquilo me fez ver um futebol que eu tinha perdido. Ele é o grande responsável por eu ter ficado no futebol. Eu queria fugir desse meio, porque é injusto, é um massacre diário, é um meio que não se conserva. E ele fala assim: “Cara, dá para fazer, dá para ser legal, dá para construir um caminho. Vamos ficar aqui, e a gente mostra que é possível fazer algo diferente, sem que as pessoas sintam essa angústia”. Ele cria uma relaçãobot apostas esportivas grátisconfiança. É um visionário, um cara que realmente impacta a vidas das pessoas que trabalham com ele.
"Fernando Diniz é o grande responsável por eu ter ficado no futebol", diz Paulo André
E o pior?
– O pior é aquele do “eu ganhei, vocês perderam”. Mas não tive muitos assim, não. Adorei trabalhar com Evaristobot apostas esportivas grátisMacedo, Antônio Lopes, Mano Menezes e com outros menos conhecidos.
Algum estrangeiro te marcou mais?
– Tive uma passagem meteórica com Lothar Matthäus, no Atlético-PR,bot apostas esportivas grátis2005. Foi superdivertido, eu era jovem, ele era um ídolo. Foram bacanas aqueles 40 dias. Tive o Rudi Garcia na França, um cara muito bacana, grande conhecedorbot apostas esportivas grátisfutebol. Na China, tive o Sergio Batista, figuraça, bon vivant.
O Mundialbot apostas esportivas grátisClubes com o Corinthians é o ponto mais alto da tua carreira?
– Sem nenhuma dúvida. É um dia inesquecível que levo comigo. Eu nunca revi aquele jogo. Prefiro ficar com a minha memória. Ela é tão fantasiosa que é melhor do que o jogo. Deixa ela lá.
Abre Aspas: Paulo André relembra caminhada do Mundial do Corinthiansbot apostas esportivas grátis2012
Como o Corinthians ganhou aquele jogo?
– Lembro que a gente viu o Chelsea ganhar do Monterrey [na semifinal] como se fosse adulto contra criança e pensar: “Agora chegou a nossa vezbot apostas esportivas grátispassar vergonha com esses caras”. E da habilidade do Titebot apostas esportivas grátisconstruir ali, nos dias que antecederam o jogo, um caminhobot apostas esportivas grátisque mostrasse que os caras eram falíveis também. Erravam, erambot apostas esportivas grátiscarne e osso. E, finalmente, a gente alcançou aquele título, que na época a gente não fazia ideia do que estava fazendo. Mas, até hoje, andando pela rua, a gente é reconhecido. Eu brinco que alcançamos um lugar na eternidade. Inclusive até agora, como os últimos sul-americanos campeões do mundo.
Quando vocês se deram contabot apostas esportivas grátisque era possível?
– O pontobot apostas esportivas grátisvirada foi o vestiário. A gente começou a sentar no chão, cada um que ia chegando… Porque o final do primeiro tempo foi positivo. Um susto tinha passado, a gente começou a ver que tinha brecha. Antesbot apostas esportivas grátiso Tite falar o que era para fazer, a gente já se fortalece. Vai o Alessandro, o Chicão, o Fábio Santos, o Sheik. A gente começa a trocar ideia, dá para fazer, dá para fazer. Quando volta para o segundo tempo, a minha memória ébot apostas esportivas grátisum segundo tempo brilhante, a gente domina o jogo, começa a ter a bola, começa a atacar. Então sai o gol e o Tite sempre reforça isso, que no gol a bola passa por todos os jogadores. Aquele foi o pontobot apostas esportivas grátisvirada, que nos deu coragem e a crença para alcançar o gol.
O caminho até lá foi turbulento...
– Olhando para trás fica gostoso. Mas na época da eliminação para o Tolima [Libertadoresbot apostas esportivas grátis2011], o CT foi invadido à noite, quebraram tudo, todos os carros. Torcida na porta, muita pressão. A gente tinha um clássico com o Palmeiras no fimbot apostas esportivas grátissemana seguinte. E ganha com gol do Alessandro aos 37 minutos do segundo tempo. A partir dali, começa uma reconstrução, com Leandro Castan, Ralf, Paulinho que foi ganhando espaço. Foi uma reconstrução forjada a ferro e fogo. A gente virou um timebot apostas esportivas grátisaço e se tornou um time referência, um time quase imbatível, temido na América do Sul. Tanto que conquistamosbot apostas esportivas grátisforma invicta Libertadores e Mundial.
