Entre idas e vindasdepósito minimo betwayveículos e pessoasdepósito minimo betwayuma comunidade próxima da saídadepósito minimo betwaySalvador, surge um jovemdepósito minimo betway19 anos. De jeito simples, Felipe avista o carro da reportagem.
- Por aqui! É só seguirdepósito minimo betwayfrente e virar a primeira direita – avisa.
No meio do povo, o garoto é como qualquer outro. Não é reconhecido por nenhum transeunte. Recusa-se a entrar no carro. 'É aqui do lado', justifica. Alguns metros à frente e chegamos ao local indicado: a comunidade da ‘Brasilgás’. Ali, Felipe é celebridade. Para os humildes moradores do local, o jovem é Feijão, um exemplo e um orgulho.
Joia das divisõesdepósito minimo betwaybase do Bahia, Feijão fez seu primeiro jogo como titular no último domingo, no clássico Ba-Vi. Apesardepósito minimo betwayainda não ser reconhecido na rua, o jovem já é um xodó da torcida tricolor. Contra o Vitória, o volante teve uma atuação segura e foi um dos destaques da equipe. Se, no grupodepósito minimo betwayCristóvão Borges, a moral do garoto é das mais altas, com os vizinhos é ainda mais.
vizinhos (Foto: Eric Luis Carvalho)
- Esse é o Feijão, menino bom aqui! Sempre nos orgulhou muito. Gostamos muito dele. Um bom menino – conta uma vizinha, após cumprimento o jovem.
E assim é até o caminhodepósito minimo betwaycasa. Por onde passa, Feijão ganha um afago, um apertodepósito minimo betwaymão, um amendoim cozido.
- Comeu muito do meu amendoim. Por isso ficou forte assim – brinca outra vizinha.
Feijão se diverte e brinca. Estádepósito minimo betwaycasa. Brincalhão, cumprimenta o pai, donodepósito minimo betwayum bar no térreo da casa onde vive com a família, quando não está concentrado. Feijão é aguardado por Dona Altamira,depósito minimo betwaymãe. Na casa humilde com estruturas simples, o menino se solta. Brinca com os apelidos dos companheiros, fala da infância, dos traumas e revela sonhos.
No primeiro andar da casa número 8, Feijão é a essência do “ser Bahia”. De chinelo, bermuda e camiseta, é um porreta. Sem soberba ou arrogância, é, acimadepósito minimo betwaytudo, povo. E se orgulha disso. É ousadia, coragem, sonhos e esperança. É “um Bahia” desde pequeno e que fez questãodepósito minimo betwayescreverdepósito minimo betwayvermelho, azul e branco o roteiro da própria vida. Para ele, não caberiam outras cores.
Bahia (Foto: Eric Luis Carvalho)
- Com cinco anos, ele fugia para jogar bola com os mais velhos. Aí o pai disse que iria colocá-lodepósito minimo betwayuma escolinha. Decidimos que ele iria para o Vitória, porque é mais perto daquidepósito minimo betwayonde moramos. Ele tinha apenas cinco anos, mas virou para mim e disse: ‘No Vitória eu não vou. Eu quero jogar no Bahia. É o Bahia que eu vou ajudar a ganhar os títulos’. Ele só tinha cinco anos, então isso me deixou muito surpresa. Mas toda a família é Bahia. Então a gente até gostou. Ele só entrou na escolinha dois anos depois. Quando completou 9 anos, um olheiro o descobriu, e o levou para a base do Bahia – revela Altamira.
Sobre a rápida chegada aos profissionais e entrada no time titular, como aconteceu no último domingo, Feijão admite que não esperava a meteórica ascensão, mas já planejava chegar longe.
- Eu esperava jogar, mas não tão rápido. Assim do nada, não, mas é a prova que estou fazendo bem o meu trabalho. Cheguei ao Bahiadepósito minimo betway2002. Bobô ainda coordenava a base. Agradeçodepósito minimo betwayprimeiro lugar a Deus e depois ao professor Cristóvão, que me deu essa oportunidade. Agora é continuar trabalhando e fazer essa confusão boa na cabeça dele – diz o volante, sem esconder o desejodepósito minimo betwayse manter no time.
- Quando o professor me colocou no time titular na quarta-feira, eu liguei para minha mãe e avisei: ‘Mãe, o professor me botou no time titular’. Fiquei muito feliz. No começo do jogo, eu tive um friozinho na barriga, mas depois passou. Os companheiros passaram a dar força ali na partida, e aí você começa a se soltar – contou sobre as emoções vividas na última semana, quando vestiu pela primeira vez a camisadepósito minimo betwaytitular do Bahia.
Série A no domingo (Foto: Eric Luis Carvalho)
Dona Altamira comemora o carinho da torcida, mas diz não entender o motivodepósito minimo betwaytanto apreço.
- A torcida gosta dele. Eu não sei bem explicar o porquê, mas fico muito orgulhosa dele ser aplaudido pela torcida.
Noveleiro? Nem pensar...
Brincalhão, Feijão ‘entrega’ os companheiros. Revela os noveleiros do grupo e até apelido dos colegasdepósito minimo betwayequipe.
- Noveleiro eu não sou! Isso é coisa do Souza e do Titi. Não perdem um dia dessa novela aí. Quando dá nove horas, eles só querem saberdepósito minimo betwaynovela – se diverte.
- A galera lá pega muito no meu pé, mas a gente brinca muito também. Olha o ‘Caradepósito minimo betwayCavalo’ aí na TV – conta, aos risos, ao avistar o companheiro Marcelo Lomba na TV.
