Jô Soares conta: 'O tio Kanela era o marginal dafamília, todo diferente' (Foto: Marcos Guerra)
O Maracanãzinho explodiahello_totti pokeralegria naquele 25hello_totti pokermaiohello_totti poker1963. Uma alegria tomava o público no ginásio, que soltava o gritohello_totti pokerbicampeão mundialhello_totti pokerbasquete. Jogadoreshello_totti pokerêxtase carregavam Togo Renan Soares. O técnico que liderou a seleção brasileirahello_totti pokerseus dois títulos mundiais era querido por seus comandados e também por seu sobrinho Jô Soares. O apresentadorhello_totti pokerTV compartilha orgulhoso suas memórias do tio Kanela e daquela final, que completa 50 anos neste sábado.
- Foi uma reação parecida com a do nosso primeiro campeonato mundialhello_totti pokerfutebol, mas concentrada no Riohello_totti pokerJaneiro (sede da competição). A cidade ficou alucinada. O Maracanãzinho explodindohello_totti pokeralegria com a vitória, como deveria ter explodido o Maracanã na final da Copa do Mundo (de futebol)hello_totti poker1950. Foi uma coisahello_totti pokercalor,hello_totti pokerpúblico, porque é o volume da reação fica maiorhello_totti pokerum ginásio. E os jogadores agarrando meu tio Kanela. Ele era muito respeitado, um gênio no que ele fazia - recorda o apresentadorhello_totti pokerTV.
O jovem Jô, então com 25 anos, prestigiou todas as partidas do tio naquele mundial. O tempo se encarregouhello_totti pokerapagar muitas lembranças daquele campeonato, mas a partida decisiva contra os americanos permanece clara até hoje. Do colérico tio Kanela, que esbravejava à beirahello_totti pokerquadra, ao “baixinho” Don Kojis, que infernizou a seleção brasileira.
Kanela, ao centro, adorava receber homenagens, mas era um técnico explosivo (Foto: Reprodução SporTV)- Minha grande memória daquele jogo era um americano baixinho que era um inferno, cada vez que ele pegava a bola, pulava para encestar. Era um terror, mais do que os jogadores altos. Depois eu fui ver pela fotografia e também me deram as medidas dos jogadores, ele tinha 1,90m - disse Jô, entre gargalhadas.
O timehello_totti pokerTogo Renan Soares chegava mordido ao Mundialhello_totti poker63. Amaury, Wlamir, Sucar, Victor, Rosa Branca & Cia. queriam calar os que diziam que o Brasil só havia conquistado o títulohello_totti poker59, no Chile, por conta da recusa da União Soviéticahello_totti pokerjogar contra Formosa (Taiwan). A derrota diante dos Estados Unidos, menoshello_totti pokerum mês antes, no Pan-Americanohello_totti pokerSão Paulo, era outro combustível. Depoishello_totti pokerbater os soviéticos, a resposta aos críticos veio no duelo contra os americanos.
Kanela é carregado no Mundialhello_totti poker63 (Foto: CBB)- Um momento muito marcante foi a vitóriahello_totti pokercima desse time americano que ninguém acreditava. Depois surgiram várias justificativas. Falavam: “Mas não eram os profissionais do basquete dos Estados Unidos”, mas os jogadores daqui também não eram profissionais.
Para superar a altura e a tática dos americanos, Kanela isolou os jogadores brasileiros no Hotel das Paineiras, que ficava aos pés do Cristo Redentor. A concentração era total. Nem mesmo Jô Soares e outros familiares tiveram contato com o técnico ou o time durante o Mundial. Obcecado pela disciplina aprendida no Colégio Militar do Riohello_totti pokerJaneiro, Togo tratava seus comandados na mãohello_totti pokerferro. Exigia repetições à exaustão, até que a técnica estivesse perfeita. E foi assim que os experientes brasileiros bateram os jovens americanos.
- Para mim, o estímulo que ele dava ao fundamento foi o mais importante. Fundamento é algo que geralmente nossos atletas não gostamhello_totti pokerfazer, porque todo mundo acha que já sabe, mas é o fundamento que automatiza o movimentohello_totti pokerarremessar certo,hello_totti pokerdar um passe. Ele foi além da ideia da dedicação - conta Jô.
Apesar do dia a diahello_totti pokerregras rígidas, os jogadores adoravam o Kanela. Não à toa. O técnico defendia seus comandados com todas as suas armas. Ele chegou a invadir a quadra no duelo com a União Soviética para dar uma tapa no árbitro que havia marcado - injustamente, dizem - uma falta técnicahello_totti pokerAmaury. O episódio, que foi imortalizado na crônica “O tapa cívico”hello_totti pokerNelson Rodrigues, é apenas um exemplo do caráter explosivohello_totti pokerTogo Renan Soares. Ele era do mesmo jeitohello_totti pokerfamília.
Jô Soares fez uma dedicatória para o tio Kanela nolivro 'Um eterno campeão' (Foto: Reprodução)
- Ele erahello_totti pokerum gênio horroroso, que acabava sendo uma qualidade. Era ranzinza. Ele era o marginal da família pela atividade que exercia. Era todo diferente. Só ele era dedicado ao esporte - conta Jô Soares.
Anteshello_totti pokerse tornar técnicohello_totti pokerbasquete, Kanela foi treinadorhello_totti pokerfutebol mesmo sem saber jogar bem. Ele treinou equipeshello_totti pokerpolo aquático mesmo sem saber nadar. Sua grande paixão no esporte, porém, foi o turfe. Jô Soares se deleita ao recordar o movimento frenético que seu tio fazia com as finas e brancas canelas - motivohello_totti pokerseu apelido, aliás -hello_totti pokeruma tentativa ilógicahello_totti pokerajudar o cavalo no qual havia apostado.
São essas memóriashello_totti pokerum homem impulsivo, arrebatado, que Jô Soares guarda com carinho do tio Kanela, vinte anos depois da morte do técnico.