Mesmo depois do Mundial houve alguns momentos difíceis. Você liderou uma reação dos jogadores.
– Entre 2009 e 2014, o Corinthians ganhou bastante. Ganhou Paulista, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores, Mundial. E teve pelo menos umas 10 invasões [de torcida ao CT]. Esse é um novo normal que a gente não pode aceitar. A gente tem que proteger esse ambiente. Os times campeões têm um ambientebot apostas esportivas grátisvestiário muito favorável, um ambientebot apostas esportivas grátisconfiança psicológica gigantesca, para as pessoas mostrarem quem realmente são. Isso é fundamental na construçãobot apostas esportivas grátistimes vencedores. E o Corinthians da época tinha isso.
Quer aproveitar essa entrevista para contar algo, deixar alguma mensagem?
– Nunca falei sobre isso, apanhei bastante por não ter falado. Eu acionei o Corinthians na Justiçabot apostas esportivas grátis2014. E, por seis anos, praticamente, apanhei bonito. Porque foram colocadas questões da ação que nunca foram verdadeiras, como hora extra adicional. Isso foi uma grande mentira. E aquilo machucou muito. E eu queria deixar, não sei se vocês sabem disso também, mas eubot apostas esportivas grátis2020 liguei pro Andrés, que era o presidente da época, liguei e falei: "Andrés, você me recebe no Parque São Jorge?". Fui até lá, subi na sala da presidência e eu disse “Vim aqui resolver essa questão, veja aí quanto vocês me devem, e tá fechado, acabou o problema, a ação vai ser retirada”. O Andrés me ligou no dia seguinte. “Eu conversei com o jurídico, conversei com o financeiro, o valor é esse”. Eu falei: "Está fechado, pode pagar". Nós fizemos um acordo, o Corinthians me pagou devidamente e religiosamentebot apostas esportivas grátis15 vezes, esse assunto encerrou.
– Não sei se o assunto foi público ou não, mas já faz quatro anos. Então eu, pelo fatobot apostas esportivas grátister escolhido não dar mais entrevista, tambémbot apostas esportivas grátisalgumas coisas que eu poderia, deveria ter exposto, eu acabei também ficando calado, mas agora passando essa nova etapa, nova fase, queria deixar claro, porque também muitas vezes há esse questionamento. “Ah, mas esse cara processou, esse cara fez isso. Esse cara fez aquilo”. Isso foi encerrado lá atrás. Consciência limpa, acho que da parte deles também, cada um sabe onde errou e onde o calo aperta, mas assunto finalizado. Acho que é importante também deixar essa mensagem aqui para limpar essa história aí, que é tão bonita, que é tão bacana dentro do clube.
Estava te incomodando não falar sobre isso?
– A gente acha que vai passando e que aguenta, então acho que sim. Eu estive lá várias vezes, vou ao estádio acompanhar jogo. Muitas vezes sou reconhecido, é muito bacana, é muito gostoso. Acho que era importante falar para evitar qualquer rusga e deixar as coisas claras.
Você abriu mãobot apostas esportivas grátisdinheiro?
– Isso pouco importa. Isso não vem ao caso. O que importa é que eles pagaram o que achavam, e eu estava disposto a aceitar.
Teu pai deixoubot apostas esportivas grátisser corintiano quando você defendeu outros times?
– Ele conseguiu torcer para dois times. Mas nunca deixarbot apostas esportivas grátisser corintiano. É uma doença, é uma paixão desmedida. O radinho continua do lado da cama dele lá… Pronto, conseguiram me fazer chorar.
Você é grato a quem pelo que conquistou?
– Primeiro que eu conquistei muito mais do que sonhei e do que eu podia. Superei totalmente minhas expectativas. Mundial, Libertadores, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil, Libertadores, estaduais… Para um cara que teve seis cirurgias e aos 23 anos achava que não poderia mais jogar. Tenho que agradecer e levantar as mãos para o céu e saber que foi difícil. Tive que me esforçar muito para conseguir. Vou aproveitar a oportunidade e agradecer a meu pai, Arnaldo, e minha mãe, Mirim. Quando a gente olha para trás e vê o sacrifício, o carinho, a atenção… Lembro do meu pai indobot apostas esportivas grátisônibus, me ensinando como fazia, descer no Tietê, pegar o ônibus até o Morumbi, depois voltar… Eles são os responsáveis por essa história. Minha mãe com câncer, com tudo, mas sempre falando que a prioridade era a minha carreira. Isso não tem preço.