O tesourodepósito minimo betwayAltamira
Feijão vive o seu próprio contodepósito minimo betwayvencedor. Basta uma olhada rápida ao redor para se ter a certezadepósito minimo betwayque o garoto que vibrou a cada desarme feito no Ba-Vi já é um vencedor no jogo da vida. A históriadepósito minimo betwaylutadepósito minimo betwaybusca dos sonhos ainda emociona dona Altamira.
- Sinto muito orgulhodepósito minimo betwayvê-lo chegar aonde chegou. Foram muitas viagens pela escolinha até ele chegar aí. Eu trabalho no pontodepósito minimo betwayônibus vendendo água, cerveja, bala, essas coisas. Foi assim que custeei as viagens. Sinto muito orgulho quando aparece um menino aqui querendo saber quem é a mãedepósito minimo betwayFeijão para saber como ele fez para chegar ao Bahia. Os meninos pedem para ele levar. Ele já levou muitos aqui para fazer testes. E minha esperança é que ele suba na vida. Espero que essa luta toda que tive com ele seja retribuídadepósito minimo betwaydobro. Fiz muita promessa a Senhor do Bonfim para que ele chegasse aonde chegou. Vestia os irmãos dele com as camisas do Bahia, e íamos ao Bonfim pedir por ele – conta,
orgulhosa, a mãe do jogador.
Como bom filho, Feijão é só elogios à mulher que foi fundamental nadepósito minimo betwaycarreira. Mas nem mesmo para agradecer a dona Altamira o volante do Bahia deixadepósito minimo betwaylado o jeito brincalhão.
- Minha mãe é tudo para mim. Devo tudo a ela. É meio chatinha, pega no pé, mas eu não seria nada sem ela. É tudo – diz.
Em meio ao esforço dos pais para um vidadepósito minimo betwaysucesso, o quedepósito minimo betwayum certo modo explica os sorrisos quase constantes, Feijão teve que enfrentar outras dificuldades. O jogador carrega uma triste lembrança do futebol e da vida. O volante perdeu um amigo, vítima da brutal violência que assola as periferias soteropolitanas, logo depoisdepósito minimo betwayuma partidadepósito minimo betwayfutebol.
- Ele estava sentado do meu lado. Um cara tinha jurado eledepósito minimo betwaymorte. Depois que acabamosdepósito minimo betwaypegar um baba, chegaram dois caras e atiram na cabeça dele. Ele caiu aos meus pés e morreu ali – revela o volante.
Ao contar o episódio, Feijão silencia por alguns segundos e deixa o olhar se perder. Mas o garotodepósito minimo betwaypé grande e estaturadepósito minimo betway'homem feito' não édepósito minimo betwaysucumbir fácil. O menino, que aos 12 anos já calçava 44, chuta para longe o olhar triste para dar lugar a um sonho como atleta.
- Eu penso alto sempre, mas sem nunca tirar os pés do chão. Quero um dia chegar à Seleção Brasileira. Sei que tenho muito que aprender com o Cristóvão – diz lembrando do treinador, que, assim como ele, saiudepósito minimo betwayum bairro pobredepósito minimo betwaySalvador e brilhou no Bahia, antesdepósito minimo betwaychegar à Seleção.
O ídolo e uma família diferente
A vidadepósito minimo betwayFeijão é marcada por fatos mais curiosos. Desde que decidiudepósito minimo betwayuma vez por todas que seria volante, o jogador, que também atuava como zagueiro, escolheu um ídolo, um exemplo a ser seguido. Quis o destino que, anos depois da escolha, o ídolodepósito minimo betwayFeijão se transferisse para o Bahia. E como os deuses do futebol capricham nas suas escolhas, o ídolodepósito minimo betwayFeijão é justamente o jogadordepósito minimo betwayquem o garoto é a sombra no grupo atual: Fahel.
- Eu gosto dele desde os tempos do Botafogo. É um cara que eu gostodepósito minimo betwayver jogar. A marcação, o passe. Quando ele veio para o Bahia, eu fiquei pensando: 'Caramba, ele vai jogar aqui'. Sempre queria perguntar alguma coisa a ele, uma dica, mas nunca fui. Ele nem sabe disso. Agora que vai ficar sabendo – conta o jovem, com olhos brilhantes ao falar do ídolo.
Mais elogiados do que Fahel, apenas os irmãos. Todos devidamente apelidados graças a Feijão. Os gêmeos bivitelinos - ou seja, diferentes - ganharam novos nomes graças ao irmão mais velho. Arroz e Macarrão são os outros craques da família. Tão apaixonados pelo futebol quanto Feijão, os dois jovensdepósito minimo betway17 anos esperam por uma chancedepósito minimo betwayum clubedepósito minimo betwaySalvador. Se depender da avaliação do irmão, a dupla merece uma oportunidade.
De bermuda, camiseta, sem papas na língua, humilde e brincalhão, Feijão é o retrato do baiano, independente do time do coração. Sempre esperançoso por dias melhores edepósito minimo betwaybusca da primeira oportunidade para mostrar ao mundo o seu talento. É Feijão, mas poderia ser qualquer outro jovem das periferias soteropolitanasdepósito minimo betwaybusca dos seus sonhos.
Persistente, o jovem da comunidade do Brasilgás chegou longe, mas ainda quer muito mais. Fora dos campos, Feijão é um exemplo aos mais novosdepósito minimo betwayque é possível driblar as dificuldades e transformar sonhosdepósito minimo betwayrealidade. O que faz dele um vencedor. Dentrodepósito minimo betwaycampo, o garoto espera cumprir as promessas feitas quando ainda dava os primeiros passos no futebol e ajudar o Bahia a conquistar títulos. Para quem já venceu partidas mais difíceis na vida, o futuro é promissor.